Capítulo 16

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Verônica arrumava desesperadamente a mala de Harry, não dava ouvidos a ninguém, sua mente era um turbilhão de pensamentos, seus músculos se contraiam fortemente ao ponto de lhe causar cãibras – "Como isso pode acontecer? Ele virá atrás do meu menino?" – Enquanto corria de um lado para outro, Harry olhava para Remus que escrevia algo em um pergaminho.

- Dá para me falar o que tá acontecendo? Mal chegamos em casa e já vamos embora?

- Você vai embora para Durmstrang, amanhã se possível – Disse o homem com um tom nervoso em sua voz.

- Mas porquê? – Vendo que ninguém dava atenção, pegou o jornal jogado, sua face se contraia a cada linha que seus olhos passavam, em uma explosão de magia inconsciente, rachou todos os vidros perto de si.

- Harry, Harry! – Verônica o balançava para retira-lo de seu transe, nunca escondeu um único detalhe de seu passado, alimentou seu ódio – amor – a Sirius junto com o garoto – Filho, por favor, nossa casa.

- Eu vou ficar, ele vai querer terminar o trabalho, eu o mato, sabe que posso fazer isso, não é? – Com um sorriso em meio as lágrimas, Harry estava desconcertado.

- Não, você vai para a escola, eu resolverei tudo.

- Mas mãe!

- Mas nada Harry! Eu já perdi a Lily, tem noção de como eu ficaria se te perdesse? Você vai voltar e eu vou resolver tudo, já terminou Remus?

- Aqui – Entregando para Hedwigs – Vai rápido.

A coruja branca sairia furtivamente, o resto do dia Harry se manteve trancado em seu quarto, não iria deixar Verônica sozinha, era tão obvio que Sirius iria ali, mas o que lhe causava mais irritação era o fato de anos após o acontecimento, ter fugido com tanta facilidade. Deitado olhando para o teto, viu envelopes afincados entre as frestas, usando sua vassoura, pegou cada uma e as abriu.

"Cabeça de nós todos, como tem estado? Minhas férias são sempre as mesmas, papai insiste em me levar para visitar as cidades com maior concentração de bruxos, acredita que chamam os trouxas de no-magi aqui na America? São tão estranhos, enfim, me responda logo, odeio esperar.

Malfoy."

Olhando para Draco em seu lado, sua barriga doía de tanto rir, pegando mais uma, Draco retirou de sua mão e começou a ler.

"Para a testa rachada, eu tenho que te azarar via correio? Me responde logo Harry, está tudo tão tedioso, mamãe não para de dizer como odiou me mandar para Durmstrang, mas papai se mantem firme, espero que não desista, achei muito melhor que em Hogwarts, está fazendo as tarefas? Eu acabei derretendo um caldeirão novinho, me senti o próprio idiota do Finnigan, pela demora deve estar ajudando sua mãe, sabe, eu compraria um elfo, sendo sincero, tem muitos aqui em casa, poderia pegar um, não demore a me responder.

O maravilhoso Malfoy"

- Vai voltar?

- Não sei, não depois de hoje...

Segurando sua mão, Draco suspirou – Sabe que não pode fazer muita coisa agora, Dumbledore vai te cercar e usar qualquer artificio para te tirar dela, até quando tiver explosões de raiva, sei que é ruim ouvir, mas voltar é a melhor forma de não deixar ele te atingir.

Virando-se para o loiro, acariciou seu rosto, encostando sua testa na dele, não mentiria para si mesmo em dizer que nos breves momentos que lembrava de seu rosto, queria sentir mais uma vez seus lábios – Harry vem jantar – O vazio da cama era sua ideia.

Batucando os talheres, Harry era extremamente contra a ideia de voltar logo para a escola – Mesmo que ela tivesse um sistema de apoio a alunos que não quisessem voltar para suas casas – Rebobinava as cartas em sua mente até tomar coragem – E se eu ficar na casa do Draco até as aulas começarem? Não acredito que ele teria coragem de ir ali.

Querido Harry - Verônica EvansWhere stories live. Discover now