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Enzo Martins

    Cheguei na lanchonete e achei o Felipe sentado numa mesa com duas meninas, esse maluco não perde uma viu...

    Assim que eu me aproximei vi que os três tavam conversando e rindo. Comecei a reconhecer a loirinha da batida.

— E aí, parceiro - Dei um tapinha nas costas do Felipe — Resolveu não bater no meu carro hoje, loirinha? - Perguntei com um sorriso de canto enquanto ela me olhava surpresa.

— Pera, então ele é o garoto da batida? - A morena perguntou pra loira.

— Mané garoto, eu sou homem. - Falei sentando na cadeira vazia do lado do Felipe.

— Não pareceu pelo jeito que falou comigo ontem. - A loira me alfinetou.

— Então ela é a loira burra, pô. - Felipe falou depois de ter se tocado quem era ela e a loira me olhou feio enquanto a morena gargalhava da situação.

— Cala a boca, desgraça. - Chutei ele por baixo da mesa.

— A loira burra vai pra aula. - Ela disse levantando se despedindo da morena e eu ri — Tchau pra vocês.

— Pera aí, pô. - Falei com ela — Não vai nem falar teu nome?

— Pra que tu quer saber? Já tá me chamando de loira burra por aí - Disse revirando os olhos e saindo.

— Mó estressadinha essa sua amiga em. - Falei olhando pra morena.

— Pior que não, ela normalmente é super tranquila. - Respondeu levantando também — Bom, vou fazer o mesmo que ela. Até depois, gente. - Disse acenando simpática pra gente.

— Pô mano, essa morena mexeu comigo. - Felipe disse se virando pra mim quando a morena saiu do nosso campo de visão.

— Uai, mas seu tipo não são as loiras, caralho? - Perguntei franzindo a testa.

— Felipinho é de todas. - Disse sorrindo divertido — A loira não simpatizou com tu não, em.

— Você também é mó linguarudo, pô. O que tu tinha que falar na frente dela que eu chamei ela de loira burra? - Dei um tapão na cabeça desse moleque.

— É mesmo pô, nem percebi. Como você mesmo diz "saiu no automático". - Deu risada da careta que eu fiz dele usando minha própria frase contra mim.

— E não sei porque ela tá estressada, quem bateu no meu carro foi ela. - Falei sem entender qual é a dessa menina.

— Tu quer tentar entender as mulheres, irmão? - Perguntou negando com a cabeça mexendo no celular.

— Eu não. Bora pra aula que a gente ganha mais do que ficar quebrando cabeça, pô. - Eu disse pegando minha mochila e ele fez o mesmo.







Cecília Albuquerque

    Apressei os passos pra não me atrasar pra aula, até porque ter perdido o primeiro dia já foi mais que suficiente.

    Chegando na sala já fui pegando um lugar no fundo, detesto sentar na frente. Fico agoniada sentindo que o professor tá em cima de mim.

    Fiquei tranquila por nenhum professor ter chegado ainda, então quer dizer que to no horário.

    Resolvi mexer no celular pra passar o tempo enquanto o professor não chegava.


                                WhatsApp

Amandinha 💜

       Amandinha💜: Amiga? 7h32
      Amandinha 💜: Que foi cara?
      Amandinha 💜: Tu se estressou mesmo com o mlk lá, cê nem é assim
      Você: Oi amiga, tá tudo bem 07h33
Você: Acho que só to descontando nele a frustração de ter perdido o primeiro dia
Você: Mas ele ficar tirando sarro comigo também não facilita né
      Amandinha 💜: Ô amiga kkkkkkkk ele ser gato daquele jeito não facilita não?
      Você: Nem percebi
      Amandinha 💜: Aham, vai achando que me engana
      Você: Tchau Amanda kkkkkkkk

    Bloqueei o celular rindo e tirei o fichário da bolsa, já que o professor tinha entrado em sala e se apresentado.

Assim que acabou as aulas, fui direto pro campus de Direito atrás da Amanda e mandei mensagem avisando que eu já tava lá esperando por ela.

Vi os meninos de longe e comecei a fingir que tava mexendo no celular, torcendo pra aquele garoto não vir tirar onda comigo de novo.

— Oi. - Ele falou se aproximando de mim e eu respirei fundo me virando.

— Oi? - Respondi olhando nos olhos dele e puta merda... A Amanda tava certa, que garoto gato.

— Vim aqui só me desculpar pelas brincadeiras, foi sem maldade nenhuma mesmo. - Falou com o semblante sério, o que deixou ele ainda mais atraente.

— Tranquilo. - Mantive a postura — To estressada demais ultimamente também. - Falei dando uma quebrada no gelo.

— Deve ser tpm, pô. - Ele disse me fazendo arregalar os olhos na hora.

— Teu cu. - Respondi dando um tapinha no braço dele, que acabou gargalhando da minha reação — Eu deveria ter batido no seu carro com mais força. - Brinquei com ele.

— Que isso, parceira. Me avisa quando você tiver dirigindo que eu peço pra tirarem os carros da pista. - Falou irônico me fazendo segurar o riso.

— Tu gostou de tirar onda com a cara da trouxa aqui né? - Ele assentiu — Não era pra tu concordar, cara. - Falei rindo empurrando fraco o ombro dele.

— Vocês mulheres são complicadas que só a porra. Se a gente discorda tamo errado, se a gente concorda tamo errado também. - Desabafou e eu gargalhei.

— Por isso que é melhor vocês ficarem calados só obedecendo. - Respondi — O único não que vocês têm que falar é não tem problema.

— Vou seguir o seu conselho e ficar calado. - Ele disse com uma cara engraçada e eu ri — Mas antes disso eu poderia saber pelo menos o nome da trouxa? - Perguntou.

— Cecília. - Estendi a mão.

— Enzo. - Apertou minha mão me olhando nos
olhos por um tempo, mas eu desviei o olhar quebrando o contato visual.

— É... Bom, vou ali na Amanda. Tchau. - Me despedi com um sorrisinho sem graça.

— Tchau. - Sorriu de volta e eu realmente fui atrás da Amanda.



Curtam muitooo, amores!

Aquela PessoaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora