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Cecília Albuquerque

Acordei assustada quando vi que passava das 9h. Tive a sensação de estar passando pelo primeiro dia de aula de novo, mas dessa vez resolvi me dar o luxo de virar pro lado e dormir.

Quando eu acordei de novo, já era 11h e meu celular tava cheio de mensagens.




WhatsApp

Amandinha 💜

Amandinha 💜: Amiga? 8h34
Amandinha 💜: Tá tudo bem?
Amandinha 💜: Não veio pq?

📞 Chamada de voz perdida às 10h15
📞 Chamada de voz perdida às 10h40

Amandinha 💜: Porra Cecília 10h50
Amandinha 💜: Fala alguma coisa



Enzo

      Enzo: Cecília? 8h47
      Enzo: Não veio pra aula pq, maluca?
      Enzo: ? 9h30

📞 Chamada de voz perdida às 10h13




Só os puros 🍻

       Felipe: E aí, Cecília 8h56
       Felipe: Vida tá fácil mesmo, pô
       Felipe: Não vem pra faculdade e ainda deixa todo mundo preocupado 👍🏻
       Amandinha 💜: Que ódio que eu tenho quando ela faz isso 9h02



    Comecei a rir sozinha desses amigos loucos que eu tenho e respondi tranquilizando cada um. Vê se pode, ninguém pode nem tirar uma sonequinha mais.

     Levantei e fui reagir, indo escovar os dentes e tomar um banho.

     Quando eu saí do banheiro enrolada na toalha, a campainha tocou.

     Fui até a porta olhar quem era pelo olho mágico e me senti aliviada quando vi o Enzo, me fazendo abrir logo em seguida.

— Caralho, Cecília. Vai matar outro do coração c... - Foi parando de falar quando me viu de toalha.

— Bom dia pra você também, Enzo. - Falei rindo dele se distraindo comigo de toalha, dando espaço pra ele entrar.

— Por que não foi pra faculdade hoje, doida? - Perguntou lutando com os olhos pra não olhar pro meu corpo — Nem pra passar uma mensagem avisando.

— Eu acordei atrasada e resolvi me dar o luxo de dormir mais, ué. - Respondi simples.

— Não podia pegar o celular dois minutinhos pra mandar mensagem pra alguém? - Perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Não, nem pensei nisso pra ser sincera. - Admiti e ele riu — Mas da próxima vez eu juro que aviso.

— Próxima vez o caralho. Até parece que vai ficar faltando assim. - Falou todo posturado.

— E você, chatice? Saiu da faculdade mais cedo por que? - Perguntei desviando da bronca.

— Pra ver se você tava viva, ué. - Respondeu como se fosse óbvio — Some do nada sem dar sinal de vida.

— Também não é pra tanto, né. Vocês que são exagerados. - Falei cruzando os braços e a toalha quase caiu, fazendo os olhos dele pularem — Vou lá colocar uma roupa, já volto. - Deixei ele sozinho ali me babando enquanto fui vestir uma roupa.

     Quando voltei pra sala, ele tava sentado no sofá concentrado no celular. Homem lindo da porra, fico besta...

— Vou fazer café, quer? - Perguntei tirando a atenção dele do celular e ele assentiu.


Fui pra cozinha colocar a água pra esquentar na chaleira e ele veio me seguindo, parando com os braços cruzados perto de mim.

— Tá parecendo uma estátua. - Impliquei com ele.

— Você me chamou assim no dia que a gente se conheceu. - Falou me fazendo rir lembrando — Cheia de gracinha desde o início, né?

— Sim. - Respondi com um sorriso irônico.

     Tomamos café com ele resmungando o tempo todo que era hora de almoçar e não de tomar café, mas eu ignorei porque não consigo começar meu dia sem um cafézinho.

     Convenci ele a assistir um filme depois do café e me arrependi amargamente, porque ficamos uns trinta minutos discordando sobre qual filme colocar.

— Romance, Cecília? - Perguntou puto — Você deve tá me confundindo com a Amanda, não é possível.

— Fica quietinho que vai começar. - Falei colocando ele deitado no meu colo na esperança dele calar a boca e funcionou.

Obviamente ele não assistiu filme nenhum e dormiu nos primeiros dez minutos de filme.

Quando tava no final do filme, ele acordou resmungando como sempre.

— Ainda tá passando essa porra? - Perguntou me olhando com cara de sono e eu ri da indignação dele.

— Tá sim, cala a boquinha pra tia Ceci terminar de assistir. - Falei zuando e ele riu negando com a cabeça.

Ele levantou pra pegar o celular e voltou pro meu colo, me fazendo segurar um sorrisinho.

— Já to com fome, vou pedir alguma coisa aqui pra gente. - Ele falou entrando no ifood.

— Ainda bem, eu não tava nem um pouco afim de cozinhar hoje. - Fui sincera e ele riu.

— Tem alguma coisa que você não gosta de comer? - Perguntou olhando as opções.

— Sushi.

— Sushi, Cecilia? - Perguntou desacreditado me olhando.

— Sim, ué. Textura horrível, gosto estranho. - Falei fazendo careta lembrando do gosto.

— Estranha é você, papo reto. - Falou negando com a cabeça e voltando a olhar os restaurantes — Que tal frango no pote? - Perguntou sugestivo.

— Nossa, que delícia. Pede logo, rápido. - Falei com a boca salivando e ele riu, fazendo o pedido logo em seguida.

Aquela PessoaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora