44

3.6K 183 15
                                    

Enzo Martins

Pedi um almoço no ifood enquanto não dava a hora de ir atrás do professor e o Felipe fez o mesmo.

    Assim que o motoboy chegou em frente a facul, fui até lá pegar meu almoço e passar o código pra ele.

     Voltei pra onde a gente tava e o Felipe não tava mais lá, me fazendo pensar que ele tinha ido atrás do lanche dele.

      Minutos depois o Felipe chegou e sentou perto de mim com um saco do mc donald's.

— Hoje pode. - Ele se referiu ao hambúrguer dele.

— Pode nada, to aqui comendo almoço de verdade. - Discordei dele por mania.

— Beleza então, pô. Pedi batata pra você, mas já que é o senhor certinho vai ficar sem. - Falou colocando a batata de volta no saco.

— Dá aqui. - Tomei da mão dele o saco — Me comprar uma batata é o mínimo depois da confusão que tu me enfiou. - Falei o óbvio.

— Eu só não vou te responder porque to errado. - Falou de um jeito engraçado — Errei, fui mlk.

— Moleque é pouco pra descrever você, arrombado. - Falei empurrando a cabeça dele pro lado.

     Terminamos de comer e fomos até a sala do professor,  já que tinha dado o horário mesmo.

— Achei que seria só a gente e ele. - Felipe falou baixo quando viu que o professor ia enfiar a gente no meio da turma da tarde.

— Tava pensando que era um date com o sugar daddy, filho da puta? - Murmurei irônico e ele revirou os olhos dando um soco disfarçadamente em mim.

     O professor mandou a gente sentar bem nas primeiras cadeiras, me fazendo morrer de vergonha porque eu e o Felipe sempre sentamos no fundo, e nos deu o bendito novo questionário.

     Ele iniciou a aula da turma da tarde e mandou a gente se virar pra conseguir se concentrar nos questionários.

     Felipe me olhou com uma cara muito engraçada todo desesperado, provavelmente o maluco não fez questão de revisar a matéria ontem e se fudeu aí.

     Olhei pro questionário e achei bem tranquilo, até porque meu pai tinha me ajudado a responder o primeiro e eu ainda fiz uma revisão ontem pra esse segundo.

    Eu dei um chutão no Felipe porque ele não parava de balançar a porra das pernas e o professor nos deu uma encarada feia.

    Depois de responder tudo entreguei pro professor, que me liberou, me fazendo ficar esperando o Felipe do lado de fora.

— Caralho, maluco. Que desgraça era aquela em forma de papel? - Felipe me perguntou assim que saiu da sala — Tava pior do que as provas.

— Achei tranquilo, pô. - Falei e ele revirou os olhos enquanto fomos andando — Só achei pesado o conteúdo pra um questionário de 2,0 pontos.

    Assim que eu falei isso o Felipe parou de andar e me encarou sério.

— Qual foi, doido? - Perguntei franzindo a testa sem entender o porquê dele ter empacado igual mula.

— Deixa eu ver se entendi direito essa porra. - Falou tentando recapitular o que eu tinha falado — Eu passei todo esse nervoso por causa de míseros 2,0 pontos?

— Sim. - Respondi calmo e voltei a andar, escutando ele andar pisando alto atrás de mim.

— Maluco, eu vou voltar lá e tacar um asteroide naquele dinossauro fudido, papo reto. - Disse muito puto e eu segurei a risada — Ele arranjou toda essa situação por causa de DOIS PONTOS? Dois pontos, moleque? - Falou mais alto e eu empurrei ele pra calar a boca porque tinha gente olhando pra gente.

— Depois tu faz o que achar melhor. - Falei atento ao celular — Olha aí o grupo, as meninas tão falando alguma coisa de show.

— Opa, falou em rolê e eu já até esqueci que tava puto. - Falou puxando o celular dele pra olhar também, mudando de humor em segundos.

— Não to muito afim de ir não. - Falei fazendo careta e bloqueando o celular — Mó cansativo estudar o dia todo.

— Então fique em casa chupando dedo enquanto a Cecília fica lá sendo babada por outros caras. – Olhei atento pra ele assim que disse isso — Eu já não to muito bem com a Amanda, imagina se eu não for pra marcar território, pô. Perco na hora.

— Perde o que, porra? A mina nem tem nada contigo. - Dei um choque de realidade nele.

— Exatamente, vou perder o que nem é meu. - Argumentou — Ainda. - Falou esperançoso e eu discordei com a cabeça.

— Tá. - Me dei por vencido — Então eu vou também.

— Ué, não era você que ia ficar em casa por estar cansado? - Foi irônico — Não se garante não?

— Claro que me garanto, pô. Vou lá só pra não te deixar sozinho. - Falei dando de ombro chegando perto do meu carro.

— Não mete essa pra cima de mim não, moleque. Tu não dá a mínima pra mim que eu sei, tá é com medinho da Cecília encontrar outro por lá.

— Felipe, responde a merda do grupo falando que nós vamos e some da minha frente pra eu não tentar te atropelar de novo, caralho. - Falei puto e ele começou a rir levantando as mãos.

Aquela PessoaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora