Esta ficção retrata um paralelo com o cotidiano onde a pressão diária nos acarreta a olvidar de nossas próprias capacidades. Não se pode fugir da sua Natureza, aceite quem você é e lute pelos seus objetivos.
Murilo Sadi é um Adolescente de dezesset...
Hegemonia de acordo com o dicionário tem por sua definição: "1. supremacia, influência preponderante exercida por cidade, povo, país etc. sobre outros. 2. autoridade soberana; liderança, predominância ou superioridade."
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O cenário ainda era o mesmo. Ambos em pé, bailando lentamente em um pequeno espaço vago entre a cama e a mesa de leitura, por cima de um tapete de sisal tom boho, a janela permitia entrar uma brisa mais fresca do que o abafado vapor que circulava durante a tarde, isso se devia porque estava se finalizando o dia e o sol estava se pondo, nos agraciando com a esperada golden hour, o momento perfeito para roubar um primeiro beijo dele, embora meu coração atentasse de que não era a hora certa.Aquele sentimento de aconchego e o calor do corpo de Kim ao me abraçar durante a dança improvisada estavam perfeitos, eu não trocaria absolutamente nada naquele momento.
Se passaram algumas músicas até o rádio terminar de tocar a playlist que ele idealizou.
- Sei que não estamos no Palácio, mas consegui te fazer algo bom pra deixar registrado no seu coração? - disse ele com o corpo ainda colado no meu
- Não adianta, não vou elogiar, pra você não ficar se achando. - disse sorrindo olhando dentro dos seus olhos - mas obrigado por esse momento e fico muito feliz que minha mãe esteja de plantão pra que a gente não seja interrompido em nada.
- Que bom Sadi - me deu um beijo na testa e apoiando o queixo sob meu ombro direito. Tínhamos praticamente a mesma altura, então era um equilíbrio corporal adequado.
- Eu fico curioso pra descobrir qual seria a minha conexão logo - digo me virando em direção a janela apontando para o horizonte avermelhado. - vai que eu posso sair voando com você por aí em direção aquele sol beeeeem ali.
- Eu não acredito que você ainda não percebeu, Carinha.
- O que?
- Sua conexão, você já tem. Só não entendeu como funciona ainda.
- Descobri?
- Olha só para essas flores na sua mesa. - se virou para a escrivaninha onde havia alguns livros, uma pastas onde guardava meus desenhos, um pote com alguns lápis de cor, e dois copos com as flores.
- Sim, essa do copo de vidro é a que peguei em homenagem ao Tonny e a outra com a fita dourada é a que você me deu quando fui ao grupo pela primeira vez. - disse me aproximando e explicando para ele.
- Exatamente, mas me conta, porque você não colocou as duas simplesmente no mesmo copo?
- Honestamente porque eu queria ter a certeza de qual era a que você me deu. Não queria confundir.
- Eu agradeço muito por esse significado, é importante pra mim também. Sabe. Eu reparei no primeiro dia que vim aqui essa flor, imaginei que fosse a que te dei, mas ontem eu percebi que ela não murcha, olha, repara a que você trouxe essa semana, ela já não tem a vividez, nem a beleza perfeita, como a mais antiga tem. Você criou uma conexão com essa flor.
