05 GUERRA

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Abel queria entrar na floresta e agradecer ao monstro, mas seu pai e os cavaleiros proibiram.

"O dragão me curou por capricho, falaram. Mas todos voltaram vivos, ele não deve ser tão mau." pensava o príncipe curvado sobre o parapeito da janela, observando a lua banhando o topo reto das montanhas em chapadas daquela floresta.

~ ~ ~

Dez anos se passaram e o reino de Meradomum entrou em guerra contra dois vizinhos, a leste Vermont e a sudoeste Breton. Esses haviam se aliado. O rei precisou dividir seu exercito em ambas as linhas de frente. Mas por conselho de Abel enviou comerciantes e passou a influenciar os nobres de Vermont a boicotarem os investimentos de guerra de seu rei.

O jovem príncipe vivia recluso entre os livros importados de outros países. Não foi surpresa quando sua tática, de usar os barões do comércio para impedir a guerra, funcionou. O reino de Vermont se manteve estagnado e Cadmo pode atacar Breton à sudoeste com todas as forças.

Os soldados inimigos já estava marchando pelo interior do país, contudo o próprio Cadmo avançou com seu exército, reconquistando as vilas próximas a Necro, essa batalha durou semanas

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Os soldados inimigos já estava marchando pelo interior do país, contudo o próprio Cadmo avançou com seu exército, reconquistando as vilas próximas a Necro, essa batalha durou semanas. Reconquistando vilas uma a uma, seguindo a marcha com seu exército.

Enquanto isso o príncipe, de dezesseis anos, assumiu o trono como regente. Abel acompanhava por cartas todos os passos do pai que depois da conquista, havia fortificado a vila de fronteira e partido para a batalha contra Necro.

No total a guerra já completava três meses. Muitos dos camponeses fugiram das terras ao sul, enchendo as cidades principais. Mas tudo estava controlado, até que as cartas do rei pararam de chegar. Vários mensageiros foram enviados, mas nenhum retornou.

O príncipe se esforçava para conduzir o reino, enquanto ansiava por noticias do pai. Foi nesse momento de tensão, que veio o ataque de onde menos se esperava. O avô do príncipe, o rei de Dufour a nordeste traiu a antiga aliança.

Quando sua mãe foi dada em casamento, essa aliança tinha sido renovada. Mas por conta dela ter falecido, após dar a luz ao príncipe, seu avô nunca quis vê-lo. Embora sem interações entre os reino, não havia motivos para esperar uma traição dessas. Abel balançava a cabeça com tristeza enquanto ouvia a notícia.

— Porque meu avô? — lamentou baixinho.

O exercito de Dufour era muito forte, vindo de Urk, conquistou Bristol. Limitado pela falta de homens treinados, porque a maior parte estava com Cadmo no sul, as cidades foram caindo, em sequencia e rapidamente. Os nobres sobrecarregados, com o excesso de refugiados para alimentar, escolheram a rendição.

Os invasores do avô tomaram Assaph. Quando esta foi perdida, muitos conselheiros e nobres entraram em desespero.

O príncipe precisava agir, e logo — Mas o que fazer? — pensava Abel, nesse momento lembrou-se do dragão que salvou sua vida. Naquela mesma tarde se afastou de todos e discretamente cavalgou sozinho para a floresta.

Quando teve certeza de que ninguém o seguia, se arriscou a chamar pelo dragão, respeitosamente. Esperou por um minuto, então o cavalo começou a se agitar e o ar começou a esfriar. Identificando que alguém se aproximava entre as árvores, o príncipe desceu do cavalo.

— Por favor, nobre dragão, empreste seu poder. Para que esse país não caia em mãos inimigas. — disse Abel vendo o contorno de um homem se aproximando.

Mas esse contorno se tronou maior de repente. O cavalo se assustou empinando para fugir. O príncipe soltou as rédeas, sacou a espada e só teve tempo de desviar para o lado, enquanto as garras do dragão caiam sobre ele.

Conseguindo fugir, ainda correu a lamina sobre as escamas prateadas da fera. Mas nenhum arranhão causou.

Imediatamente o monstro derrama seu gás paralisante, enchendo o chão com uma neblina espessa como gelo seco.

Abel tentou se afastar, mas o chão começou a tremer e uma árvore cai na sua frente. Encurralado ele encara o dragão que sorri debochado.

— Qual o significado de lutarmos? — indaga o príncipe.

— Chame pela espada. Vamos deseje-a! — desafia a fera.

Abel estava confuso e o dragão sem lhe dar tempo escancara a boca, claramente, preparando um sopro congelante. Apertando a espada em suas mãos, o príncipe toma a decisão mais impensável, avança a toda velocidade contra a mandíbula do monstro.

Surpreso, o dragão não dispara seu sopro. Em segundos, Abel já está próximo o suficiente para atingir a língua dele com sua espada. Quando o corte começa a fera fecha sua mandíbula quebrando a espada entre os dentes e afastando o príncipe, com um movimento de sua pata gigantesca. Atingindo-o em cheio e ele rola pela grama.

O dragão cospe os fragmentos da espada.

— Hahaha... Muita coragem e pouca prudência. Vai morrer igual seu pai.

Ao ouvir que seu pai estava morto Abel tenta controlar sua raiva cerrando os dentes, mas olha com fúria para a criatura.

— Ele não está morto! Criatura agourenta!

Recebe de resposta um belo sorriso debochado e o monstro avança sem lhe dar tempo para levantar. Vendo as garras do dragão caindo sobre si, tenta saltar para longe, mas seu corpo já sentia o peso do gás paralisante.

Salvando apenas metade do corpo, é erguido pelas pernas de ponta cabeça.

O príncipe tenta lutar, com uma das mãos agarrada as escamas e a outra desfere socos contra a garra.

— Me solte seu maldito! Vamos, me sol... Ahh Grrr! — a fala é substituída por um grito de dor quando ele é lançado contra o tronco de uma árvore.

— Porque... Qual o sentido dessa luta? — o príncipe resmunga com a voz pesada, tentando se recompor

— Urgh! Mais um inútil. Morra de uma vez. — responde a criatura com desdém.

Usando todas as forças Abel levanta apoiado na árvore.

— Não posso morrer aqui... Preciso proteger meu povo!

Após essa declaração, cheia de poder, Abel vê as garras do dragão vindo em sua direção. Erguendo sua espada quebrada ao meio, o príncipe avança sem medo da morte.  

Um brilho azul corta a floresta em alta velocidade. O dragão recua a pata para não ser atingido. A espada surge e se fixa no chão propagando estacas de gelo contra o inimigo do príncipe.

Abel olha maravilhado para a bela arma de prata em sua frente. Apanha a espada e agita a lamina contra o dragão, desferindo uma rajada congelante no peito da criatura que fica cristalizada e imóvel.

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Guerra e DragãoWhere stories live. Discover now