06 TRAIÇÃO

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Admirando a espada e sentindo que vencera ele deixasse cair sentando, exausto e ainda sobre efeito do gás paralisante.

O príncipe relaxa e respira fundo. Último alívio antes dos cristais de gelo, que cobriam o monstro, começarem a estalar. Logo tudo explodiu e Abel mal conseguiu erguer o braço para proteger o rosto, dos fragmentos que voaram.

Vindo em sua direção estava o dragão em sua forma humana, cabelos prateado, olhos azuis e casaco de brocado azul e cinza.

— Obrigado pela espada. — disse a forma humana com um sorriso maldoso.

Agarrou o cabo da espada pouco acima da mão do príncipe, que também a segurava. O dragão puxou firmemente e a levantou, mas Abel não soltou, sendo por tanto, erguido junto com a espada. Indignado Abel o repreende.

— O que pensa... — não conseguiu terminar a frase, pois o dragão chutou seu estomago e o príncipe caiu, vendo o céu entre as folhas das arvores. Os olhos pesados pelo efeito paralisante se fecharam.

 ~ ~ ~

Quando acordou o sol já se punha no horizonte, o jovem estava sozinho entre as arvores. Frustrado começou a gritar, insultando e desafiando o dragão. Mas não houve resposta.

Desanimado e com dificuldade Abel se levantou e caminhou solitário. Retornou para o castelo sob os últimos raios oblíquos do sol. No palácio ninguém ousou dizer-lhe uma palavra, vendo os sinais de luta em seu corpo e o olhar desiludido, todos imaginaram onde estivera.

Na manhã seguinte Ian entrou, sem ser anunciado, na reunião de conselhos do regente que estava acontecendo. O cavaleiro leal ao rei e guardião do príncipe regente, possuía grandes olheiras e respirava ofegante.

— Eles já começaram os preparativos! Estarão aqui em dois dias! — exclamou retomando o fôlego.

— Quê! — afirmaram todos em uníssimo.

— O que faremos alteza? — quis saber o fiel cavaleiro, lançando um olhar sério e com um aceno de cabeça, indicando para que tivesse cuidado com as palavras, na frente do concelho.

Sentando-se, para manter a calma, Abel respondeu:

— Coloquem estacas a cinco metros dos portões. Posicionem arqueiros sob a muralha e recrutem todos os homens da cidade que puderam lutar.

— Mas alteza, não haverá arcos e espadas suficientes.

— Então ajunte-se pedras e facas! — ressoou firmemente.

Aquela declaração causou horror nos conselheiros. Tanto que na mesma noite alguns fugiram da cidade, escondidos, com suas famílias e criados.

"Não me assombra que tenham fugido, muitos já desistiram e entregaram aos outras cidades. Todos conhecem meu avô, é natural que escolham servi um rei experiente, ao invés de um príncipe que só conhece os livros... Por favor meu pai retorno logo, ou só restará esse palácio que defenderei com unhas e dentes. Mas sem um rei forte os nobres não lutaram..." orou.

~ ~ ~

Quando o dia chegou, a visão do exercito inimigo causou pânico. Eles avançaram calculadamente, com escudos contra as flechas e pedras. O aríete foi posicionado à frente dos portões, que não suportaram e cederam.

Uma torrente de homens entrou em violenta batalha. O príncipe lutava junto a seus soldados, ali mesmo, na rua principal.

Quando ao rivalizar força contra um maior que ele, seu corpo de jovem, não aguentou segurar a espada contra os excessivos golpes do brutamonte. A lâmina voou, mas Abel o agarrou pelo cinto e girando, conseguiu desequilibra-lo.

Guerra e DragãoWhere stories live. Discover now