17 SURPRESA

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O rei acorda com um sobre salto, lembrando-se do invasor, mas vendo-se no centro da cama, coberto pelos lençóis retoma a calma. Logo pondera com um sorriso de quem não consegue acreditar — O dragão me pós para dormir...

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No corredor externo do castelo que dava para o pátio, Abel aguardava por seu avô. Volker estava de braços cruzados e demonstrando toda sua impaciência. Assim que o rei se aproximou Abel se inclinou.

— Majestade, sinto ter que partir tão cedo, espero no futuro ser seu convidado.

O avô ergueu as mãos até seu neto e o abraçou.

— Salvou minha vida e meu reino, sempre será meu convidado. Tome cuidado Abel. Gostaria de enviar mais homens para lhe acompanhar...

— Não precisa meu avô, sei que terá que organizar seu reino agora. Retornarei com os homens que Mernes cedeu o quanto antes.

Demonstrando pela primeira vez suas emoções os olhos do rei se encheram de lágrimas e ele disse estar muito orgulhoso do neto e prometeu rogar aos céus por seu retorno seguro.

Quando Abel iria corresponder aos sentimentos do avô, Volker interrompeu a despedida assumindo a forma de dragão. Os soldados se espantaram, o rei ficou admirado, pela primeira vez fitava um dragão.

— Vamos Abel! — disse Volker imponente.

O príncipe resolver concordar com ele e rapidamente se despediu de seu avô. Subiu na garra do dragão que levantou voo.

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Mais cuidadoso Volker voava devagar e abaixo das nuvens permitindo que Abel visse todo o horizonte das terras de seu avô.

Como se pensasse em voz alta o príncipe sussurrou:

— Estamos tão perto... Poderia ver Sônia rapidamente...

Ouvindo aquilo o dragão não se conteve em provocá-lo.

— Verdade, estou com tanta saudade que poderia abraça-la...

Os olhos de Abel se encheram de raiva e ciúmes.

— Como ousa! Ela é minha esposa! — agarrando o cabo da espada ordenou — Nunca toque nela Volker é uma ordem.

Ofendido por receber ordens o dragão fechou suas garras sobre o príncipe e jogando os punhos para trás acelerou o voo.

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Finalmente chegaram ao acampamento do exército. Volker pousou próximo o que causou pânico entre os cavalos que precisaram ser controlados. O dragão colocou Abel no chão e sem dizer uma única palavra levantou voo novamente indo em direção ao território inimigo.

Ian foi o primeiro a se aproxima, reverenciando sua alteza com boas vindas e afirmando estar aliviado por ele esta portando a espada.

Rapidamente os outros oficiais se aproximaram e o príncipe foi guiado a tenda principal. Naquela tarde discutiram como avançariam.

— Vossa alteza, enviamos espiões, mas eles ainda não retornaram...

— Então aguardaremos até o amanhecer, caso não retornem avançaremos até as muralhas da cidade.

Todos concordaram e logo um novo assunto surgiu. Os oficiais enviados por Mernes estavam curiosos sobre o estado de seu rei.

— Vossa Majestade está fora de perigo, a maldição foi desfeita e ele enviou essa proclamação aos senhores... — Abel entregou a carta.

Os oficiais reconheceram o selo e a letra do rei. Alguns agradeceram o príncipe por ter salvado seu rei, outros ficaram em silêncio com a mão sobre o peito e os olhos fechados em uma prece silenciosa de gratidão e alívio. Assim Ian e Abel tiveram certeza: aqueles homens eram confiáveis e fieis ao rei.

O manto noturno foi estendido no céu. Poucos soldados estavam na vigília, a maioria dormia. Quando um vento gelado incomum veio do campo inimigo. Uma neblina fria começou a invadir as barracas, logo o alerta foi dado.

Os cavalos ficaram agitados e saído de sua tenda Abel ordenou que os levassem para a retaguarda e imaginando ser um ataque de magos desembainhou a espada e partiu para o "front".

Os soldados abriram caminho para o príncipe, mas não havia movimento no horizonte, a noite também estava muito escura. No silêncio absoluto eles começaram a ouvir os passos pesados. Ao longe viram estacas de gelo brotarem.

Abel ordenou que ficassem atrás e com um golpe no ar lançou uma rajada congelante. Quando o alvo foi atingido um urro monstruoso ecoou no ar.

A criatura que antes avançava silenciosa se tornou ameaçadora e dois grandes olhos vermelhos brotaram da escuridão acompanhados de uma rajada congelante cem vezes maior que a gerada pela espada do príncipe.

Abel cravou a espada no chão para formar uma muralha de gelo e assim proteger seus homens daquele ataque. Mas isso não foi suficiente o monstro saltou em cima da muralha e suas garras despedaçaram o gelo.

— Um dragão?... — Iam que estava ao lado do príncipe questionou — Esse não é Volker?

— Não...

Imediatamente tudo foi interrompido pelo rugir do dragão.

De sua boca saiu o gás paralisante. Iam e Abel conheciam bem aquele gás e cobriram boca e nariz ordenando a todos que fizessem o mesmo e recuassem. Enquanto o grupo de homens corria um pilar de gelo elevou Abel em direção a face do dragão. O príncipe saltou posicionando sua espada para crava-la entre os olhos da criatura. 

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Guerra e DragãoWhere stories live. Discover now