10 ARREPENDIMENTO

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O príncipe segurou o cabo da espada e com autoridade fez Volker conta tudo que estava acontecendo.

— Por que está chorando assim? Por acaso está arrependido do que fez?

Aquela forma humana tentou resistir a dar respostas. Preferia sentir a dor de não obedecer a ordens diretas do que declarar o que se passava.

Mas, por fim, vencido pela dor contou tudo que sabia.

— Para herdar a espada e usar seus poderes era necessária uma grande determinação. Mas o próprio Merak se materializar através da energia da espada só foi possível por que... Meu pai, usou a força das suas emoções. Então, quando ele me presenteou com o poder guardado na espada e, assim, me transformou em um dragão muito maior que os outros. A conexão com suas emoções, usadas na materialização, foram transmitida para mim! Aghhh! Diferente dos outros juramentos eu estou condenado a sentir todas as suas fortes emoções humanas.

Abel ficou confuso com aquelas informações e Volker continuou.

— Desde ontem minhas entranhas estão cheias do lamento que você sente... Eu não sei lidar... Eu nunca tive que lidar com essa tristeza... Por isso sinta raiva. Vamos! Prefiro sentir sua sede de vingança! 

— Não Volker... Você vai sentir essa tristeza. Esse é o seu castigo. Para que se arrependa e se torna mais humano...

— Eu não sou humano... Snif... Uff... Sou um dragão completo agora. Não basta ter que obedecer a um humano? Tenho que aguentar suas emoções também? Snif... Uff...

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Uma semana se passou e Ian chegou à torre de Assaph. Foi chocante ver o jardim transformado em cemitério. Mas essa tragédia fez com que todos os nobres de Dufour abandonarem suas bases e entregarem as cidades, antes conquistadas.

— Alteza, consegue imaginar esses nobres desistirem de lutar por medo de encarar um dragão?

— Pelo menos a perda dessas vidas não foi em vão afinal... Então conquistei o respeito através do medo, mas ainda preciso encarar meu avô antes de me voltar contra Vermont.

— Providenciarei isso alteza. Marcarei uma audiência nas fronteiras entre nossa Durhan e Monthbell.

Essas duas cidades de fronteira eram a principal rota de comercio entre as duas nações, por tanto, extremamente rica e cada uma das duas cidades eram maiores que as capitais de seus países respectivos.

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O encontro foi em uma planície afastada dos olhos curiosos. Quando o príncipe desceu da carruagem a reação do outro lado foi de espanto.

— O próprio príncipe veio negociar?

— Fiquem alerta o dragão deve estar à espreita...

Somente o líder do outro lado ficou contente e descendo do cavalo, ousou se aproximar.

— Não pensei que nos encontraríamos, ainda mais nessa situação...

— Meu tio?! Também preferia conhece-lo de outra forma...

— Ora, então sabe que sou seu tio avô! Vim representar meu irmão o rei...

— Então comecemos. Não estou interessado na vingança que me é de direito, mas está claro que não posso confiar nas promessas de uma nova aliança. Por isso, esse encontro deve servir de plataforma para o próximo, que pretendo ter com meu avô. Como sinal de boa vontade, ao menos avô e neto deveriam negociar face a face.

— Não será possível, nem necessário. Nossa aliança sempre foi ligada pelo sangue, então proponho que case com minha filha Eloisa e claro lhe cederemos parte do exercito para que enfrente Vermont e resgate Cadmo... Soube que ainda tem esperanças de encontra-lo vivo...

Guerra e DragãoWhere stories live. Discover now