Capítulo 23

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Regulus Black

Regulus entrou na sala do diretor para encontrar Dumbledore fazendo carinho na fenix em seu poleiro. A espada ainda suja de sangue está sobre sua mesa perto da travessa com doces de limão.

— Dumbledore — o professor cumprimenta.

Ele se aproxima da mesa, olhando melhor para a espada que ele sempre via apenas em exposição na parede do escritório. A única relíquia dos fundadores que não foi corrompida e transformada em horcrux.

A lâmina de prata com o nome de Godric Gryffindor suja com o sangue e o veneno de basilisco.

— É uma impressionante descoberta — Dumbledore disse ainda dando atenção a fênix.

Realmente a descoberta de que as horcruxes poderiam ser destruídas com veneno de basilisco, e ainda ter um a sua disposição — já morto — para destruir as outras. Ele esperou isso por quatorze anos, por uma chance, uma resposta, uma esperança real de vencer Voldemort de uma vez por todas.

Mas a que custo. Ele acabou de entregar a poção restauradora de mandrágora para Pomfrey ministrar nas vítimas, em algumas horas as crianças estariam bem, mas a experiência que eles viveram, esse ano será marcado na mente de todos para sempre.

Regulus sabe desde muito cedo que na guerra muitas coisas são feitas para a vitória, mas ele não se sente bem com a vida de tantas crianças na linha de fogo. Porque no final, sempre serão elas as que mais saíram machucadas, não importa quem vença. Se é que há vencedores.

— Preferiria que fosse sem tudo o que envolveu — ele responde — mas não podemos voltar no tempo.

— Correto meu jovem.

Regulus revirou os olhos e finalmente desviou o olhar da espada.

— Então, você voltou ao seu cargo, e Malfoy perdeu o dele no conselho de pais e mestres — isso é muito divertido para Regulus, ele pode sentir os lábios repuxando para um sorriso, mas ele se contém — e agora.

— Estive pensando, com as novas descobertas, finalmente podemos dar um fim ao nosso probleminha.

Regulus acenou optando por ignorar as escolhas de palavras de Dumbledore, só para não se estressar.

Pensando bem, talvez ele devesse andar com menos Grifinórios, isso sim faria bem a sua saúde mental.

— Como o sr. Potter foi quem abriu a Câmara Secreta, e o único com as habilidades necessárias para o fazer novamente, acredito que seja uma boa ideia que ele permaneça no castelo durante o verão para nos ajudar com o nosso projeto.

— Você quer que ele destrua as horcrux pessoalmente — Regulus respondeu — porque ele não foi traumatizado por uma o suficiente?

— Não pretendo contar a ele o que são.

Que bom, seria uma terrível conversa dizer a uma criança que ela está matando pedaços da alma do homem que matou seus pais.

— Então o que dirá a ele?

— Vou convidá-lo a ficar e ajudar o senhor com o recolhimento de ingredientes à base de basilisco.

— E ocasionalmente esfaquear objetos com presas deste mesmo animal.

Regulus mordeu a língua. O plano era uma merda, mas funcionaria, ele não vai discutir dessa vez. O menino estará seguro em Hogwarts, as horcruxes serão destruídas e ele terá um grande estoque de ingredientes caros e raros, considerando o ano que ele teve, Regulus aceitará as vitórias que puder.

E pelo menos dessa vez Harry terá alguma supervisão enquanto está próximo a um objeto das trevas tão terrível.

[...]

Sentado em seu local habitual, Regulus assistiu com uma mistura de felicidade e alívio a entrada dos jovens que foram petrificados durante aquele ano. A animação foi contagiante entre os alunos e até mesmo os professores.

Então começou o discurso de Dumbledore e os avisos. O diretor disse, que devido às atuais condições de Lockhart — entendesse a falta generalizada de memórias — as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas estão suspensas pelas próxima semana, é a última do ano, e não é como se qualquer um pudesse assumir e suprir toda a deficiência de aprendizado que os alunos tiveram durante todo o ano.

Falando em cancelamentos, as provas também foram. E todos vibraram como se fosse a final da copa de quadribol e a Inglaterra tivesse vencido. Regulus revirou os olhos afetuosamente para as crianças, elas merecem uma folga.

— E um agradecimento especial ao sr. Black por preparar com tanta maestria a poção que permitiu a cura de nossos alunos.

Todos o aplaudiram de pé. Regulus se levantou para fazer uma reverência, eles não precisavam agradecê-lo, ele só estava fazendo seu trabalho.

Ao se sentar ele percebeu as palmas pouco animadas da pessoa sentada ao seu lado, ele a encarou, os olhos semicerrados.

— Eu não vou inchar seu ego Black — Stevens respondeu — você sabe que fez um bom trabalho.

Ele sorriu com isso.

— Eu não fiz nada além do meu trabalho.

— Sim.

— As crianças estão felizes de ter seus amigos de volta — ele continuou e ela revirou os olhos — e de terem um bom professor que cuida deles.

— Sério? Ele está internado e sem memórias, é necessário realmente chutar um cachorro morto?

— Não sei do que está falando. Não disse nada sobre nosso colega — Regulus tomou um gole de sua bebida — se agora todos sabem que eu sou muito melhor que ele, não foi minha intenção.

Ela só revirou os olhos de novo.

— Pelo menos o ano está acabando — ela mudou de assunto — mal posso esperar para não ter que corrigir trabalhos.

— Pensei que você sentia falta de dar aulas.

— Tanto quanto sinto falta de meus parentes distantes — ela dá de ombros — depois de dois dias, no máximo, eu quero que eles desapareçam.

— Falando em parentes, Nymphadora começou o treinamento de Auror.

— Que Merlin nos proteja — ela respondeu.

Eles riram. Nymphadora Tonks foi uma força da natureza em seu tempo como aluna, como um vendaval que mexeu com a vida de muitos, para o bem e para o mal.

— Pelo menos ela está do lado da lei — ele responde.

— Ela terá autoridade para prender alguém — ela ri — já imaginou? Ela provavelmente tentaria prender alguém só por dizer o nome dela alguns anos atrás.

— Ela ainda não gosta do próprio nome, Andy é a única que o usa.

— É, ninguém quer ser azarado por causa de uma palavra — ela tomou um gole de seu suco de morango — mas mande meus parabéns a ela. Tenho certeza que ela será ótima. E falando em ex alunos, ouvi dizer que Weasley, o segundo mais velho...

— Charles?

— Isso, ele está na Romênia trabalhando com dragões.

— Impressionante, não tão surpreendente no entanto.

Charles Weasley e Nymphadora eram muito amigos em seu tempo de escola. Ele é uma versão de Hagrid focado apenas em dragões em vez de todo o tipo de criatura mortal existente.

Ele estar envolvido com eles não é surpreendente, e é bom saber que ele está fazendo algo que gosta.

Após a menção de criaturas mágicas, como se fosse um feitiço de convocação próprio, Hagrid entra pelas portas do grande salão. Completamente inocentado de todas as acusações infundadas.

Ele e as crianças — principalmente da Grifinória — parecem animados com o retorno do guarda de caça do castelo.

— Vamos aproveitar nosso banquete — Dumbledore finalizou e a comida surgiu diante a todos.

Finalmente paz, ou o máximo que se pode esperar em um lugar com tantas crianças e adolescentes.

Câmara Secreta: Regulus Black, O Mestre de Poções (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora