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𝑨𝒏𝒈𝒆𝒍 𝑭𝒍𝒐𝒓𝒚

𝐷𝑜𝑚𝑖𝑛𝑔𝑜
17:50

  Acordei assustada, soando e confusa, tive a sensação de que eu estava sendo observada, minha mão queima e coça. Minha garganta está seca e minha cabeça ainda dói pela ressaca, a única coisa que fiz hoje foi tomar banho, comer, tomar remédio, me hidratar por horas, e por último, tirar um cochilo.
A noite passada é um borrão para mim, exceto a parte em que conheci um garoto, Aiden. Mas eu tenho certeza que eu não lembrava seu nome até hoje de manhã, apenas agora seu nome roda pela minha cabeça, junto com alguns flashbacks curtos. Não lembro de muita coisa, minha cabeça está pesada e meu corpo está dolorido.
Aposto que se meu médico me ver agora, ele iria me dar uma bronca de pelo menos umas 2 horas.

  De repente, o que me vem a memória é o momento em que recebi a notícia sobre meu tumor cerebral. Richard, meu médico, mau me olhava nos olhos. Ele estava ansioso e confuso, tanto quanto eu.
Ele não parecia estar ali, não parecia que sua mente estava focada em mim. Talvez, ele estivesse tão surpreso quanto eu sobre minha morte, já que ele é amigo da minha família. Richard conhece meu pai da faculdade, e todos os problemas de saúde chamamos ele para nos ajudar. Meu pai largou a faculdade, enquanto Richard seguiu fielmente, por isso papai confia muito nele.
Papai sempre disse que Richard era um nerd, vivia com a cara nos estudos e sempre fazia de tudo por uma boa nota. Richard sempre disse que seu sonho era se tornar um excelente médico, e bom, ele conseguiu. E meu pai confia no homem de olhos fechados.
Richard se tornou alguém importante para nós, e aposto que a gente também se tornou para ele. Talvez, seu medo seja porquê ele terá que guardar esse segredo, fiz ele prometer que não diria nada, essa é minha vida, meu tumor, minha morte. E eu decido pra quem e quando irei contar.

  Aquela sensação de ser observada volta, e eu olho ao redor no quarto e percebo que pelo horário aos poucos o cômodo vai ficando escuro. Me levanto e fecho as janelas.

- Não deveria deixar as janelas abertas enquanto está sozinha em casa, anjinha - Uma voz grossa ecoa do breu do meu quarto e eu solto um grito estridente com o susto.

- QUEM ESTÁ AI? - Pergunto ofegante indo para trás, assustada, suando, tremendo. Fecho os olhos e começo a rezar, enquanto uma de minhas mãos se apoiam em meu peito, numa tentativa falha de controlar meus batimentos cardíacos - Está mesmo rezando, anjinha? Sinto lhe dizer que isso não vai ajudar muito - De repente, o flashback de Aiden me chamando de 'anjinha' vem em minha mente.

  Mas sua voz estava extremamente grossa e rouca, de um jeito...estranho...diferente.
O jeito dele fala era igual ao de Aiden, mas não era a mesma voz.

  Eu não sei como de repente passei a lembrar de tanta coisa, como tantos flashbacks invadiram minha mente ao mesmo tempo.

- Aiden? - Sussurro ainda receosa.

- Lembrou de mim? - Ele sai das sombras e a luz da rua ilumina um pouco seu rosto -  Então deu certo o que eu fiz - Ele diz baixo, mais para ele do que para mim.

  Ele é tão bonito quanto eu lembrava, o homem é extremamente sexy. Porém, isso não da o direito de ele invadir minha casa.
Não é como se eu fosse passar pano para ele, só porquê o homem é gostoso.

- O que faz aqui? -Pergunto ansiosa, nervosa.

  Afinal, ele continuava sendo um desconhecido para mim.

𝑴𝒚 𝑸𝒖𝒆𝒆𝒏 𝒐𝒇 𝑯𝒆𝒍𝒍 Where stories live. Discover now