𝑴𝒚 𝑸𝒖𝒆𝒆𝒏 𝒐𝒇 𝑯𝒆𝒍𝒍

32.

  - Por que não me contou isso antes? - Pergunto sem entender.

- Bem que eu queria, mas você está apenas focado na loira de olhos azuis - Sebastian debocha e eu estalo a língua novamente.

  A sensação de que tem algo errado me preenche outra vez.

  Isso é pelo ciúmes dele? Ou pela raiva genuína de eu estar distante?

- O que ela tem? - Ele pergunta tomando um pequeno gole do whisky.

- A pergunta é: O que ela não tem? - Falo sorrindo de canto pegando o copo e virando de uma vez oo líquido em minha boca.

- Ela é tão boa assim? - Ele pergunta com tanto deboche em sua voz que me faz respirar fundo.

- Você sabe que tenho bom gosto - Murmuro brincando.

- Sei que você rouba qualquer coisa que quer, sendo boa ou não, se você quer, você tem. Você sempre consegue - Ele diz e toma outro gole pequeno, quase apenas para molhar os lábios.

- Não. Se é boa, eu quero, se eu acho que mereço, eu pego - Falo me servindo outro copo.

- E ela já sabe sobre suas aventuras? Sobre tudo que gira em torno de você? - Ele pergunta curioso.

- Ela me conhece melhor do que qualquer um - Falo tranquilo.

- E mesmo assim aceitou você? É, ela deve te amar mesmo! Ou é muito interesseira - Ele diz e eu ergo meu olhar para ele.

  Que porra de frase foi essa?

- Não se preocupe, eu tenho certeza que ela não é interesseira. À não ser que o interesse dela seja totalmente em mim, nesse caso, não tem como culpar ela - Brinco evitando que eu estrangule meu melhor amigo - Bom, voltando aos negócios - Viro o copo de whisky outra vez e o sinto descer queimando, caminho até minha gaveta e pego todos os documentos que comprovam que o terreno e a lux são meus - Se ele insistir mesmo depois dos documentos, manda ele me procurar - Aviso e me sento na poltrona.

Sebastian pega toda aquela papelada e se joga no pequeno sofá, ele me encara por um tempo e eu ergo uma sobrancelha confuso.

- Você está feliz - Ele fiz como uma afirmação, não como uma pergunta. Tendo certeza do que está vendo.

- Estou, pela primeira vez não estou vivendo infeliz e nem procuro por vingança. Eu... apenas quero viver - Dou de ombros e apoio minhas pernas por cima da mesa.

- Você é um sortudo, filho da puta. O que você não tem? O que você quer, que ainda não conseguiu? - Ele pergunta e eu fico um tempo pensando.

  Eu realmente não sei.

  Não tenho cara de demônio papai, e acho que nem é possível eu ter uma criatura. Me assusto apenas por pensar nisso.
  Sobre casamento, isso é apenas um título, basicamente já estou casado, só preciso de um papel comprovando isso.

  Talvez, o que iria finalizar tudo com chave de ouro, é finalmente ter o inferno para mim, cumprir finalmente meu acordo com Angel. Tornar ela minha rainha.

  Só que... Não vale mais apena esse risco, Angel é preciosa demais para eu acabar perdendo por tão pouco.

- Está a horas pensando - Ele dramatiza - Pelo jeito você conseguiu tudo o que queria - Ele diz finalmente virando seu copo, fazendo uma careta amarga no final.

- E você? O que ainda não conquistou? Eu tornei você rico, pode comprar tudo o que quiser e tem um trabalho que te permite viver dentro da melhor boate do país - Falo sorrindo - Você tem dois melhores amigos que te ajudam em tudo, acho que só falta a garota. Não encontrou a sortuda ainda? - Pergunto brincando.