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- Pedro, sossega, pelo amor de Deus. - Bruno disse enquanto Pedro tentava achar um uber.

- Bruno, escuta, se a gente não achar um uber, vamos chegar atrasados e aí não vai ter lugar pra sentar. - Pedro disse enquanto andava pra lá e pra cá em meu apartamento.

- Gay não pode ficar de pé? - Eu ri com o comentário de Bruno e vi que Pedro estava realmente nervoso.

- Vou ver pelo meu, se não der peço pra Sofia fazer parada aqui, pode ser? - Disse e Pedro me encarou confuso. - Chamei ela e os amigos dela.

- Que amigos? - Bruno disse sorrindo

- Acho que só o Caick e o Gab vão.

- Gab, ouvi Pedro? - Bruno disse como um adolescente e Pedro concordou. Depois de alguns minutos conseguimos um uber e estávamos a caminho do nosso barzinho favorito, hoje teria uma noite com Karaokê. Avisei Sofia que também estava indo com os amigos, assim que chegamos achamos uma mesa, coisa que fez Bruno ficar falando como sempre dará certo no fim e Pedro o xingar por ser positivo demais.

- Boa noite, aqui é a mesa Lgbt? - Sofia disse me cumprimentando e eu ri para a garota, concordando. Eu estava entre Bruno e Pedro, me sentia com seguranças, nos seis éramos um grupo bem dinâmico, cada hora algum falava alguma merda e os outros riam.

- Vou no bar, quem vamos? - Bruno disse animado e Gab o acompanhou, Pedro continuava sua conversa com Caick sobre qual seria a música que eles cantariam, eu me sentei onde Bruno estava e virei de frente para a garota, apoiando meus pés na parte de baixo de sua cadeira.

- Quer se embriagar? - Disse sorrindo pra garota que fingiu pensar. - Prometo te deixar em casa, salva e talvez não tão sã.

- Proposta tentadora. - Sofia disse olhando pra baixo por alguns segundos e observando eu mexer nos anéis que usava. - Suas tatuagens são parte da sua personalidade, né?

- Um pouco, eu diria parte do meu charme. - Disse apoiando meu braço na mesa e ela riu.

- Sim, muito linda e convencida. - Sofia disse apertando minhas bochechas e se levantando. - Vamo?

- Vamo. - Disse e guiei a garota até o bar, encontrando os meninos no caminho, que voltavam com cerveja para a mesa. - Santino, gosta de cerveja?

- Não muito, e a senhorita?

- Geladinha desce gostoso, né? - Disse e paramos no caixa, para comprar a fixa e aí sim conseguir pegar as bebidas. - O que deseja? Eu sou fã da tequila daqui, já digo.

- Se você disse, eu topo. - A garota disse e assim fomos, pedimos e fomos até o bar. A garota parou na frente do balcão, eu estava ao seu lado, e pediu ao garçom, não pude deixar de notar que havia um cara chegando mais perto do que o necessário da garota, assim se esfregando nela. Minha primeira reação foi encara-lo e perceber que ele não pararia, coloquei minha mão na cintura de Sofia e inverti nossos lugares, mantendo a garota em minha frente, assim não dando espaço para contatos indesejados, assim tomamos nosso primeiro shot da noite e saímos em direção da mesa.

- Ei, obrigada. - Sofia disse se virando pra mim no meio do caminho e eu sorri.

- Vai te custar caro, viu? - Disse e ela riu.

- Caro quanto? A gente pode negociar algo? - Sofia disse e estávamos na mesa já.

- Vou pensar, depois te aviso. - Disse e ela concordou. - Cadê o Pedro?

- Ele já tá na fila colocando o nome dele e do Caick. - Bruno disse apontando pro garoto e eu não pude deixar de rir.

- A gente vai cantar robocop gay, amou? - Caick disse e eu concordei.

- Muito mitos. - Disse batendo na mão do garoto.

- Fer, vai cantar? - Sofia perguntou

- Tá louca? Cantar só na igreja.

- Não quer colocar o microfone na boca, né? - Bruno disse e eu revirei os olhos. - Sapatão, credo.

- Cota hétero, da licença.

- Vai se fuder, para de me invalidar. - Bruno disse me dando um leve empurrão.

- Machista. - Caick disse batendo na mesa e Sofia entrou na onda.

- Bruno, que merda você fez? - Pedro disse sério assim que chegou na mesa e me arrancou uma risada sincera.

- Como você sabe que fui eu?

- Quando tem coisa errada acontecendo foi você quem fez.

- Amor de melhores amigos! - Disse e Pedro abraçou o loiro que o xingava.

- Como vocês três não tem nenhuma ligação e ao mesmo tempo são um ótimo trio? - Sofia disse e eu levantei os ombros.

- Não faço ideia, acho que o tempo ajuda, não? - Disse e ela concordou. - Vocês três também, eu não diria que eram amigos não.

- Amém que somos, glória.

- Eita, como ela é religiosa. - Caick disse e rimos, logo nossos amigos estavam cantando no palco, enquanto isso shots e mais shots rolavam, eu já estava alegre demais com tudo, Bruno não conseguia terminar uma frase completa, Gab ria de tudo que falávamos e Sofia queria arrumar briga com quem arrumava o karaokê.

- Mano, ele tá tirando, ele tá passando aqueles dois ruins na frente. - Sofia disse brava e eu ria, Bruno e Gab haviam ido com Caick e Pedro para também cantarem. - Não ri. - Sofia disse fazendo biquinho e eu apertei suas bochechas.

- Depois eu quem sou neném. - Disse e ela me abraçou.

- Você é cheirosa, sabia?

- Não sabia, Linda. - Disse e ela respirou fundo no meu pescoço, me causando arrepios.

- Você tem quantas tatuagens? - A garota agora segurava minhas mãos e observava-as.

- Não faço ideia, nunca contei. - Disse e ela começou a contar. - Linda, tem muito mais. - Disse erguendo minha camiseta e mostrando minha barriga, a garota cobriu a boca.

- Meu deus, você tem mais onde?

- Já te mostrei demais, as outras só quem tirar minha roupa que descobre.

- Tá querendo que eu tire sua roupa? - Sofia disse e eu fingi pensar por um tempo.

- O silêncio fala mais, não acha?- Disse e Sofia saiu em direção dos amigos enquanto me xingava, já eu? Bom, eu ria da forma que a garota reagiu.

Olha Bela. - Sofia SantinoOnde histórias criam vida. Descubra agora