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Sabe quando você sabe onde quer chegar, mas não sabe como? Era isso que minha cabeça pensava, eu sabia que queria oficializar Sofia como minha namorada, mas não sabia algo bom o bastante para chegar no nível da garota.

- Bruno, me ajuda. - Disse fazendo drama pro único que me aguentava.

- Você quer dar aliança? - Ele disse me encarando e eu engoli seco. Não sabia a resposta.

- Qual sua opinião?

- Que você deveria ter jogado essa ideia pra sua pretendente e ver o quanto isso é importante pra ela. - Bruno disse me dando um tapinha na testa. - Enfim, já que não temos esse fato, vamos lidar com o que temos.

- Quase nada.

- A gente vai no shopping ver se acha alguma coisa, nem se for pra eu comer um lanche e a gente voltar. - Ele disse se levantando do meu sofá. - Anda, vai. - Ele me puxou e eu concordei. Fomos até o carro e conversávamos sobre possíveis ideias.- Buquê?

- Dei no aniversário, acho que talvez seja repetitivo.

- Colar?

- Interessante, mas não pra um pedido de namoro, não?

- Faz sentido. - Ele disse e mexia no celular enquanto eu dirigia pelas ruas de São Paulo. - Ursinho?

- Nah, ela já dorme abraçada comigo. - Disse fazendo ele rir.

- Sei lá, da um vibrador então, porra. - Ele disse estressado e eu não tive como conter meu riso.

- Boa ideia. - Disse e ele revirou os olhos. - Já tenho, não vou comprar outro.

- Não quero saber sobre seus brinquedos sexuais. - Ele disse me fazendo rir ainda mais.

- Você deveria parar de preconceito e focar no assunto que deveríamos estar resolvendo. - Disse e ele voltou a olhar pro celular.

- Jantar?

- Pensei em cozinhar algo. - Disse e ele fez uma pequena comemoração. - Qual sua sincera opinião.

- Legal, vocês tem essa programação já, não? - Concordei. - É algo bem vocês.

- Me sinta casada quando cozinhamos juntas. - Disse sorrindo e ouvi um som de fofura de meu amigo. - É Bruninho, tô apaixonada mesmo.

- Tô vendo, Sofia tacou um laço no seu pescoço e não largou mais. - Ele disse dando tapinhas em minhas costas.

- Ela pode.

- Olha isso, tomar no cu. - Ele disse bravo e eu ri.

- Você tá quase assim, nem vem. - Disse e ele deu dedo. - O que eu cozinho?

- Sei lá.

- Ajudou, obrigada. - Disse e ele riu. - Depois eu penso, vamos focar em aliança.

- Vai dar então?

- Quer saber do nosso sexo? - Disse rindo e ele revirou novamente os olhos.

- Você deve ser a maior passiva do muito, essa marra aí não engana.

- Por favor, calado. - Disse e ele riu.

- Você sabe que eu tô certo.

- Anel, vamos lá. O que você acha?

- Eu já disse.

- Eu já dou a aliança ou não?

- Sei lá, eu quem vou saber? - Ele disse indignado e eu concordei. - Você gostaria de usar?

- Sim. - Disse prestando atenção nos carros. - Olha o que esse corno fez. - Disse após buzinar para o carro da frente.

- Paz no trânsito.

- Calado.

- Se você quer usar, dê.

- E se ela não quiser?

- Aí vocês não usam. - Ele disse simples e eu concordei. - Tá, estamos caminhando com isso. - Procurei uma vaga no estacionamento enquanto Bruno continuava com as ideias.- Aliança como?

- Fina.

- Ok, sempre vejo gente dando com solitário.

- É legal, e se eu desse um colar ao invés de aliança?

- Eu não disse isso no começo?

- Não tava prestando muita atenção. - Disse e Bruno revirou os olhos, descemos do carro e fomos caminhando lado a lado. - Não sei se logo de cara uma aliança seria bom.

- Então sem aliança?

- Eu não sei. - Disse e ouvi uma risada. - Podemos ver colares e alianças, se eu achar algo compro, se não eu só vou chorar.

- Chorar nada. Nós vamos achar. - Bruno disse passando a mão sobre meu ombro. - Tem aquela loja. - Bruno apontou e eu concordei, andamos até a vitrine.

- Caralho, Bruninho, eu não faço ideia de como vou fazer isso.

- Você chega e fala, oi, quer namorar comigo? - Bruno disse e abriu uma caixinha invisível.

- Bruno, não, não vou fazer assim.

- Eu sei que não, você é muito mais romântica que eu.

- Agradeço, eu não sei, não achei nada daqui com a cara da Sofia. - Disse respirando fundo, Bruno e eu caminhamos até a outra loja, novamente nada parecia ser feito para a garota. - E se eu não achar nada?

- A gente vai no shopping mais longe.

- E se não tiver lá?

- A gente vai na 25 e compra um anel barato. - Bruno me fez rir, era exatamente por isso que eu havia pedido ajuda para ele, sabia que eu algum momento eu ficaria nervosa, também sabia que ele me faria rir e esquecer que tudo parece estar dando errado.

- Ok, não vamos na 25. - Disse e ele concordou. - Eu podia dar um colar com uma letrinha, né? - Disse e Bruno concordou.

- As pessoas vão ver.

- Não me importo, já estou bem com o fato que as pessoas querem saber quem é minha mulher.

- Então, colar com letra?

- Ou aliança.

- Puta que pariu, se decida.

- Eu não sei. - Disse nervosa e o garoto me abraçou.

Eu literalmente sabia apenas de duas coisas. Eu quero pedir Sofia em namoro e darei algo para ela para simbolizar nossa união, mas eu não sabia que seria tão complexo achar algo que eu achasse bom o suficiente para isso.

Olha Bela. - Sofia SantinoWhere stories live. Discover now