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Eram quatro da manhã e ainda estávamos no bar, na verdade a ideia de ir embora começou a se passar na cabeça de todos por agora. Ninguém estava sóbrio, na verdade estávamos bem longe disso.

- Vão ser quantos uberes? - Pedro disse encarando fixamente o celular.

- Ubers - Bruno disse enrolado.

- Definitivamente Uberes. - Pedro disse e ali se iniciou uma discussão entre os dois.

- Puta que pariu, eu, Pedro e Bruno vamos pra casa, né? - Disse, eles concordaram e voltaram a ficar na discussão.

- A gente deixa Gab na casa dele, depois Caick e aí me deixa. - Sofia disse e os garotos não estavam prestando a mínima atenção. - Minha casa é a mais longe.

- E você tá pirando que vai ficar sozinha. - Disse e Caick se juntou na conversa.

- A gente para no Gab.

- Em casa não para não.

- Verdade. - Pedro disse sorrindo e eu revirei os olhos.

- Gay, você não ia comigo?

- Esqueci de falar, vou com o Gab. - Pedro disse e eu ri.

- Se quiserem vamos pra casa, aí vocês dormem lá, é a mais perto daqui. - Disse para Sofia e Caick.

- Cabe nós quatro? - Sofia disse e eu assenti.

- Casa da Fer sempre cabe mais um, pique coração de mãe. - Bruno disse entrando na conversa e eu concordei. - Eu durmo no chão se precisar, não dá nada.

- Tem o sofá, minha cama é de casal, deve ter algum colchão de ar lá.

- Eu durmo no tapete, tá suave, sou de casa. - Bruno disse e eu concordei.

- Vamo, a gente se ajeita. - Caick disse e Sofia concordou.

- Gente, nosso Uber tá chegando. - Pedro disse e levou algumas broncas pro não ter avisado quebraria pedido.

- Tô chamando. - Bruno disse e se sentou na sarjeta, logo Pedro e Gab foram embora e nosso Uber demoraria quase dez minutos, isso depois de muitos cancelarem. - Tá perto e acho que não vai cancelar, vamos rezar. - Bruno disse e juntou as mãos, baixou a cabeça e começou a rezar.

- Ele é religioso? - Caick disse e eu neguei encarando ele, quando o garoto acabou um carro parou em nossa frente e era o nosso. - Caralho, tá com moral no céu.

- Maior anjinho desses. - Disse dando um beijo na bochecha de Bruno, entramos no carro e depois de algum tempinho estávamos na porta de meu apartamento. - Fiquem a vontade, se ajeitem aí, se quiserem tomar banho tomem, se quiserem pijama peguem, se quiserem cobertor falem. - Disse abrindo a porta, Bruno foi até meu quarto e pegou dois travesseiros, colocando um no chão e um no sofá, o garoto se deitou no chão e embalou em dormir.

- Vocês querem dividir minha cama? Eu durmo no sofá. - Disse para os dois que ainda estavam acordados.

- Não, fica tranquila, eu durmo aqui. - Caick disse se deitando no sofá. - Sofia divide contigo.

- Se não for problema por você. - Disse para a garota que negou. - Quer um cobertor? - Disse pra Caick que concordou, fui até meu quarto, trouxe um cobertor para o garoto e outro para Bruno, deixando ao seu lado. - Se precisar de algo ou me acorda, ou acorda o Bruno. - Caick concordou, eu e Sofia fomos até meu quarto, a garota se sentou na ponta da cama, enquanto eu tirava meus tênis.

- Não te atrapalha? - Sofia disse e eu neguei. - Eu durmo no chão também, tá tranquilo.

- Se não se sentir confortável eu durmo no chão, não precisa ter vergonha. - Disse abrindo meu armário e pegando um pijama limpo. - Quer? - Disse apontando pras minhas roupas e Sofia veio até meu lado, observando-as.

- Já tenho uma camiseta sua lá em casa. - Sofia disse me olhando e eu dei ombros.

- Não vai querer dormir de mini saia, vai? - Ela negou. - Pega algum aí, fica tranquila. - Disse e ela pegou um, assim indo até o meu banheiro para se vestir, aproveitei para ir pegar uma garrafa de água e quando voltei tirei minha calça e camiseta, dando tempo de apenas vestir meu shorts quando Sofia abriu a porta.

- Desculpa. - A garota disse me olhando e me fez rir. Seus olhos percorreram meus ombros, meus braços, meu abdômen, senti toda a minha pele sendo queimada por seu olhar. - Desculpa, desculpa. - Ela repetia e eu ria ainda mais.

- Pelo amor de Deus, Linda, relaxa. - Disse e coloquei a camiseta. - Trouxe água, quer? - Disse e ela negou e se deitou em minha cama, eu apaguei as luzes e acompanhei a garota, deitando na outra ponta da cama.

- Fernanda. - Ouvi a voz da garota depois de um tempo de silêncio, me virei em direção dela e senti meu braço sendo puxado. - Você não precisa quase cair da cama, cabe nós duas aqui, eu não mordo.

- Tá tranquilo, não quero te deixar desconfortável. - Disse e ela se mexeu em minha direção, deitando ao meu lado, sua mão repousou em meu ombro e fazia carinho com as unhas.

- Vem mais pro meio, eu não fico desconfortável perto de você. - A garota disse e me puxou em direção dela, me deixando de barriga para baixo. - Você é uma chata, sabia?

- Você gosta. - Disse e ouvi um barulho de surpresa. - Já é a segunda vez na minha casa em duas semanas de amizade.

- Você é uma convencida, sabia?

- Já me disse isso hoje, Santino, disse também que sou cheirosa e linda, acho que tá apaixonada. - Disse e senti a garota me dar um leve tapa.

- Com certeza que tô apaixonada por você, você tem cara de quem não presta.

- Pelo amor, sou a maior romântica do mundo.

- Com certeza, deve usar as mesmas frases feitas pra todas. - Sofia disse e eu revirei os olhos.

- Eu não sou disso não. - Disse me colocando de frente à garota, podia ver alguns traços de seu rosto por conta de luz que vinha da rua.

- Deve usar a das tatuagens com algumas, tenho certeza.

- Quem disse que foi uma cantada?

- Pedir pra deixar pelada não é cantada?

- É fortalecimento de amizade, não?

- Sim, isso mesmo, entendi errado. - Ela disse e eu ri pra garota.

- Santino, vou dormir, boa noite. - Disse me ajeitando e assim adormeci.

Olha Bela. - Sofia SantinoWhere stories live. Discover now