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- Vocês precisam parar de rir e me ajudar. - Disse parada na frente dos meus amigos que riam de mim.

- Fe, garanto que não vai ser a comida que ela vai prestar atenção. - Pedro disse e eu revirei os olhos.

- Sério, gente, o que eu cozinho que é bom?

- Sei lá, você mal faz coisa pra gente. - Bruno disse e a discussão teve o foco mudado.

- Gente, foca no problema real, risoto?

- Ela quer impressionar, né? - Bruno disse e eu lhe dei dedo do meio. Estávamos na casa de Bruno, havia vindo aqui para pedir ajuda aos meus amigos, mas foi uma péssima ideia.

- Gente, sei lá, só quero fazer algo bom, tô com medo de ficar terrível. - Disse me sentando entre os garotos e colocando meu rosto em minha mão.

- Fe, vai ficar bom, realmente acho que ela topou pela sua companhia e não pela comida. - Pedro disse e Bruno concordou enquanto me abraçava. - Você cozinha bem, é claro que vai ficar bom.

- Seus risotos são ótimos, você devia fazer pra mim. - Bruno disse e eu sorri.

- Eu amo vocês, mesmo que vocês as vezes sejam chatos. - Disse e demos um abraço. - Preciso ir no mercado agora, pra dar tempo. - Disse e me levantei, os meninos me desejaram boa sorte e me disseram pra eu contar tudo. Eu fui pra casa, tomei um banho, troquei de roupa, peguei o que tinha em casa e fui para o mercado para comprar o que faltava.

Quando cheguei no andar de Sofia a garota já me esperava na porta, ela me ajudou com as sacolas que eu carregava.

- Boa noite, cozinheira. - Sofia disse e eu sorri.

- Boa noite, Santino. - Disse colocando as sacolas sobre o balcão. - Oi, como você tá? - Disse abaixando e estendendo a mão para Bella, que me cheirou e foi se aproximando, deixando com que eu passasse a mão em seus pelos. - Oh meu deus, que amor.

- Ela gosta de mulher, uma safada. - Sofia disse enquanto olhava as sacolas. - O que eu coloco na geladeira? - Me levantei e a ajudei a guardar o que precisava.

- Amei o conceito do seu look. - Disse a observando e ela fez um pose, a garota estava de pijama.

- Obrigada, se quiser me doar roupa. - Neguei para a garota. - Por onde começamos?

- Linda, começamos não, senta aí. - Disse repousando minha mão na cintura dela e a empurrando levemente.

- Eu vou ficar só olhando?

- Sim, aproveita pra me admirar. - Disse e pisquei pra garota, assim comecei a receita, tentava prestar atenção em tudo que estava fazendo pra nada dar errado, Sofia conversava comigo o tempo todo e as vezes eu me desconcentrava a olhar pra garota. - Você acredita que eu aprendi a cozinhar quando minha mãe engravidou?

- Você tem irmão mais novo? - Sofia disse e eu assenti com a cabeça. - Quantos anos mais novo?

- Ele tem acho que uns 3 anos, tinha tipo uns 18 quando ele nasceu, foi uma loucura.

- Como isso ocorreu?

- Minha mãe é nova pra caralho, ela tem trinta e nove. - Disse e Sofia se surpreendeu. - Aí, tipo, meu pai não tem, né? Aí, quando eu cresci minha mãe começou a sair um pouco, nisso ela conheceu um cara, aí veio o Matheo.

- Fernanda e Matheo, não são nomes de irmãos.

- É que eu não chamo Fernanda, né? - Disse rindo e ela me olhou confusa - Prazer, Maria Fernanda, minha mãe gostou de colocar M no início de nós dois. - Disse estendendo a mão pra ela que estava surpresa.

- Maria? - Concordei - Nunca ia imaginar, você chama Maria? - Concordei rindo. - Vou te chamar de Maria agora.

- Você para, nem brinca com isso. - Disse e ela fez biquinho. - E você para de jogar sujo com esse bico. - Disse enquanto desligava o fogo. - Pronto, tudo prontinho. - Disse e Sofia veio até meu lado e olhou para panela. - Achou bonito?

- Sim, mas ainda não superou a cozinheira. - Sofia disse e me entregou um prato, nos servimos se sentamos para comer, Sofia dizia o quanto estava bom e que não estava botando fé.

- Tá vendo, né? Você acha que sou o que? Eu disse que sou romântica, faço jantar à luz de velas se quiser. - Disse e ela me deu um empurrãozinho.

- Tá querendo me namorar e não sabe pedir, é?

- Sim. - Disse a encarando e suas bochechas ficaram vermelhas.

- Sua cara nem treme. - Sofia disse desviando o olhar. - Quanto você gastou? A gente divide.

- Tá chapando? - Disse e Sofia negou. - Não, pode parar, eu quis fazer.

- Já tô te devendo duas coisas e agora tô devendo dinheiro.

- Tem um jeito da gente resolver isso, Santino. - Disse me levantando e levando nossos pratos até a pia, Sofia me olhava.

- Qual? - A garota disse e eu comecei a lavar os pratos. - Para de lavar, vem aqui. - Sofia disse e eu neguei, terminando de lavar os pratos e aí sim indo até a garota.

- Tô aqui.

- Qual jeito? - Sofia disse me olhando e eu passei a língua entre os lábios, meu olhar percorria o rosto de Santino que estava com um sorriso convidativo nos lábios.

- Você sabe. - Disse e ela negou. - Então não vai saber. - Disse e me sentei no sofá, Sofia veio atrás de mim, ficando ao meu lado.

- Não vou aceitar que eu não te pague.

- Um beijo tá pago. - Disse rapidamente e um sorriso envergonhado surgiu no rosto da garota. - Se quiser, se não podemos dividir o dinheiro.

- Você é uma idiota, sabia? - Sofia disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, descendo seu dedo até minha corrente e a arrumando. - Você realmente achou que eu não ia querer te beijar?

- Você é bastante areia, Santino, não sei se meu caminhãozinho aguenta. - Disse fazendo ela rir.

- Eu deixo você fazer várias viagens se precisar. - Sofia disse e eu ri sem graça.

- Me chamou de feia? - Disse e ela empurrou meu rosto de leve.

- Sim, acho você horrorosa. - A garota disse com ironia e eu encarava seus olhos, depois seus lábios. - Claro que eu te acho linda.

- É? - Disse me aproximando.

- É. - Ela disse antes de nossos lábios se encontrarem. Sofia era inexplicavelmente aveludada, seus lábios, sua pele e seus cabelos eram macios, a pressa não estava presente, nossa calma e apreciação reinavam.

Olha Bela. - Sofia SantinoWhere stories live. Discover now