Definitivamente eu estava apegada em Sofia e eu não sei o quanto isso é bom. Na verdade, eu estava apenas aproveitando todas nossas saídas e momentos juntas. Hoje eu convidei ela para tomar um café juntas, a garota aceitou na hora, já sabia que ela amava café, talvez tenha sido planejado. Eu já havia trazido ela nessa cafeteria, eu realmente tinha eu amor por ela, seu espaço era bonito e aconchegante, os atendentes eram simpáticos e tudo era gostoso. Sofia confirmou após experimentá-la, quando a chamei para voltar lá ela nem pensou duas vezes para aceitar.
- Esse lugar é muito você. - Sofia disse e eu sorri. - Tipo, você por dentro, você por fora não.
- Sou diferente?
- Sim, pensei que você fosse de outro jeito, não toda dramática e fofinha. - Ela disse apertando minha bochecha e eu revirei os olhos. - Olha aí.
- Eu não sou dramática e fofinha. - Disse e ela riu.
- Você pode até tentar enganar os outros, mas eu não engana mais não. - Ela disse sorrindo. - Antes de te conhecer pessoalmente eu via suas coisas na internet e achava que você era super brava e fechada, só acertei que você é convencida, sempre achei isso pelos seus vídeos biscoitando.
- Que absurdo, eu não sou convencida. - Disse e ela não deu bola. - Santino, eu não sou convencida.
- Nossa, esse café tá muito bom. - Sofia disse e eu a empurrei levemente, a garota continuou mudando de assunto.
- Santino, posso te contar uma coisa? - Disse e a garota voltou a colocar a atenção em mim.
- Pode, estou ouvindo.
- Você é muito linda. - Disse passando o braço atrás da garota e dando um beijinho em seu ombro. Sofia virou o rosto. - Posso te contar outra? - Ela concordou. - Você foi a primeira pessoa que eu trouxe aqui. - Disse e ela me encarou.
- Eu? - Concordei. - Oxi, mas logo eu?
- Sim, me sinto confortável com você ao ponto de não sentir ciúmes do meu lugar. - Disse e ela deu um sorriso, eu amava quando ela sorria desse jeito.
- Você é convencida, mas também é uma graça. - Sofia disse e eu lhe mostrei a língua.
- Não sei se agradeço. - Disse fazendo carinho nas costas da garota.
- Agora esse não é mais o seu lugar, é o nosso. - Sofia diz e eu neguei.
- Não, sem roubo, ele ainda continua sendo meu. - Disse fingindo estar brava e Sofia riu.
- Gatinha, eu já roubei. - Ela disse arrumando meu colar e eu ri nasalado.
- Você se engana, Linda. - Disse e me levantei. - Vou pagar. - Disse e fui em direção ao caixa, quando voltei Sofia estava na frente do café, junto de uma adolescente.
- Meu deus, vocês estão juntas? - Ela disse olhando pra Sofia assim que me viu. - Vi várias teorias no tiktok, mas não tava acreditando. - Eu não sabia o que dizer, nunca sabia o que responder quando se referiam a minha vida pessoal.
- Eu? Com alguém? - Sofia disse rindo e eu apenas olhava a cena. - Somos amigas. - Eu concordei ao seu lado, a garota pediu uma foto comigo e logo foi embora.
- Você nunca namorou? - Disse, enquanto entrávamos no carro e Sofia negou. - Sério, Santino?
- Sim, você já?
- Uma vez, mas faz um tempinho. - Disse enquanto olhava Sofia se ajeitar para dirigir.
- Um tempinho quanto?
- Eu terminei quando tinha dezessete, foram um ano e pouco namorando, mas não era nada saudável. - Disse e a garota assentiu.
- Você se arrepende? - Ela disse prestando atenção no trânsito.
- Nah, mas também não chegaria nem perto de repetir, só passou. - Disse e ouvi uma risada de Sofia.
- Foi tão ruim assim?
- Foi, Linda, acredita em mim. - Disse lembrando de algumas memórias. - Era na base da dependência, sabe? Nisso eu me sujeitava a coisas que não são normais em um relacionamento. - Disse e Sofia ouvia atentamente.
- Mas você acha que namoros são ruins, ou que sua experiência foi ruim?
- Minha experiência, mas se não tivesse tido ela capaz de não ter entendido como deve funcionar um namoro. - Disse e eu me sentia leve conversando com Sofia. - Eu quero um dia namorar, casar, talvez ter filhos, com certeza ter bichinhos. - Sofia sorriu - Mas pra eu entrar nisso eu tenho que ter certeza, não gosto de afobação.
- As pessoas parecem ser desesperadas em não ficarem solteiras. - Sofia disse e eu concordei.
- Acho que isso já mostra que elas não podem namorar, eu acredito na teoria que primeiro temos que amar quem somos, pra depois conseguir amar outra pessoa. - Disse e Sofia concordou, continuamos conversando sobre sentimentos e planos futuros até Sofia parar na frente de meu prédio.
- Prontinho, entregue. - Sofia disse e eu tirei o cinto.
- Obrigada, Linda. - Disse e lhe dei um selinho. - Me avisa quando chegar, ok? Toma cuidado. - Disse levemente inclinada em direção da garota, ficando a observando.
- Ok, Gatinha. - Santino disse e me deu mais um beijinho.
- Até, Santino.
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