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Assim que abri a porta vi Sofia, a garota estava prestes a entrar no quarto.

- Os meninos pediram pra ver se você tinha dormido. - Ela disse com vergonha e eu sorri.

- Acho que você quem ficou com saudade. - Disse implicando com a garota que suspirou.

- Você é convencida, né?

- Claro, uma mulher linda dessas me chamou de linda, cheirosa. - Disse apontando pra garota que negou. - Não sou?

- Não, nunca mais te elogio e nem te dou chance. - Sofia disse se virando para voltar pra sala e eu a puxei pela cintura, fazendo com que ficássemos próximas.

- Nunca mais? - Disse olhando nos olhos da garota e ela engoliu seco.

- Sim, Maria Fernanda. - Ela disse retribuindo o olhar.

- Eu acho que eu mereço. - Disse e ela negou. - Não?

- Não, você se acha demais e no fim nós duas vamos nos machucar, sem mais. - A garota disse se desvencilhando de mim e eu a acompanhei, mas minha mente ficou em suas palavras.

- Finalmente, bora ver um filme? - Bruno disse e eu concordei, aparentemente eles haviam escolhido o filme, Telefone Preto. Nos ajeitamos, Bruno e Pedro se deitaram no chão, Sofia e eu dividíamos meu sofá, entretanto estávamos cada uma em uma ponta.

O filme se iniciou e todos estavam prestando atenção, mas eu estava angustiada assistindo, era bom, mas estava sentindo algo ruim. Olhei para o lado e vi que Santino estava observando atentamente a tela, porém se virou ao perceber meu olhar, eu me mexi, me aproximando dela.

- Posso ficar mais perto? Eu tô com uma sensação ruim. - Disse em seu ouvido e ela me abraçou, me encaixei na garota e ficamos assim. Bruno e Pedro faziam comentários engraçadinhos durante o filme, o que acabava por descontrair um pouco.

- Tá se sentindo melhor? - Sofia disse baixo e eu concordei. - Eu sei que eu disse que não ia falar mais, mas você é linda. - Eu sorri de maneira boba e me encaixei no pescoço de Sofia, deixando alguns cheiros e beijinhos ali.

- Não chego nem ao seus pés. - Disse e senti uma mão em meus cabelos, eu dormiria facilmente ali. Ficamos nos fazendo carinho sem segundas intenções, apenas afeto. O filme passava, mas minha cabeça ainda ficava nas palavras que Santino havia dito, iríamos no machucar no fim. - Linda, eu não vou te machucar. - Disse em seu ouvido e não tive resposta, a garota apenas me puxou pra deitar novamente.

Mesmo quebra tivéssemos conversado eu me questionava se Sofia tinha medo de se envolver, ou se talvez ela não quisesse ter a possibilidade de se envolver comigo. Eu martelava em minha cabeça: O que eu teria de tão ruim assim?

O filme parou de ser tão interessante assim, apenas olhava para ele, mas não entendia nada mais, eu queria entender mesmo era a garota ao meu lado.

Eu me levantei devagar e vi os olhos castanhos da garota olhando meus movimentos, apenas ignorei, fui até a cozinha e me sentei nas banquetas que haviam ali, enquanto tomava um copo de água.

- Você tá bem? - Me assustei ao senti uma mão em minha cintura e um queixo repousado em meu ombro, apenas concordei com a cabeça e continuei olhando para meu copo. - Não tá, foi o filme? - Neguei.

- Tá tudo bem. - Disse baixo e ela suspirou, deixou beijinhos em meu ombro.

- Fui eu? - Fiquei quieta. - A gente não tem nada, né?

- Não, somos amigas. - Disse e ela continuava encaixada em mim.

- É, somos amigas, mas não era disso que eu estava falando. - Ela disse e o silêncio apenas não existia por conta do filme.

- Eu acho que a gente deveria conversar. - Disse e ela se separou de mim, mas eu queria dormir com ela encaixada em mim. - Não tô com a cabeça muito boa, acho que o pequeno me cansou. - Disse dando uma risada sem graça.

- Você quer que a gente vá embora? - Neguei.

- Se quiser dormir aí pode dormir, se não termina de ver o filme. - Disse me levantando e Sofia me prendeu entre seus braços.

- Você quer companhia?

- Não sei. - Disse sincera enquanto olhava o rosto da garota, ela era linda, muito linda. - Você acha que foi errado? - Disse sem pensar.

- O que? - Ela disse e eu não respondi. - A gente ficar?

- É.

- Eu não me arrependo e você? - Neguei. - Acho que não então.

- Você acha que eu vou te machucar.

- Eu acho que a gente vai se machucar, eu sou complicada.

- Isso não te dá o direito de pensar que vai ser assim, caso a gente gere algo. - Disse e ela respirou fundo. - Desculpa, é que eu realmente acho que as coisas não funcionam assim.

- Tudo bem, mas eu acho. - Ela disse séria e eu podia sentir meus olhos arderem um pouco. - Acho que é melhor eu ir embora, a gente se fala melhor outra hora. - Ela disse me olhando a espera de uma resposta.

- Eu posso te dar um beijo? - Disse olhando por todo o rosto da garota, ela balançou a cabeça fracamente para cima e para baixo. - Mesmo que você ache que isso termine em machucados?

- Mesmo. - Ela disse e me beijou, era mais calmo do que todos os anteriores, Sofia colocou a mão em minha cintura e não tinha pressa, era como se tivéssemos a vida inteira. Eu acariciava seu rosto e descia lentamente minhas mãos, para chegar em sua cintura, era quente, intenso, mas era calmo, pacífico.

Sofia era como fogo, ela me deixava quente, confortável, mas parecia que eu não podia chegar perto demais, se não ela fugiria por medo de me queimar.

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Olha Bela. - Sofia SantinoWhere stories live. Discover now