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- Boa noite, Linda. - Disse assim que Sofia entrou em meu carro.

- Oi, Fernanda. - Ela disse me dando um beijo na bochecha.

- Fernanda. - Disse pra ela que sorriu. - Sou sua gatinha, não sou Fernanda. - Disse me aproximando dela.

- Me esqueci, Gatinha. - Sofia disse me dando um selinho. - Não vou esquecer mais, ok? - Ela disse e eu concordei sorrindo.

- Fico feliz, Linda. - Disse me ajeitando no banco para partir. - Você me explica o caminho ou coloca aí no waze? - Disse para a garota que passou a me indicar o caminho. Eu prestava atenção nas direções que ela dizia, mas não podia aguentar a não olhar pra ela e deixar minha mão em sua coxa, apenas retirando quando precisava mudar a marcha.

- Eu não me canso de dizer que você é sem vergonha. - Sofia disse pegando minha mão e colocando sobre o volante.

- Amor, não faz assim comigo. - Disse fazendo drama e ela ficou vermelha. - Você é malvada. - Disse prestando atenção na curva que teria que fazer.

- Você precisa prestar atenção no trânsito. - Sofia disse e eu fiz um biquinho. Minha atenção foi tomada pela música.

- Quero sonhar com você, dormir do seu lado.- Disse  olhando pra Sofia. - Quero estar com você, sem tempo contado. - Disse e ela sorriu envergonhada e negou com a cabeça.

- Para disso, Maria Fernanda. - Ela disse e apontou pra onde eu deveria ir.

- Sei que já disse antes, mas tô nem aí, vou repetir. - Disse e ela abaixou o rádio. - Santino, você me odeia? - Disse e ela pulou a música, não me respondendo. - Odeia.

- Não odeio, Maria Fernanda. - Ela disse séria e eu apenas fiquei quieta, obedecendo o caminho que ela ditava. Não demoramos mais que quinze minutos pra chegar, mas o silêncio era a maior coisa daquele carro, sendo também do elevador e da espera até Duda abrir a porta.

- Oi! - Duda disse animada, ela estava bêbada. - Entrem, entrem. - Duda disse e Sofia entrou em minha frente.

- Boa noite, como você tá querida? - Disse a abraçando e ela retribuiu.

- Bem, muito bem. - Ela disse me fazendo rir. - Vamos pegar algo pra vocês beberem. - Ela disse e eu neguei, dizendo que estava dirigindo.

- Eu quero. - Sofia disse e foi com a garota, enquanto eu me sentei com os meninos e entrei na conversa. Sofia sentou longe de mim, eu a encarava, ela estava quieta, eu não entendia. Depois de horas conversando e vendo a garota levantando inúmeras vezes pra pegar mais uma garrafa para beber, me levantei, fui em direção do banheiro e me sentei no vaso, apenas apoiando minha cabeça na parede e ficando ali.

- Fe? - Ouvi uma voz me chamar e me levantei, abrindo a porta. - Tá tudo bem? - Vi Gab me olhando e eu concordei com a cabeça, ele abriu os braços e me abraçou. - Sou amigo da Sofia, mas também sou seu amigo.

- Obrigada, Gab. - Disse e respirei fundo. - Eu acho que fiz merda com a Sofia, ela me deixa feliz e eu sempre faço merda quando tô feliz. - Disse dando um risadinha e ele negou.

- Sofia é complicada de lidar as vezes, todos somos, né? - Eu concordei. - Conversa com ela, quando ela tiver sóbria.

- Eu vou, não quis estragar mais a noite dela. - Ele concordou e passou o braço por meu pescoço.

- Vamos voltar, vem. - Ele disse e me puxou junto a ele, fazendo com que Sofia nos olhasse, eu saí de perto do garoto e sentei ao seu lado.

- Oi. - Disse baixo.

- Oi. - Ela disse e estendeu a garrafa que estava na mão.

- Tô dirigindo, melhor não. - Disse e ela concordou, havia uma bolha nossa ali, parecia que a conversa que rolava não atrapalhava em nada. - Eu não sei o que eu te fiz, mas desculpa.

- Tá tudo bem, ok? - Ela disse e se deitou em meu ombro.

- Depois a gente vai conversa, tá? - Disse e ela não me respondeu.

- Eu tô com sono. - Ela disse e eu a abracei de lado. - Você vai me levar embora?

- Vou, você quer ir? - Ela respondeu que não sabia. Ficamos por mais um tempo, mas a garota dormiu em meu ombro, era mais que hora de irmos embora. Descemos o prédio e entramos no carro, o silêncio permanecia, mas não com o mesmo peso de antes.-  Não quero que a gente acabe.

- O que você tá falando? - Disse enquanto dirigia pelas ruas da madrugada de São Paulo para o apartamento da garota.

- Eu não quero ter que colocar um fim nisso. - Ela disse olhando pra baixo, eu queria parar o carro e olhar em seus olhos, mas pela nossa segurança continuei o mais rápido que pude até a casa dela.

- A gente não precisa de um fim, Linda. - Disse tensa e ela soltou um soluço.

- Não deixa as coisas mais complicadas me chamando de Linda. - Ela disse e eu não questionei, esperei para ver se a garota continuava. - Você e eu não vamos dar certo, você é você.

- Sim, eu sou eu e você é você. - Disse e ela fez um barulho de reprovação. - Linda, desculpa, Sofia não tô entendendo na onde você quer chegar.

- No nosso final. - Ela disse sem delongas e eu engolir seco. - Nunca dá certo, eu não sou pra isso, eu talvez não mereça isso. Eu tô me apegando em você, eu tô me acostumando com você na minha vida e quando você for embora, tudo vai se partir.

- Linda, eu não vou embora. - Disse e estacionei o carro na rua de Sofia. - Ei, vamos, eu subo contigo e depois vou pra casa. - Disse saindo do carro e a garota me acompanhou, o silêncio voltou, subimos até o apartamento da garota e Bella nos recepcionou.

- Senta. - Ela disse e eu fiz. - Você vai embora.- Ela disse me olhando com os olhos marejados, eu me levantei e abracei a garota.

- Santino, eu não vou embora. - Disse deixando um beijo no topo de sua cabeça. - Eu tô aqui. - Disse começando a fazer carinho na garota que chorava.

- Agora você tá aqui, mas você vai achar alguém melhor. - Ela disse e eu neguei.

- Linda, se eu quisesse conhecer outro alguém, eu estaria procurando. - Disse dando uma risada sem graça e ela me encarou. - Eu quero te conhecer, eu não tô aqui falando que tenho certeza que vamos casar, mas eu quero conhecer você, quero te mostrar exatamente quem eu sou e quero conhecer exatamente quem você é. - Disse acariciando o rosto da garota. - Linda, você faz eu me sentir bem, eu gosto disso.

- Você deve tá me achando louca e possessiva.

- Linda, você acha mesmo que eu nunca me questionei sobre o que eu sinto em relação a você e o que você sente em relação a mim? - Disse ainda focada em seus olhos. - Eu gostaria realmente de curtir a gente, por mim a gente deixa acontecer do jeito que for.

- Mas se for engano, me avise. - Ela disse e eu sorri, deixando um beijinho em seu nariz.

- Linda, a gente pode conversar mais disso amanhã? - Disse e ela sussurrou "talvez". - Agora vai tomar um banho e deitar, se não você vai dormir aqui.

- Dorme aqui. - Sofia disse me abraçando e eu deixei beijinhos em sua cabeça.

- Você quer dormir comigo? - Disse erguendo a cabeça dela e olhando em seus olhos.

- Bella que pediu, né filha? - Ela disse me fazendo rir, deixei um selinho em seus lábios e fomos nós ajeitar para dormir.

Olha Bela. - Sofia SantinoWhere stories live. Discover now