A filha do capitão Jack Sparrow

Consequências cruéis

    Confesso que estava com muito medo do que viria a acontecer. Então deixei meu pai á sós com os outros homens. Posso afirmar que foi algo bastante difícil. Subi para onde ficava a roda do leme, e por lá fiquei trêmula e  amedrontada. Pensei que poderia fugir, ou algo assim. -Meu Deus o que fiz na minha vida? (murmurei comigo mesma). Não esperava todo esse abalo emocional. O que posso fazer? (Pensei). Talvez fugir daqui seria a solução. Estava me sentindo um lixo por fazer aquilo com o homem que me deu a vida. Logo um frio na barriga veio quando vi o tio Gibbs subir para onde eu estava. Ele estava me evitando! Que consequência mais cruel. Tio Gibbs era como se fosse um segundo pai para mim. Mas...já sei o que fazer. O que um pirata pode gostar mais do que dinheiro? Questionei comigo mesma em meio a devaneios. Quando desci até as pequenas escadas em direção ao pátio  principal, percebi um barulho muito estranho que vinha logo atrás. Era um navio inimigo. O temível Avassalador. Dos mesmos homens a qual havia aceitado o tal suborno. Minhas mãos gelaram! Meu corpo começou a tremer ao ouvir o início dos insultos que o tal dirigia ao meu pai. -Apareça Sparrow! Vamos meu caro, se prepare para ter a sua cabeça cortada como dos outros imundos que capturamos! 

Meu pai nada fez. Apenas tirou a espada da bainha e foi até onde o homem estava. -O que quer amigo? Não tenho tempo para pilhérias, faça-me o favor de desaparecer dos meus olhos, estou velho e já não há mais paciência com inimigos imbecis e idiotas. Disse meu pai num tom irônico. Sem que vínhamos a perceber, não sei como explicar, um dos homens do maldito pulou atrás de nós e conseguiu atingir o meu pai. Nesta hora me senti muito pior do que nunca antes. Pois sabia que aquilo fora tudo culpa minha. -PAI! Gritei incansavelmente com os olhos molhados com lágrimas repletas de tristeza e remorso. Só sei que congelei no lugar. Foi uma correria só. Cada um dos homens de nossa tripulação corriam de um lado a outro tentando socorrer o meu pai, que só havia sangue escorrendo dos seus braços. Seus lábios esbranquiçaram como de um defunto. Não podia acreditar, minha mente estava a mil. Muitos dos nossos homens morreram na invasão. E ainda pra piorar, quando ele estava ao lado do meu pai, jogou um saco de moedas agradecendo pela preciosa informação. Meu pai abriu os olhos, e infelizmente consegui ver uma lágrima escorrendo dos seus olhos. Tenho certeza que era de decepção e desgosto.