08.

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" Passear, rever amigos, conduzir boas novas "

Mariana Lima

Eu comi bolo e muito doce, amo aniversários, principalmente as comidas. Tomei tanto refrigerante que agora tô sentindo minha bexiga arder e a vontade de usar o banheiro atacou, saio da sala e ando pelos corredores caçando o banheiro, pra que uma casa desse tamanho?

Abro uma porta e vejo a cena mais estranha que eu poderia ter visto hoje; Caio mijando com um baseado na boca.

— Aí meu Deus. — falo rapido e fecho a porta sem graça e me encosto na parede ao lado.

Ouço sua risada e fecho os olhos tentando reprimir a vergonha que eu estava sentindo. Ouço a porta ser aberta e abro os olhos, ele encosta no batente da porta e me encara debochado.

— Licença. — paro na porta de frente pra ele. O certo é ignorar e fingir que não aconteceu nada, assim ele esquece. — Tá surdo? — pergunto e ele solta a fumaça na minha cara e eu acabo tossindo. — Uau. O Caio que eu conhecia nunca colocaria um desse na boca! — alfineto debochando.

— Seu problema é esse, achar que ainda me conhece. — se desenconta e fala com o tom de voz grosso. — Me erra Mariana! — ele sai do banheiro passando por mim esbarrando no meu ombro quase me levando junto com ele.

Não falei nada de errado. Ele pode destratar os outros e falar barbaridades com qualquer um, agora quando alguém age da mesma forma que ele, ele acha ruim? É de foder mesmo um negócio desse.

Entro no banheiro e tranco, faço minhas necessidades e saio rapidamente. Volto para a sala e o Caio estava jogado em um sofá com o baseado na boca. Lucas comendo mais bolo, Agnes e Carol conversando e Dona Vilma e Madrinha guardando as coisas em tapoes.

O restante do pessoal já tinha ido.

— Vem cá, Mari! — Carol me chama com a mão. — Senta aqui com a gente e nos atualiza da sua vida.

— Tá bom. — vou até elas e me sento no sofá ficando entre as duas. Caio estava no sofá a frente e Lucas sentado no chão. — O que querem saber?

— Tá namorando? — Carol pergunta e sinto o olhar pesado do Caio em cima de mim.

— Não! — nego logo.

— Ela nunca namorou. — Agnes me entrega e eu dou risada da forma como a Carol ficou surpresa.

— Mentira cara, como assim? — ela realmente parecia surpresa.

— A mãe dela não deixa. — Caio abre a boca e eu olho pra ele séria.

— Eu não quero. — respondo decidida e convicta.

— Tá muito nova pra namorar. — Lucas fala deixando o prato de lado. — uma criança quer namorar pra que?

— Não age como se fosse um idoso, é feio. — Agnes pisca pra ele.

— Eu me lembro de uma coisa! — Carol fala animada.

— De que? — Agnes pergunta.

— Tu sempre quis ser veterinária, não era? — pergunta olhando para mim e eu concordo. — eu lembro de você e o Caio em umas missões de salvar animais machucados na rua.

— Todo dia era um gato ou um cachorro diferente lá em casa! — Dona Vilma fala e a gente dá risada, menos o chato do Caio é claro.

Aquela época era bom, eramos tão pequenos e novos, mas tão espertos e determinados.

— Tô quase terminando, falta pouco para concluir a faculdade de Medicina veterinária. — digo orgulhosa olhando para a Carol.

— Parabéns! — ela diz sincera. — Você será uma ótima médica. — Lucas concorda.

— Quando o Caio se machucar você vai poder vir cuidar dele.

— Ela é médica de animal, idiota. — Caio acerta um tapa na sua cabeça.

— E tu é o que? — não me aguento e dou risada.

— Esse aí eu não atendo não Lucas! — entro na graça e Caio fecha a cara. — So se antes de toda consulta, eu dar uma vacina contra a raiva pra ele!

Todo mundo da risada e ele me olha com raiva e na hora eu fecho a cara.

— Ficam aí de graça vocês, pode ficar mermo. — fala todo emburrado. — hora que eu pegar nego pra zoar não quero ninguém saindo daqui com depressão não.

Não me aguentei, aí que eu ri.

Tempos depois, juntamos nois cinco em uma conversa animada, todos interagindo juntos e rindo, até mesmo o amargurado do Caio. Era tão bom ficar com eles, já sinto falta antes mesmo de ir embora.

— Tá cedo ainda, bem que podíamos ir pra Adega né? — Agnes surgere depois de um tempo. Madrinha e dona Vilma já tinha ido embora, pego meu celular e vejo que era nove horas, estava cedo ainda.

— Eu topo. — falo animada. Aliás, vim aqui para passear e curtir. Faz tanto tempo que não saio para beber que não lembro nem mais o gosto de um whisky.

— Eu também! — Carol diz já levantando.

— Tem nada melhor pra fazer mesmo. — Caio diz se levantando e Lucas concorda.

Dito isso, saímos os cinco, apé. Dizendo eles que não era longe mas já fazia meia hora que eu tava andando.

— Se eu fazer uma coisa, vocês me xingam? — Lucas pergunta donada depois de um tempo andando em silêncio.

— O que?

Pergunto e ele para fazendo todos parar, ele encosta em uma casa e aperta a campanhia várias e várias vezes, e sai correndo deixando a gente pra trás. Não perco tempo e corro também, aliás, todos nós corremos e viramos a esquina rindo.

— Larga de ser otario Lucas! — Caio fala cansado e rindo ao mesmo tempo.

— O velho não aguenta! — Agnes atenta batendo a mão nas costas dele.  — fumante cansa rápido.

— Vai se fuder, Agnes! — diz irritado.

Se recuperamos e voltamos a andar como se nada tivesse acontecido e logo chegamos na Adega.

×××
Música do início do capítulo:

MAL DE MIM — DJAVAN

Para sempre você. Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt