18.

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Antes de começarem a ler, quero que vocês prestem atenção na numeração do capítulo.
O wattpad desorganizou a ordem, do 9 pulou para o 19, aí voltou para o 10 e ainda está desorganizado, já editei diversas vezes mas não adianta, atualiza e depois volta a como estava. Do 9 ao 36 está fora da ordem correta, então peço que olhem a numeração para não pegar spoiler e nem se perderem na história. Desde já, agradeço! 🥰

"Quero ficar na rua, não quero voltar pra casa. "

Mariana Lima.

Bato a porta do carro e paro de frente á casa de Eventos. Respiro fundo tomando coragem e entro, um sino toca e um homem alto me olha, fala alguma coisa no radinho e vem até mim.

— Abrimos só as sete da noite. — olho pra ele de cima abaixo.

— É eu to sabendo. — dou de ombros. — Vim falar com teu patrão.  — falo e ele solta uma risada debochada.

— Gatinha. Aqui não é lugar para você. — reviro os olhos e preparo minha bela garganta.

— LUCAS! — Grito seu nome, eu sabia que ele estaria aqui. A carolinne me contou.

— Você tá maluca? — ele pega no meu pulso assustado. Provavelmente, achando que o Lc mataria ele.

— Solta ela ou eu te acerto uma bala no meio da tua testa. — Lucas manda calmo. Olho com convencimento para o homem que me solta devagar e sai pisando firme. — Tá fazendo o que aqui, Mariana?

— Quero sua ajuda. — peço cruzando os braços. Ele faz sinal para o homem que sai. Lc passa por mim e tranca a porta de vidro.

— Se eu poder ajudar. — ele tira um cigarro do bolso e acende. Senta e eu fico em pé na sua frente.

— Quero que você me dê umas aulas de defesa pessoal. — falo seria e ele abre a boca rindo. — Para, Lucas. — mando e ele para.

— Como me achou aqui? — pergunta e eu desvio o olhar. — Mariana...

—Carol. — entrego. — mas não ache  ruim com ela, eu praticamente á obriguei contar.

Ele solta a fumaça da boca e me olha sério.

— Quer que eu lhe ensine defesa pessoal para que?

— Para eu saber me defender? — respondo óbvia. Que pergunta mais idiota.

— Se defender de que, garota. — ele ri novamente e eu suspiro irritada.

— Quer saber o porquê? — ele concorda. — não faço nada a manhã inteira, não durmo a noite depois que chego da faculdade. Eu preciso de algo pra me distrair, se não eu vou pirar.

Era a verdade.

Chegava da faculdade, estudava tudo que os professores haviam passado e até coisas a mais. E depois disso não dormia quase nada, fico com uma angústia no peito e uma sensação de sufoco.

— Certo. — ele joga o cigarro no chão e pisa em cima. Se levanta e me abraça. — vou te ajudar, Mari.

Sorrio me apertando nos seus braços.

— Se bem que para uma pessoa que quer aprender a dar uns murros. Tem a mira ótima! — diz se afastando de mim e eu reviro os olhos lembrando.

— Nem me lembra disso.

Me dava um embrulho no estômago só de lembrar da cena, e uma dor no peito de saber que tirei a vida de alguém. Mas sigo ignorando tudo e finjo que nunca aconteceu.

Saímos da casa de Eventos e vejo ele falar algo no rádio, me pede a chave do carro e eu entrego. Ele destrava e abre a porta entrando do lado do motorista. Folgado.
Entro do lado do passageiro e olho pra ele.

— Pra onde vamos? — pergunto curiosa.

— Te treinar.

Lc acelera o carro fazendo eu me segurar no banco e colocar o cinto. Ele solta uma risada me olhando e acelera mais. Minutos depois ele para em frente a um galpão enorme no meio do mato, terreno baldio. Descemos do carro e sinto o vendo levar meus cabelos.

Ele tranca o carro e me devolve a chave. Andamos até o portão do galpão onde ele quebra os três cadeados com um pé de cabra e sobe o portão. Estava vazio ao meu ver, só tinha poeira e tamanho.

— Credo, que cheiro de mofo. — faço careta e solto dois espirros em seguida.

— Larga de frescura, vem entra! — vou atrás dele. Ele bate em um piso fofo e abre, desce e eu fico aqui esperando, minutos depois ele sobe com um saco de  pancadas e uma mochila nas costas. Ajudo ele a espindurar.

Ele tira diversas coisas da bolsa e me entrega duas luvas, coloco com certa dificuldade. Lucas até tenta me ajudar, mas nego tentando fazer sozinha, não é possível que eu não consiga. E depois de muito esforço consegui.

— Você golpear alguém, não é só questão de força e sim de jeito também. — ele arruma minha postura. — ao esticar seu braço para golpear... — ele pega no meu braço esticando. — Você move o quadril e usa a força do corpo.

Lucas me da várias explicações, ficamos a manhã toda treinando, aqui tava me fazendo bem, estava tirando o sufoco do meu corpo.

Paramos depois de duas horas. Me jogo no chão sem me importar com toda a terra que tinha ali. Eu estava mortinha.

— Vamos parar por hoje. — digo e ele nega.

— Vamos descer lá pra casa, almoçar e depois subimos pra cá para você treinar sua mira. — me sento no chão olhando pra ele surpresa.

— Não sei se eu quero atirar novamente. — digo em dúvida.

— Mariana, você salvou a vida do nosso amigo. Não fez nada de errado, e te ensinar a atirar vai ser uma forma de você colocar algo em prática para uma hora de precisão. — me olha cruzando os braços. — e outra, tu tem que superar esses traumas teus.

— Ja pensou em ser psicólogo? — ele dá risada. — é sério. Pra um dono de morro você é muito sábio nas palavras.

— Sou dono. Não esses marginal idiota que só porque mora na favela sai por aí enchendo o cu de gíria. — minha vez de rir.

— Verdade. — estico minha duas mãos pra ele que me ajuda a levantar. — Bora  então?

Ele concorda e saímos do galpão entrando no carro, minha vez de dirigir. Desço o morro com cuidado, ensinando para ele, como uma pessoa bem sibilizada dirigi.

×××
Música do início do capítulo:

INTRO — PUMAPJL

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