Hum

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Tay sorriu lendo as notícias sobre o irmão. Faz meses que espera isso. Ele e e Punn. Com a morte de Oak Katha, anos antes, Pete tornou-se o novo ídolo dos caçulas.
Os dois rapazes que eram muito jovens  na época,  foram enviados para viver com o irmão na Inglaterra.  Foi uma experiência rica, embora envolta na dor e luto que os três não conseguiam digerir sozinhos. Baran escolheu cuidar de Time e os filhos mais novos entenderam a escolha do pai, afinal, o cunhado só tinha eles por família. E ele tinha sido abandonado por amar o irmão deles.
Desde que entenderam como era a nova constituição familiar, Pete, Punn e Tay aceitaram Time ser elevado à condição de irmão.
Anos antes eles tinha aceitado Punn. Aceitar Time, que Tay e Pete conheciam e amavam, foi algo natural. Time jamais fecharia o buraco deixado pela morte de Pī Oak, mas sua elevação na configuração  familiar dava a todos um conforto e cristalização a certeza de que não perderiam mais uma irmão.  Time ficou. Chorou muito no colo de Baran e meses depois voltou ao trabalho e tornou-se um grande comandante no grupo Saengtham.
Time jamais aceitou as diversas propostas de "retomar" a vida. Jogou-se no trabalho e apoiou o sogro e seus sócios com determinação.
Quando o patriarca  Saengtham adoeceu, Time dividiu sua função com Tay, Tem, Tawan e Vegas. Foi também nessa época que houve a fusão das duas fortunas e junto com eles, os Theerapanyakul de Bangcoc e de Phukhet se tornaram o maior nome da indústria. 
Com a morte do pai, há poucos meses,   Time retomou a direção do Instituto infantil e Macau passou a integrar a diretoria geral de Bangcoc. Tankhun, Kinn, Kim e Venice tornaram-se os detentores dos títulos principais das diretorias de Phukhet e Chiang Mai, o que já era esperado desde a morte de lung Gun.
O pai de Vegas e Macau partiu um pouco antes de Baran. Dos patriarcas originais só resta agora Khorn Theerapanyakul,  que mesmo sendo mais velho que Gun e Baran, segue ativo e saudável, sendo empresário em horário comercial e pai em tempo integral. Pai e avô. Isso porque o velhote ama os filhos de Kim, Khun e Kinn.  Mesmo vivendo longe de Bangcoc o empresário cuida e apoia os filhos do amigo.
Quando Pete precisa ser internado, lung Khorn sai silenciosamente de Chiang Mai e enfrenta horas de vôo e todas as dificuldades de uma viagem internacional para estar ao  lado do jovem. Quando Tay ou Punn precisam de apoio é para ele que correm. Mesmo Time tem no amigo do sogro um ombro amigo e palavras de ânimo.  Mas para Tay o mais importante é ter Pete de novo na Tailândia.
Ele entende as razões pelo distanciamento do irmão. Talvez nas mesmas condições ele mesmo teria seguido a vida longe de casa e da família. Para Tay a dor de ninguém deve ser desprezada e essas são as dores de seu Hia e ele sabe como elas realmente são e tido o que elas tiraram dele.
Ter Pete de volta e ele vindo em família é como receber um presente que ele jamais  desprezará.
Sorriu olhando a tela do celular. Os olhos iluminados por uma alegria que Vegas quase nunca vê.
-   Tawan mandou nudes, tampinha?   -   O riso implicante seguiu a pergunta insolente.
-    Não! É algo Melhor! Pete... desculpe-me, sei que evitamos falar dele, mas ele está voltando.
Vegas engoliu em seco e respondeu sorrindo sua falsa alegria:
-   Que bom! Estava na hora, não é?
Tay olhou para o melhor amigo e sorriu triste. Era penoso saber o segredo de Vegas e não poder dizer tudo o que afastava ele do irmão.  Mesmo que ele não saiba como se deu o rompimento as memórias da bela amizade dos dois ainda estavam na mente dele.
Queria dizer que torce pelos dois, mas sabe que Vegas não deseja falar sobre o assunto.
-    Vim buscar os documentos que pedi para assinar.  Você o fez?   -   Vegas mudou o tema da conversa e
Taechin ligou o modo empresário e afastou o tablet, puxou os referidos arquivos da gaveta de segurança. 
-   Assinei parte deles, Vegas. Tem problemas nos dados de dois deles. Voltaram da mesma forma que enviei antes. O outro vi algumas possibilidades...
Vegas xingou a assistente. Ele tinha pedido para a mulher verificar a execução da tarefa e pelo visto não foi atendido.
-   Você é muito bom, amigo. Eu já teria demitido ela.   -   Tay falou e sorriu certo de que a mulher Rosária tão logo mexesse com Pete. O irmão tem a face de um anjo, mas sua alma foi marcada pela maldade e ele reconhece o mal de longe.
-  Ela não faz por maldade.   -   Vegas e sua complacência responderam em uma só voz.
Tay revidou os olhos como Pete faria e Vegas tirou os olhos do rosto do amigo.
-  Por bondade que não é! Preguiçosa! Se fosse da minha equipe já estaria plantada na rua. Mas continuando...Esse aqui eu pensei melhor e acredito que podemos mudar o projeto.  Vai ficar mais em conta para nós é não muda o valor da obra e data de entrega. Que acha?
Vegas puxou uma cair a para perto do amigo e passaram a analisar as mudanças propostas no projeto inicial.
Os pensamentos dos dois abandonando um certo cidadão nômade que estava distante de ambos.
Horas depois o marido de Tay entrou e os encontrou entretidos sobre a mesa de desenho refazendo os detalhes do projeto.

-   A equipe de projetos sabe que vocês estão remodelando esse trabalho, garotos?   -    O riso vibrante do homem invadiu o escritório e os dois outros empresários sorriem com a chegada brusca do diretor de projetos.
Vegas imediatamente olhou para o rosto de Tay, ele gosta quando os olhos do amigo ganha os primeiros brilhos da mutação. Os feixes azuis que perpassam a íris castanha de Tay faz ele pensar em raios dourados que via no olhar de seu amigo de infância. Mordeu o lábio inferior sentindo-se um derrotado. Uma sensação costumeira, mas ainda assim inexplicável.
Tay sorriu indiferente para o marido e voltou a desenhar o arco interior da entrada que ele estava refazendo.
-   Tawan,  quando terminarmos nossas anotações enviamos para vocês dar uma olhada. Não estou desrespeitando os riscos originais.
Tawan entrou entre os dois ombros e olhou para a mesa. Só seus olhos treinados podiam ver os riscos refeitos dos dois arquitetos.  Sorriu.
- A equipe de projetos agradece a interferência. Tenho certeza que o cliente vai amar as inovações propostas.
Beliscou o ombro de Vegas e beijou o rosto do marido. Tay virou-se em direção esposo e Vegas viu os raios misturaram-se no olhar do amigo. Afastou-se e saiu da sala, deixando os dois enamorados a sós.
Nessas horas ele sente vontade de ter alguém,  mas sabe que não pode usar nenhuma pessoa para fechar o buraco deixado em seu coração.  Não seria correto com tal pessoa e nem com ele mesmo. 

Puxou a carteira e olhou a foto de Pete

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Puxou a carteira e olhou a foto de Pete. Foi um momento único. Eles estavam brincando e de repente ele viu um único raio dourado passar pelos olhos do amigo. Bateu a foto rapidamente e ficou o registro. Meses depois ele se foi...

Âmbar    #VegasPeteDonde viven las historias. Descúbrelo ahora