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— Como pôde contar a ele dessa forma? — Sunhee perguntava para o homem, ainda estático em frente ao quarto. 

Jungkook segurava o papel e o lia repetidas vezes. Seus olhos focavam nas palavras como se de alguma forma ele pudesse apagá-las ou então mudá-las, para que a verdade não fosse aquela.  

Jimin observava tudo com o coração apertado.  Não conseguia acreditar. Sua vontade era de confortar o moreno, abraçá-lo e beija-lo até um pouco daquela dor se dissipar. Ele sabia como era cruel e arrasadora, havia passado por aquilo.

– Por que mandaram uma carta? Eles não ligaram, ou mandaram alguém avisar, só enviaram uma maldita carta… — o garoto resmungava, apertando com força o fino papel entre seus dedos. — Ela era minha mãe…

— Eles pediram para Taewon avisar, meu filho. Foi ele quem a trouxe. — Seohyun disse, apontando para a figura no final do corredor. — Como vocês não tinham vínculo, talvez eles—

Jungkook olhou para o pai. Sua expressão era indignada 

— Não tínhamos vínculo? Éramos mãe e filho, tem vínculo maior que esse? 

— Não foi o que eu quis dizer… 

O homem estava dilacerado por ver o filho daquela forma. Não soube o que fazer quando recebeu a carta em mãos. Ficou apavorado. Sabia que Jungkook sofreria e só queria amenizar a dor de seu menino o máximo que pudesse. 

— O enterro será amanhã à tarde, não temos muito tempo caso queira vê-lá. 

O presidente olhou surpreso para o pai. Não imaginava que o homem diria aquilo, afinal, ele nunca deixou que Jungkook fosse até a clínica visitá-la.

— Ela será enterrada aqui

— Sim, trouxeram o corpo. 

Trouxeram. Isso queria dizer que a família toda da mãe estaria lá. 

— E eu posso ir? — perguntou, a voz fragilizada e contida. 

— Não acho que seja uma boa ideia. — Jung Taewon se meteu no assunto. Ele adentrou o quarto com menos elegância que de costume, com uma carranca estampada no rosto fino. — É melhor para vocês dois que ele não vá, Seohyun. 

Jimin revirou os olhos. Aquele homem abominável. Nunca esqueceria o som do tapa no rosto de Jungkook. Se pudesse faria o mesmo com aquele boçal! 

— Ora, essa não é uma decisão sua! — Sunhee falou, olhando com desdém para o homem. 

— O assunto é de família, senhorita. — Taewon respondeu, Indiferente.  

— É exatamente por isso que não te desrespeita! — a mulher retrucou. Já estava farta das intromissões daquele indivíduo arrogante e indelicado. 

Ele olhou com ódio para ela. 

— Já chega vocês dois.— Seohyun vociferou. Não era um momento para brigas. — Você quer ir, meu filho? 

Jungkook respirou fundo. Ele queria? Imaginou como ela estaria agora, seu rosto, seu cheiro. O som da voz dela que ele não poderia mais escutar. Precisava vê-la.

— Sim. 

— Então arrume suas coisas, precisamos sair hoje se quisermos chegar a tempo. — Seohyun caminhou até a porta, mas parou por alguns segundos, e olhou para Sunhee que retribuía o olhar com certa dúvida e desapontamento. Então ele voltou e com um movimento contido puxou o corpo do filho para o seu. Era um abraço apertado, que transmitia todas as palavras que ele não sabia como dizer. — Sinto muito mesmo, meu menino. Acredite, se pudesse sentiria toda essa dor por você.  

Fraternity •jjk+PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora