Fraternity •jjk+Pjm

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Jimin agarrou o braço de Jungkook com firmeza, arrastando-o para fora da sala escura e silenciosa. Jungkook lutava contra as lágrimas que ameaçavam escapar, seu coração parecia ter sido destruído. Seus passos eram pesados, relutantes, como se cada movimento fosse uma batalha contra a dor que o consumia por dentro. Enquanto Jimin o puxava para a luz do corredor, o moreno sentiu-se vulnerável e exposto, como se todas as feridas do passado estivessem sendo arrancadas novamente.

Ele nunca nem sequer imaginou que encontraria aquele homem ali. Justo naquele momento.

Lembrou dos olhos escuros o fitando com tanto desprezo. Os mesmos olhos. 

Jimin sentiu a tensão no corpo de Jungkook e apertou ainda mais o toque, tentando transmitir conforto através do dele.

Ao chegarem ao fim do corredor, Jimin parou quando sentiu-o tremer, e virou-se para  encará-lo, segurando seu rosto com ternura entre as mãos. — Ei, estou aqui com você, Jun… Você não está sozinho. — disse, com os olhos cheios de compaixão.

Nem sequer imaginava a dor que Jungkook carregava. Ver a mãe naquele estado e ainda ter que lidar com a arrogância do homem que se dizia seu pai. Como ele poderia usar a palavra pai de forma tão banal? Jimin nunca iria entender a facilidade com que os homens podiam facilmente abandonar seus filhos e ainda sim achar que poderiam reivindicar algo. 

Jungkook olhou nos olhos do loiro, encontrando conforto naquela expressão de apoio inabalável, Jimin parecia disposto a enfrentar um exército para protegê-lo e aquilo o comoveu. Ele respirou fundo, tentando afastar a imagem daquele homem da memória. 

Com um suspiro pesado, Jungkook permitiu que as palavras reconfortantes de Jimin o envolvessem. Estava tudo bem. Tudo ficaria bem. 

Ele sussurrou, fraco e choroso:

— Obrigado, Jimin. Eu… Eu não sei o que faria sem você aqui…

Jimin sorriu tristemente, com a dor de ver o moreno naquele estado. — Você não precisa saber. Eu não vou a lugar algum.

Os dois se olharam, com um afeto mútuo. Mas os sons de passos aumentando atrás deles despertou Jungkook.  Ele agarrou o braço de Jimin com desespero, seus olhos cheios de angústia e medo. — Por favor, Jimin…—  suplicou, sua voz trêmula e fragilizada. — Eu não consigo suportar isso mais. Preciso sair deste lugar.

Para onde iriam? Jimin nunca havia visto Jungkook daquela forma. Todas as vezes era o moreno quem o ajudava, quem liderava. Jungkook era sempre calmo e tranquilo, sempre com tudo sob controle. E agora ele estava tão frágil e abalado que não conseguia nem mesmo sair dali. 

O loiro buscou uma solução, olhou para os lados até avistar um ponto de ônibus. Ele não fazia ideia de onde estavam, mas precisava dar um jeito. Com os olhos fixos no ônibus que se aproximava, Jimin sentiu um lampejo de esperança. Ele agarrou a mão de Jungkook com firmeza e apontou na direção do veículo.

— Vamos. — disse, sua voz calma contrastando com a agitação do momento. E quando viu a expressão assustada e hesitante do outro, explicou. — Vamos para qualquer lugar, desde que seja longe daqui, ok? 

Jungkook não teve tempo de contrariá-lo e também não teria forças para fazê-lo. Somrnte aceitou que seu corpo fosse arrastado até onde o loirinho quisesse. Assim que alcançaram o ônibus, Jimin ajudou Jungkook a subir a bordo, sentindo um senso de alívio ao ver as portas se fecharem atrás deles. 

— Precisam pagar. — o motorista, um homem de meia idade, falou impaciente. Os olhos ainda fixos nos dois.

Estava acostumado com adolescentes caloteiros.