Yeji estava no meio de seu ensaio, suas fitas dançando no ar enquanto ela se movia com graça e precisão. Cada movimento era meticulosamente ensaiado, um espetáculo de leveza e força. Os outros membros do circo estavam concentrados em seus próprios ensaios, mas seus olhares frequentemente se voltavam para a figura elegante de Yeji, admirando sua habilidade. Ela era a unica garota do circo e sua delicadeza acabava se destacando dos demais.
— Tinha que ser minha irmã mesmo — Hyunjin admirou, cheio de orgulho e Felix riu da expressão no rosto do namorado.
De repente, Yeji sentiu uma onda de vertigem. Ela piscou, tentando clarear a visão, mas a sensação só piorou. O espaço ao seu redor começou a distorcer, e as cores das fitas se transformaram em sombras escuras. Ela tentou se concentrar, mas a visão diante de seus olhos mudou drasticamente.
Ela não estava mais no circo. Estava em um campo verdejante e ensolarado, com flores coloridas espalhadas pelo chão. Yeji olhou ao redor, confusa, tentando entender o que estava acontecendo. Então, ela a viu.
— Mãe? — Yeji chamou, sua voz carregada de emoção.
Sua mãe estava ali, sorrindo para ela. O coração de Yeji se encheu de alegria ao ver o rosto familiar e amoroso. Ela começou a caminhar em direção a sua mãe, os braços estendidos.
— Mamãe! — gritou Yeji, correndo em sua direção.
Mas à medida que se aproximava, algo começou a mudar. O sorriso de sua mãe se tornou distorcido, os olhos perderam o brilho, e a expressão amorosa transformou-se em algo macabro e vazio. O corpo de sua mãe começou a se decompor, a pele se desintegrando, revelando ossos e carne apodrecida.
Yeji parou abruptamente, o medo tomando conta dela. Sua mãe, agora uma figura grotesca, avançava em sua direção, os olhos vazios fixos nela.
— Yeji... — a voz de sua mãe ecoou, mas não era mais uma voz amorosa. Era um sussurro gélido, carregado de maldade.
Yeji tentou recuar, mas suas pernas estavam paralisadas pelo terror. A figura macabra se aproximava cada vez mais, os braços esqueléticos estendidos para ela.
— Não! — gritou Yeji, tentando se afastar.
O campo ao seu redor começou a desmoronar, o céu se escurecendo e o chão se transformando em um pântano lamacento. A figura de sua mãe continuava a avançar, seus movimentos desumanos e assustadores. Yeji sentiu o pavor apertar seu coração, e ela lutou desesperadamente para se libertar daquele pesadelo.
De repente, ela foi sacudida de volta à realidade. O campo, a figura macabra de sua mãe, tudo desapareceu. Ela estava no ar, caindo das fitas em direção ao chão do circo. O mundo real voltou com uma clareza dolorosa, e ela ouviu os gritos de desespero de seus amigos.
— Yeji! — gritaram todos, suas vozes cheias de pânico.
Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, sentiu braços fortes a envolverem. Era Chan, que havia corrido para segurá-la. Ele a agarrou com firmeza, amortecendo sua queda. Yeji sentiu o impacto em seus braços, o alívio inundando seu corpo enquanto Chan a segurava com segurança.
— Yeji, você está bem? — perguntou Chan, a voz cheia de preocupação.
Yeji tentou responder, mas sua mente ainda estava presa entre a realidade e a alucinação. O medo ainda apertava seu peito, e ela tremia incontrolavelmente.
— Eu tive uma alucinação — sussurrou ela, sua voz trêmula. — Eu vi a mamãe... mas de repente, não era ela. Não sei o que aconteceu.
Chan a apertou mais forte, tentando transmitir segurança.
— Está tudo bem, Yeji. Foi só uma alucinação. Você está segura agora.
Yeji respirou fundo, tentando se acalmar. O calor dos braços de Chan ao redor dela a reconfortava, mas o pavor da alucinação ainda estava presente, uma lembrança vívida e aterrorizante.
— Yeji!
A voz de Hyunjin ecoou e ele desceu das fitas e correu para a irmã, a abraçando. Ele estava ofegante.
— Se machucou? — perguntou ele.
Yeji fez que não com a cabeça.
— Chan me segurou — disse ela.
Hyunjin suspirou aliviado, olhando para Chan.
— Obrigado, Chan. Não ia suportar se algo acontecesse com ela.
Chan sorriu fracamente.
— Sempre estarei por perto para ajudar.
Hyunjin agradeceu mais uma vez e abraçou novamente Yeji, que suspirou, começando a parar de tremer aos poucos.
Felix estava atrás dela, acariciando seu cabelo e aliviado de sua amiga estar bem. Ele tentava manter o semblante aliviado, mas no fundo, estava ainda mais preocupado. A magia estava afetando até mesmo Yeji, que cresceu cercada por ela. Aquilo era um sinal de que as coisas poderiam piorar.
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Midnight CIRCUS - Hyunlix
FanfictionFelix sempre gostou de acrobacias, desde criança. Sua maior paixão na infância era ir a circos e assistir aos espetáculos nos ares, com bambolês e fitas. Agora, aos 20 anos, ele resolve entrar para o circo mais cativante e famoso de todos os tempo...