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Mais uma vez saí de campo exausto, após um jogo extremamente cansativo. A temporada inteira do campeonato espanhol não sugava minha energia como os jogos da seleção.
Tomei banho no vestiário, me despedi dos moleques e subi para o camarote, vendo que estava extremamente cheio. Olhei pelo espaço e logo vi um pontinho branco e loiro ali no meio, sorrindo e acenando. Ela correu até mim, e recebi seu abraço forte assim que nos encontramos.
— Que saudade de você! — Soltou ela, enquanto eu beijava o topo de sua cabeça.
— Eu também estava morrendo de saudades. Se não tivesse me mandado foto, ia demorar para te encontrar. Estava acostumado com sua versão morena. Ficou ótimo! — Observei-a enquanto ela dava uma voltinha, balançando o cabelo, que agora, além de loiro, estava acima dos ombros.
— Estava com vontade de cortar assim faz tempo, nada como um surto para nos incentivar. — Ri, concordando. — Estou faminta, tem um restaurante italiano ótimo aqui perto; podíamos ir, né?
— Eu… pensei em irmos para o hotel. — Ela me olhou com tédio. — A comida de lá é ótima, confia. Além disso, é mais reservado e… eu queria falar com você. — Seu olhar entediado deu lugar a um desconfiado.
— Jude… o que você fez? — A olhei indignado, colocando a mão no peito.
— Meu Deus, Emma! Como pode minha melhor amiga desconfiar tanto da minha índole? — Fiz drama, e ela gargalhou, revirando os olhos.
— Vamos logo, vai. — Saiu, me puxando pelo corredor do estádio. Entramos no carro dela e, em pouco tempo, já estávamos no hotel, com nossos pedidos feitos e uma taça de vinho para cada.
— Como está sendo a adaptação aqui em Londres? — perguntei, já que ela tinha se mudado para cá para trabalhar.
— Ao mesmo tempo que dou graças a Deus por ter saído daquela cidade parada, sinto falta de casa. Até da Ella, que me estressava e pegava minhas roupas toda vez que ia sair. — Ri.
— Entendo… Brigar com o Jobe por conta de videogame e te perturbar na escola foram as coisas de que mais senti saudade quando fui embora. — Joguei uma bolinha de papel nela, que revirou os olhos, rindo.
— A melhor parte de se mudar para cá, sem dúvidas, é poder aparecer nos jogos da seleção inglesa só para te perturbar novamente. — Jogou a bolinha bem na minha testa, me fazendo rir e mostrar o dedo. — Ou não, né? Amo te ver jogar, é uma obra-prima em movimento, mas não aguento mais ver você e os meninos carregando esse time nas costas. Quando você e a Ceci vão me abrigar para eu poder ver você e todo o elenco brilhando no Real, hein? Vamos falar de time de verdade. — Gargalhei.
— Sempre que quiser. Sabe que nossa casa sempre estará aberta para você, e a Ceci morre de saudades.
— Saudade da deusa também. Como ela está? — Linda e grávida, era o que eu gostaria de responder.
