NOVENTA E CINCO.

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— Vamo!! Tem que respeitar o pai de todos

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— Vamo!! Tem que respeitar o pai de todos. — Vinicius soltou.

— Eu quero revanche!! — Levantei.

— Que revanche o quê, passa a vez, paizão. Anda. — Cama levantou, tirando o controle da minha mão.

— Ele me roubando na cara dura!

— No FIFA??? Para, meu querido. Aceita que o pai é foda. — Fez uma dancinha.

— Vou me vingar por nós dois, agora passa o controle. — Tirou o controle da minha mão, enquanto eu revirava os olhos e sentava na poltrona, emburrado, mas segurando o riso pela chuva de zoação do Vini.

Peguei a babá eletrônica, vendo Kali de pé no berço, olhando pros lados como se procurasse alguma coisa, e essa coisa, provavelmente, era eu.

Levantei, saindo do quarto de jogos e entrando no dela, antes que seu biquinho se tornasse choro.

— Oi, minha princesa! — Ri ao ver seu blackinho com os cachinhos todos bagunçados, pegando-a no colo. — A gente te acordou, né? — Ela assentiu, emburrada, me fazendo rir e encher sua bochecha de beijos. — Desculpa, meu amor. — Olhei no relógio, vendo que já tinha dado o horário da soneca da manhã da querida.

Ceci tinha um desfile pra fazer hoje e era minha vez de ficar em casa com a gatinha, já que esta semana eu estava de folga. Era assim que estávamos nos dividindo, quando um dos dois estavam em casa, cuidavamos sozinhos, quando os dois tinham compromisso, de trabalho ou diversão, ela ficava com a babá.
Por enquanto, estava dando certo.

Kali tinha nos acostumado extremamente mal. Ela era calminha e legal demais, dava zero trabalho e parecia muito com a gente, o que me dava vontade de fazer mais duas cópias nossas, como se tivéssemos sanidade pra isso.

Se um dia falei que não queria ser pai, já não me lembro.

Beijei seu rosto, abri as janelas do quarto, arrumei o berço — ou tentei, já que com uma mão a segurava — e saímos, voltando pra sala de jogos.

— Vocês acordaram a coitada! — Me fiz de desentendido, porque provavelmente o culpado fui eu, vendo eles me olharem e arregalarem os olhos assim que viram ela.

— Ih, olha a Belliguinha do dindo. — Vini soltou, e ela, que por algum motivo amava esse apelido, riu.

Os dois largaram o controle, Cama levantou, vindo na nossa direção, enquanto Vini abaixava o volume da TV.

— Como o blackão dela tá lindo. — Cama abriu os braços, e ela me abandonou no mesmo momento, acariciando os dreads dele, que ela seguia apaixonada.

— Eu vou fazer o almoço dela, podem continuar o jogo de vocês regado a roubo. — Ia pegá-la de volta, mas Cama desviou.

— Que jogo o quê, agora meu foco é dela. Mexe, meu amor, mexe no cabelo do seu padrinho. Você eu deixo.

SPECIAL II • JUDE BELLINGHAM Where stories live. Discover now