Capítulo 11

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*** Théo ***

Faz um mês que minha mãe descobriu que estava grávida e, bom, não aconteceram muitas coisas desde então. Ela está grávida de dois meses, não sabe ainda o sexo da criança. Eu ainda estou namorando a jovem Ellouise... eu não sei porquê, já que o Rick se mostrou bem interessado nela nessas últimas semanas. Estou com um ódio mortal do Rick... Ai, você está com ciuminho da sua jovem, que fofoooooooo... Não, é que ele é o capitão do time de basquete. E eu sou reserva. Vocês sabem o quanto é humilhante ser reserva? Cara, é muito - muito (muito {muito [muito]}) *muito* - humilhante. Você tem que ir em todos os treinos, treinar duro, ficar com uns "músculos aceitáveis", como diz o treinador... pra fazer o que nos jogos? Pra ficar esquentando o banco com a sua bunda. Essa é basicamente a minha função. É igual hoje, que convocaram todos pra uma reuniãozinha. É sobre o que? Não sei. Mas eu tenho que ir, mesmo sendo o reserva!

Cheguei lá no ginásio, estilo malandrão, falando "oi" pros bródi... Não cumprimentei o Rick, porque como eu já disse várias vezes: não sou obrigado a cumprimentar quem eu não gosto.

- Vamos ver se dessa vez o técnico te inclui nas jogadas, hein campeão - Rick disse, batendo nas minhas costas.

- Vamos ver se eu tenho sorte hoje... e você morre de uma vez por todas.

- O que disse? - Ele tocou o dedo no meu peito.

- Cê tá surdo ou só é retardado mesmo? - Eu toquei o dedo no peito dele.

- E você, seu corno? Acha que eu já não dei uns pegas na sua namoradinha? Ela é boa demais pra você. Você não acha que, sei lá, ela combinaria mais comigo? Você é um... nada. - Ele tocou o dedo no meu peito de novo.

E nós começamos uma briguinha ridícula de colocar o dedo no peito do outro.

- Uepa! Ueeeeeeepa! Com meu amigo ninguém mexe! Eeeeeeeeeepa! - O presidiário começou a descer a arquibancada. Ele tava lá em cima, então começou a pular pra descer... mas aí ele caiu e rolou uns dois degraus. - Eu tô legal! Uepaaaaaaa! Não fale do meu amigo desse jeito! - Ele tocou o dedo no peito do Rick e empurrou, fazendo-o cair. - Ô, cara, desculpa, não era pra te derruba...

- Não, presidi..Lenny! Não é pra levantar ele, cara!

- Tá bom, carinha, desculpa.

- PARA DE PEDIR DESCULPA! Senta lá na arquibancada.

- Tá bom.

- Olá, meninos! - um velho falou, entrando no ginásio. Todo mundo o encarou meio que "Oi, tiozinho... quem é você?". - Estavam esperando pelo técnico Michael, não é? É assim que o chamam, eu sei. Mas comigo, exijo respeito. Para vocês, sou o senhor Roost.

- Ah! É o antigo técnico - falei baixinho, mas todo mundo ouviu.

- E como você me conhece, meu jovem? - Puta que pariu, já tem a jovem Ellouise me chamando de "meu jovem", agora tem esse véio também?

- Meu pai falou muito do senhor. Ele jogava, quando estudava aqui.

- Seu pai? Quem seria seu pai? Deixe-me ver... Ah, você tem os mesmos olhos dele. Olhos de vitória! Zack Martin, um dos melhores capitães que eu já vi. Ele jogava muito bem! Sua mãe é aquela doidinha lá do cabelo rosa?

- Sim, senhor. Sou Théo.

- Ah, sim. Os dois jogavam bem. É capitão também?

- Não, eu...

- Ele é reserva - Rick disse, com um sorriso no rosto.

- E você quem é?

- Rick Smith, senhor. Eu sou o capitão do time.

O Menino dos Olhos AzuisOnde as histórias ganham vida. Descobre agora