ℂ𝕚𝕟𝕢𝕦𝕖𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝕥𝕣𝕖𝕤

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Dia de ultrassom é sempre os meus favoritos

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Dia de ultrassom é sempre os meus favoritos. Amo ver a minha bebezinha, saber que ela está crescendo forte e saudável, mas hoje é um dia ainda mais especial.

Escolhemos uma clínica no Brasil e marcamos o último horário, era óbvio que seria impossível entrar com tantas pessoas em um horário "tradicional".

A sala de espera estava praticamente vazia quando chegamos. O céu já escurecia do lado de fora, e aquele fim de tarde abafado típico do Brasil parecia envolver tudo com uma camada de calor e expectativa. Assim que entramos, pude sentir os olhares curiosos da recepcionista e da enfermeira de plantão — provavelmente tentando entender como conseguiríamos colocar tanta gente numa sala que mal comportava três acompanhantes.

Olhei para o Charles, que segurava minha mão com aquele sorriso discreto, mas encantado, e depois para o restante do grupo. Minha mãe estava animada demais, já contando pela terceira vez como foi o dia em que descobriu estar grávida de mim. Pascale, sempre elegante, ouvia com atenção, trocando risos e acenos, como se fossem velhas amigas. Lorenzo e Lotte estavam encostados no balcão, meio envergonhados com a bagunça, enquanto Arthur e Yas... bem, Arthur e Yas estavam trocando farpas disfarçadas de piadas — a única maneira que eles pareciam saber conviver, mesmo depois do pedido de namoro.

Era um caos. Meu caos. E eu nunca tinha me sentido tão feliz em meio a tanta gente falando alto, rindo, fazendo piada com o nome da bebê, apostando quem ela puxaria mais.

— Se ela tiver o nariz do Charles, já sabemos que vai ser Leclerc mesmo... — disse Lorenzo, fazendo todos rirem.

— Ah, mas se puxar a beleza da mãe, vai ser modelo internacional! — minha mãe retrucou, orgulhosa, me lançando um olhar carinhoso.

—Vai ter os olhos azuis, da minha menina— o meu pai completou todo orgulhoso.

Eu sorri. Era impossível não sorrir.

Quando chamaram meu nome, respirei fundo. O coração disparou como se fosse a primeira vez. Sempre parece ser, na verdade. A cada ultrassom, sinto como se fosse redescobrindo minha filha, como se pudesse ver mais um pedacinho do mundo que estamos criando para ela.

— Prontos? — perguntei, olhando para a "comitiva".

— Sempre! — Charles respondeu, me dando um beijo na testa.

Entramos todos juntos, e a médica até tentou manter a formalidade, mas quando viu a quantidade de gente que se espremia para ver a tela, acabou rindo.

— Vocês são todos da família?

— Uma parte só — respondi, rindo junto, deitada na maca. — Mas os mais barulhentos, com certeza.

O gel frio no meu ventre me fez estremecer levemente, mas logo a imagem dela apareceu na tela. Tão pequena e, ainda assim, tão presente. A sala inteira silenciou.

𝔸𝕟𝕖𝕤𝕥𝕖𝕤𝕚𝕒 ● ℂ𝕙𝕒𝕣𝕝𝕖𝕤 𝕃𝕖𝕔𝕝𝕖𝕣𝕔Where stories live. Discover now