Ser mãe estava longe dos sonhos da Liz.
Ela estava focada em ter a sua tão sonhada carreira de modelo e dar uma vida melhor para as pessoas que ama... ela não só não contava que o universo ia brincar com a sua cara, mostrando que nem tudo acontece...
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Eu sempre fui uma pessoa extremamente organizada, sabe? Eu me planejava meses antes de acontecer qualquer coisa e separava a roupa pra cada ocasião semanas antes de acontecer.
Mas até que eu conheci o charles. E tudo desandou.
—Você ficou maluca e está me deixando maluca junto— a Yasmin falou depois de desligar o celular. —Como eu vou organizar um casamento com 30 dias de antecedência? Me fala, Liz? Você só pode estar maluca mesmo.
—Yas, a gente quer casar dia 16 e só resta o dia 16 de dezembro— falei fazendo bico e a minha amiga revirou os olhos.
—Eu estou organizando um casamento e a Charllote ainda inventou de fazer o chá de bebê da Cathe em um final de semana todo— ela falou brava. —Agora vou parar de organizar seu casamento, pra comer um tanto e beber vinho no iate de vocês.
— Yasmin, é por isso que eu te amo — falei rindo, mesmo com a cara nada amigável que ela me lançou. — Porque você reclama... mas faz. E faz tudo lindo.
—Eu sou trouxa mesmo, né?— ela bufou, jogando o celular no sofá. —Se eu sobreviver até esse casamento, vai ser um milagre. E se a Catherine nascer no meio da cerimônia, aí sim eu me aposento oficialmente como madrinha, cerimonialista e melhor amiga.
—Não vai nascer! A Cathe sabe que ela precisa esperar — coloquei as mãos na barriga e falei com carinho. —Né, minha filha? Espera só mais um pouquinho.
Ela deu um chutinho leve, como se respondesse. Eu e Yasmin nos entreolhamos e não conseguimos segurar o riso.
—Pronto, ela respondeu. Tá tudo certo — declarei, pegando meu tablet com a lista de convidados. —Agora vamos ver... quantas pessoas mesmo você disse que era "ok" convidar?
—Cento e vinte. No máximo — Yasmin disse firme.
—Então, a gente vai ter cento e sessenta. Mas calma, eu fiz uma planilha ótima, e ninguém vai ficar sem cadeira — sorri culpada.
Ela gritou.
Literalmente gritou.
—LIZ!
—Brincadeira! — levantei as mãos rindo. —Quer dizer... mais ou menos.
Yasmin se jogou no sofá com um gemido dramático, enquanto eu voltava a mexer na lista e pensava no vestido, na decoração, nas flores, no vinho, no iate, no chá de bebê, na chuva de arroz, no nome "Leclerc" escrito no convite.
Eu ia casar com o amor da minha vida. E sim, ia dar tempo de tudo. Porque o amor sempre encontra um jeito.
Mesmo que a gente fique um pouco maluca no processo.
—Perdão atrapalhar— a minha cunhada apareceu acompanhada pela Marta e com um sorriso de quem ia aprontar. —Segunda-feira voltamos a organizar um casamento, mas agora você vai ter o melhor chá de bebê do mundo.
