Capítulo 8 - O Estranho Parte 2

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Nataly/Lucy


— Alex! — É a única coisa que consigo gritar antes de correr até ele e puxa-lo para o mais longe possível e nos jogarmos no chão, a tempo de ver um carro velho, que estava estacionado na frente do carro de Alex, explodir, levando o carro de Alex pelos ares segundos depois, fazendo todos que estavam próximos se assuntarem e caírem ou voarem para o chão também.

A partir daí tudo passa em câmera lenta e um quase completo borrão. Os agentes disfarçados, armados, se aproximam, nos cercando. Sirenes, bombeiros, brigas, flashes, gritos, choros. Olho para o lado atordoada a procura de Alex e a única coisa que encontro é uma pessoa toda ensanguentada e morta. Estava assustada, não conseguia ouvir nada, tudo parecia confuso. Não sabia se isso havia sido um ataque de Maurício, contra o próprio filho, ou de qualquer outro que soubesse do prêmio pela minha cabeça.

Olho para Alex e ele está em choque. Aproximo-me na tentativa de checar se havia algum ferimento mais grave, porém, ele se afasta. Ele estava delirando e não falava coisa com coisa, escolhido quase que na posição fetal se balançando.

— Vocês estão bem? — Um dos agentes pergunta se aproximando. Aceno positivamente para ele que, com a ajuda de mais dois agentes, nos ajudam a levantar, quer dizer, Alex deu um pouco mais de trabalho, já que estava surtando. Ando um pouco tentando avaliar a situação do local.

— Já checaram o perímetro completo? Vi o suspeito adentrando o elevador. Não sei se deu tempo, mas todo cuidado é pouco. — Digo ao chefe de operações que andava ao meu lado um pouco mais atrás dos rapazes que carregavam Alex, alguns minutos após a explosão

— O perímetro já foi revistado e liberado, senhora. E infelizmente o suspeito não foi encontrado. Já temos uma equipe a sua procura pelas câmeras da cidade.

— Vejo que Diego não poupou esforços com a tecnologia.

— Ele preza muito mais a tecnologia do que a violência. — Ele diz sem querer, e fica perceptível sua vergonha logo após terminar a frase. — Com todo o respeito senhora.

— Tudo bem, não se preocupe. — Dou-lhe um sorriso amigável — Envie um relatório a Anthony, pois eu vou cuidar do Alex. E cuide de tudo aqui. Siga o protocolo.

— Sim senhora! — Ele afirma. — E senhora? — Ele diz depois que me viro para seguir os dois agentes que carregavam Alex para o elevador.

— Sim? — Viro-me para ele e paro de andar.

— E quanto a civil morta? Ela estava acompanhada de uma criancinha.

Lembro das últimas cenas desta mulher com sua filha, procuro a menininha, que estava no colo de uma das agentes. Ela chorava e pedia pela mãe, lembrava muito uma garotinha do passado. Engoli minha vontade de acalentar a criança e ativei meu lado dominante, o profissional.

— Contate a família da garota e a leve para um lugar agradável, para parar de chorar e se distrair. Um parque ou uma sorveteria, sei lá. — Evitava fazer contato visual a todo custo, pois sabia que a dor que ela estava sentindo ia mexer comigo e me fazer desistir de falar o que era correto a fazer em casos como esses. — Se não acharem ninguém, já sabe. Recrute-a. —
Doía falar aquilo, se ela pudesse ver como seria no futuro, tenho certeza que nem com toda a chantagem emocional que foram feitas a mim, fariam ela querer entrar por livre espontânea vontade.

Assim que chegamos no meu andar, abro a porta do meu apartamento e espero que os agentes, que carregavam Alex entrem, para eu poder trancar a porta. Olho mais uma vez em direção a Alex, que agora estava mais calmo, embora continuasse alucinando.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeWhere stories live. Discover now