Capítulo 46 - Minha Única Família

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Antony


 Assim que ela saiu da sala eu desabei em minha cadeira e me pus a pensar. Eu finalmente descobri o quanto eu havia falhado com elas. Prometi cuidar da minha garotinha, mas depois de tudo que ela falou percebi o quão mal eu fiz a ela. Nunca deveria ter colocado ela nesse mundo. O que eu fiz a ela não tem perdão. — Uma lágrima escorreu pelo meu rosto — Mas não era justo ser julgado de tal maneira. O que eu deveria ter feito? A mulher que eu mais amava no mundo foi assassinada por saber de segredos que rondam essa agência, segredos que tentamos desvendar há anos e que ela levou pro túmulo.

Na época de sua morte ela andava estranha pelos corredores dessa agência. Nunca compartilhava nada com ninguém e até mesmo sua melhor amiga já estava se preocupando. Eu preferia acreditar que não havia relação com o que se escondia atrás daquela porta secreta em meu escritório. Mas no dia em que foi assassinada deixara uma carta, em meio aos seus pertences, que explicava sobre sua investigação, sobre o acesso no cofre da sala secreta, de onde estavam os códigos, quais eram as circunstâncias para manter aquilo a salvo, os risco dos segredos que ali estavam guardados, como eu deveria manter os dois jovenzinhos longe um do outro para que todos não corressem risco algum ou descobrissem o que ela fizera com a mente dos dois, e principalmente, que eu não deveria confiar nada a ninguém, pois o que ela estava indo fazer iria determinar suas suspeitas.

Depois de ler a carta eu estava muito perturbado. E assim que Mauricio fora acusado eu me dediquei a tentar entender o que ela investigava, mas nunca cheguei nem perto do que ela já sabia. Porem eu cumpri a minha promessa de manter Nataly e Alex separados. Mantive ela sob minha vigilância para que ficasse a salva caso descobrissem o que sua mãe havia escondido em sua mente — Coisa que Claudia havia dito ser códigos e as formas de acessar as informações e o próprio cofre — Eu não sabia como funcionava, mas sabia que tinha algo a ver com a convivência dos dois. Então quando Mauricio reapareceu na faculdade eu tive a "brilhante" ideia de juntar os dois, tanto para atrair Mauricio, quanto para descobrir o que os dois tinham em suas mentes. Mas, pelo visto, eu fracassei nessa missão. Minha filha gostou do que viveu e quer sair de sua zona de proteção. O garoto está com Mauricio e isso é um risco para o que tem naquela sala com o cofre. E agora eu também havia recebido um balde de água fria na cabeça sobre um projeto que tinha tudo para ser nossa arma secreta, por ser uma das únicas novidades consideráveis desde a fuga de Mauricio.

Devaneei por mais algum tempo até meu telefone tocar com a notícia de que a missão já havia sido iniciada e que era para eu comparecer até a central de comando onde a operação estava sendo guiadas. Saí da minha sala e entrei no elevador dando de cara com Katia, que tinha uma cara péssima.

— Onde você vai? — Me perguntou antes de começar a sair em direção a sua porta.

— Central de Operações. — Ela mordeu o lábio e cerrou os punhos se forçando a sair do elevador. Eu estava sendo muito duro com ela e afastar das investigações sobre o próprio filho não parecia uma coisa boa agora. — Você vem? — Sorri de lado e ela não pensou duas vezes antes de voltar para dentro do elevador e seguirmos para a sala onde a novata que Nataly havia integrado na missão estava comandando.

— Atualização? — Entrei na sala fazendo com que todos me olhassem.

— Todos os comboios já saíram senhor. Já estão a caminho. — A nova recruta de Nataly, cujo o nome não me recordava disse — E realocamos uma das esquipes tática.

— E exatamente por que? — Perguntei confuso.

— Está preparada Sophie? — A voz de Nataly surgiu em uma das linhas de comunicação antes que alguém me respondesse.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeWhere stories live. Discover now