Capítulo 16 - Começando a Viver

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Nataly/Lucy           


 Alex estava se tornando uma distração para mim, então, durante os dias em que me mantive ocupada usando a desculpa de estar resolvendo o processo da Daisy, eu me mantive afastada dele. Eu sempre estava lá, porém ele nunca me via e quando me via estava apenas o ignorando.

Quando finalmente a juíza decidiu condenar Daisy eu decidi voltar ao meu posto de protetora. Eu estava deixando me envolver demais com tudo isso então precisei muito desse tempo para poder esclarecer as coisas na minha mente.

1 — Eu sou uma agente e não uma estudante.

2 — Alex é um problema para a minha sanidade.

3 — Não posso deixa-lo se aproximar muito de mim. Ou melhor da Lucy.

Depois de criar uma bela história sobre o motivo do meu afastamento eu voltei a conversar com todos como se nada houvesse acontecido. Convenci Alex que estava bem e que não estava chateada com o ocorrido na academia, mas é claro sempre deixando uma pontinha de insegurança pra atiçar a desconfiança e culpa nele. E mais uma vez funcionou direitinho. Ele marcou de ir no meu apartamento para assistirmos uma série policial — como se a minha vida já não fosse policial o suficiente —. Ele me deu umas duas horas antes de aparecer e esse seria o tempo que eu levaria para esconder e organizar toda as coisas do meu trabalho.

Quando ele chegou, me surpreendeu com a sua ideia de me levar para um treino no karatê. A minha ideia estava começando a funcionar, ele estava voltando a treinar e eu me aproveitaria disso. Mas pelo visto não fui a única que pensou nisso. O mestre dele havia preparado uma aula e uma história, bem elaborada, para convencê-lo a treinar com uma katana, o que era muito perigoso, mas os movimentos e os modos de ataque e defesa seriam melhores para se atacassem ele. — Tenho que dar um jeito de não o deixar andando sozinho, sempre terá de ter alguém para que ele sinta que deve protege-lo. Assim eu garantiria que ele usaria o que sabe fora do tatame.

Depois do treino, no qual ele se saiu muito bem, fui levada ao mesmo parque do Domingo passado, mas para a minha infelicidade ele não podia apenas exigir uma caminhada, tinha que pedir justamente aquilo que eu não sabia fazer. É, eu não sei andar de bicicleta. E o motivo para eu nunca ter aprendido realmente é porque nunca ninguém se importou em me ensinar, já que a minha mãe morreu quando eu começava a tirar as rodinhas. Parece estranho uma agente como eu não saber andar de bicicleta e saber pilotar um helicóptero. Mas a verdade é que depois da morte da minha mãe o Anthony não me viu mais como uma filha, e isso eu acho que já deu para perceber. Ele não me ensinou a andar de bicicleta, em vez disso, me jogou em uma sala com várias armas e só me deixou sair quando acertei o alvo principal. E depois disso tirou qualquer amor maternal ou paternal que eu pudesse ter e no lugar colocou ódio, vingança, e habilidades espetaculares para qualquer tipo de luta.

Bom, mas voltando ao parque, consegui fazer Alex me compreender — Não que tenha sido difícil —, mas ele ainda queria me ensinar andar numa dessas bicicletas, o que seria muito engraçado levando em consideração nossos tamanhos, mas eu gostei de ver que ele se importava comigo. A cada momento ele passava a se parecer menos com o Maurício e começava a lembrar como a minha mãe era.

Era bom estar com ele. Eu estava me sentindo mais.... Humana. Era uma sensação muito boa e eu estava a abraçando duma forma tão grandiosa que quando percebi estava próxima demais do Alex, e, como antes, eu tive vontade de beijá-lo, e mesmo sabendo que isso vai de contra todas as regras que a nossa agência segue, eu o fiz então. Me arrependo. Porém foi o melhor beijo que eu já tive — Não que a minha cota de beijos seja grande, já que só comecei depois que virei agente, mas de todos os poucos esse foi parar no topo da lista bem rápido.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeWhere stories live. Discover now