Usei as horas no avião para pensar em tudo o que estava acontecendo. Pensei no que eu queria, no que Harry demonstrava querer e na forma que estávamos agindo. Ainda não tinha chegado em uma conclusão quando pousamos, mas ao menos tinha refletido bastante.
-Senhorita Swift -Um dos meus seguranças me chamou. -Vamos ter que sair por outra porta do aeroporto. Suas malas estarão dentro do carro que os levará até a pousada.
Deixei que meu segurança me guiasse até um elevador que nos levaria até a outra saída, e logo que as portas se abriram eu o vi, meus olhos focaram em seus olhos verdes e naquele sorriso presunçoso que me lembrou imediatamente o Gato de Cheshire. Não consegui não sorrir ao vê-lo.
Quando finalmente o abracei tudo parecia estranhamento encaixado, meu corpo estava acomodado no dele de forma a me deixar em paz. Uma paz que eu não sentia há semanas.
Senti seus lábios no topo da minha cabeça e quando desfizemos nosso abraço ele enlaçou sua mão na minha.
-Como foi de viagem?
-Nada fora do normal. –Dou de ombros, nada fora do normal tirando a forma com que minha cabeça trabalhou naquelas horas. –Só estou bastante cansada. Não consegui dormir muito.
-Você vai adorar a nossa cama. –Ele pisca e eu o empurro com os ombros de leve.
Consegui ouvir toda a gritaria de fãs que esperavam nos ver saindo pela porta principal do aeroporto quando saímos do elevador e todo o meu corpo se arrepiou. Eu nunca me acostumava com aquela energia maravilhosa. Maravilhosa, mas ao mesmo tempo estranhamente pesada, desde que eu e Harry começamos a sair foi como se a energia que eu sentia vindo da maioria dos meus fãs tivesse sido transformada.
-Não se preocupe com isso, eles não nos encontrarão mais. -Harry falou analisando meu rosto. -Ao menos por enquanto.
[...]
O sono está quase me levando quando sinto um peso na cama. Harry.
Ele estava tirando os sapatos tão lentamente que eu não consigo reprimir a risada, o que acaba o assustando.
-Me desculpe! –Ele solta e dá um pulo. -Uou, achei que já estava dormindo.
-Não queria ter te assustado, desculpa. -Falo quando consigo controlar minha risada. -Você estava fazendo tudo tão lentamente, foi muito engraçado de ver.
Ele balança a cabeça e eu consigo ver um sorriso em seu rosto.
-Só você mesmo. Eu ia me deitar com você, posso?
Faço que sim com a cabeça e me arrumo na cama, acabo percebendo que ainda estou de sapatos e com meu casaco. Me sento e tiro tudo o que estava me incomodando e volto a me deitar, agora com Harry do lado.
-Sabe qual o primeiro pensamento que eu tive quando te vi no elevador, hoje? -Pergunto depois de um tempo, já de olhos fechados.
-O que? –Sinto sua mão acariciando meu rosto.
-Que seu sorriso parece com o do Gato de Cheshire, da Alice no País das Maravilhas...
-Que ótimo pensamento. -Ele fala rindo, o que me faz rir.
Abro meus olhos e ele está com o mesmo sorriso no rosto.
-Um sorriso presunçoso, bonito... –Passo o dedo indicador pelos seus lábios enquanto falo. –Me calma.
Ele segura minha mão e a beija lentamente.
-O mais engraçado é que foi a primeira vez que essa comparação veio na minha mente.
-Talvez você tenha analisado mais... Ou seu vício por gatos está bem forte. -Ele diz me fazendo rir.
Sou envolvida por seus braços e em poucos minutos já estou dormindo.
[...]
Me levanto e percebo que Harry não está ali. Vou até a grande sacada que tem em nosso quarto na esperança de ter ao menos uma noção de que horas seriam. Era manhã e a vista era de tirar o fôlego.
Nosso quarto ficava de frente para o mar, a brisa leve parecia acariciar meu rosto e a sensação de paz não demorou muito para me invadir. Não sei quanto tempo fico ali parada, mas logo sinto mãos no meu quadril e sei que é Harry, sorrio involuntariamente e encosto minhas costas em seu peitoral.
-Bom dia. -O ouço. A voz dele ficava lindamente mais rouca pela manhã.
-Bom dia.
Seus lábios vão de encontro a pele do meu pescoço, ele beija ali de leve e vai aumentando a pressão aos poucos. Solto o ar que eu nem sabia que estava segurando quando ele finalmente me solta.
-Estou com fome, o que acha de irmos almoçar? São mais de onze horas. -Ele fala tranquilo.
-Claro, só vou me arrumar. -Falo tentando controlar a voz.
[...]
Não estava cansada naquela noite, não tinha motivos para estar, nosso dia havia sido bem tranquilo. Harry, ao contrário de mim, foi direto para o quarto.
Tentei me entreter com alguma coisa, mas nem as palavras cruzadas conseguiam distrair minha mente. Ele havia passado o dia todo inquieto e com o semblante preocupado, mesmo tentando esconder algumas vezes.
Estava indo para o quarto quando dei de cara com o Harry, que estava parado no corredor.
-Achei que estava no quarto. Já ia me deitar... -Falo observando seu olhar confuso.
-Eu estava indo para a sala, pensei que estaria lá. Hãn, você está com sono? -Nego com a cabeça e ele assente. -Podemos ir para a sala? Quero falar com você.
Faço que sim com a cabeça e já começo a pensar no pior. Caminho a passos lentos até a sala, realmente não queria saber o que ele tinha para falar depois de um dia todo preocupado, mas no momento ele parecia mais calmo.
Ele se sentou no sofá e eu fiquei em pé, de frente a ele. Harry passa as mãos nervosamente pela bermuda que está usando e eu percebo que uma delas estava fechada.
-Você é simplesmente a mulher mais incrível que eu conheci, o que eu sinto por você eu realmente nunca senti por mais ninguém e eu sinto que temos uma ligação bem forte. –Meu coração começa a acelerar e ele deve perceber o meu desespero. –Não vou te pedir em casamento, pode ficar tranquila. Ainda não. –Ele ri e me leva junto. –Mas estava pensando, já estamos juntos há um tempo e eu gostaria de oficializar o que temos.
Assinto com a cabeça e ele abre a mão, reconheço o pingente. É um colar que ele usava e que eu sempre gostei. Um avião de papel, e consegui ver todo um significado naquilo, era sobre nós.
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1989 (Haylor) - Temporada 1
Fanfiction(Capa feita por Myliur / Green Graphics) "Amor de longo alcance Durante anos, separados pelo destino, amaram-se a distância. Sem que um soubesse o paradeiro do outro, procuravam-se através dos continentes, cruzavam pontes e oceanos, vasculhavam vie...