1989 (Haylor) - Temporada 1

Capítulo 21 - Olivia

Minha vontade era de ir para longe, mas mesmo que eu quisesse eu não teria coragem. Não era como se eu pudesse ficar tão chateada, eu nem sabia o que havia acontecido.

Fiquei ali mesmo, na casa dele, tentando me distrair com o que fosse, mas nem as palavras-cruzadas ajudavam. As lembranças de Karlie dizendo que eu não deveria ficar daquela maneira, já que ele poderia ter tido algum imprevisto, e Selena dizendo que eu deveria deixá-lo, já que era óbvio que as coisas não haviam mudado. Liguei para Ed também, e ele disse algo parecido com o que Selena havia dito.

-Sou amigo dele, é uma ótima pessoa e você sabe disso, mas vocês estão sendo atacados de uma forma que eu acho que nem ele, nem você irão aguentar. Ele pode te deixar a qualquer momento. Não estou dizendo que ele possa ter ido fazer algo errado, pode ser apenas trabalho e ele não quer te preocupar, mas se te fez se sentir assim é porque o relacionamento de vocês está afetado.

Tentei me acalmar, mesmo com dois amigos me dizendo que Harry poderia me deixar. Não poderia levar em tanta consideração a fala de Selena, por ela não conhecer Harry tão bem, mas a de Ed era impossível não considerar.

Tomei um banho longo e quente, chorando mesmo sem saber ao certo o motivo. Vesti uma camiseta dele mesmo, uma branca que eu tanto gostava. Me deitei na grande cama, sentindo a falta dos braços dele ao meu redor.

Por que tudo tinha que ser tão complicado entre nós? Eu já não estava mais aguentando isso. Poderia estar exagerando, mas aquilo era como o resultado de um todo que nós fizemos para chegar até este ponto novamente. Pensava que estávamos indo para frente, mas na verdade só caminhávamos para trás cada vez mais rápido.

Pegar meu celular era uma péssima ideia, não queria ver e ler sobre o quão odiados nós éramos, nem ver teorias do que vínhamos fazendo, ou até mesmo encontrar alguma foto de Harry que poderia fazer com que eu pensasse em mais coisas.

Foi pensando em como a mídia parecia estar sempre nos espreitando, e as pessoas sempre nos odiando que eu adormeci.

P.o.v's Harry Styles

O dia havia sido cheio e bem cansativo, devo dizer que em principal para mim. Tive uma reunião e fui o primeiro a chegar, sendo esta a intenção. Queriam falar comigo sobre a Taylor, então a conversa foi longa e eles me deram algumas ordens.

Depois disso, tivemos uma reunião com todo o grupo, resolvendo assuntos da banda mesmo. Ensaios, planejamentos e afins tomaram todo o restante do dia, o que não me deu a oportunidade de falar com a Taylor.

Talvez ela tenha ficado preocupada, mesmo que não precisasse. Mas acho que estávamos conseguindo manter a confiança agora.

Com sorte, quando estou chegando em casa, vejo um homem vendendo flores na rua e paro, comprando algumas para Taylor. Penso que ao chegar ao condomínio não terá ninguém, porém há algumas fãs ali e preciso parar para cumprimentá-las, o que não levou muito tempo já que não eram tantas assim. Era bom e estranho ver o sorriso que aparecia no rosto de cada uma quando me viam, talvez eu nunca me acostumasse com isso.

Finalmente estaciono o carro na garagem, as luzes estão todas apagadas, exceto a que eu identifico como a do meu quarto. Ela estava ali, e acordada. Era um bom sinal, não é?

Entro e deixo minha carteira e chaves em cima do aparador, deixo meu casaco desajeitadamente pendurado atrás da porta e subo o mais rápido que consigo. Só vejo seus cabelos loiros e longos espalhados pela cama, ela estava de costas para a porta e certamente não havia ouvido eu chegar. Vestia uma de minhas camisetas, dando a visão livre para suas coxas. Caminho lentamente até ela, e como ela não se mexe, percebo que está dormindo. Sou egoísta ao ponto de acorda-la, havia passado o dia fora e estava com saudades.

Beijo de sua bochecha até seu pescoço, tomando cuidado para não colocar peso demais em cima dela. O pequeno buquê de flores brancas ainda estão em minha mão, bem à frente de seus olhos. Ela se remexe e vejo que acorda.

-Harry? -Sua voz sai fraca e falha, eu apenas beijo sua bochecha novamente em resposta.
Ela se vira para mim e vejo seus olhos mais azuis que o habitual me encarando um pouco confusos. Ela solta um sorriso fraco e eu nunca a achei tão linda. -Por que não deu notícias? -Estávamos sentadas na cama, ela com a cabeça apoiada em meu ombro, brincando com as flores.

-O dia foi intenso, me desculpe... Deveria ter mandado ao menos uma mensagem, ou ter dito onde iria.

-Não discordo, mas tudo bem.

Não havia sinal de brincadeira em sua voz e eu entendo que ela havia ficado chateada.

-Me desculpe, amor... -Peço novamente.

As palavras de Simon e Mônica, que era a responsável mais direta sobre assuntos entre a mídia e nós, vieram em minha mente no mesmo instante.

Sinto os dedos de Taylor em meu braço, ela contornava minhas tatuagens. Levanta o olhar e me encara. Eu nunca estive tão feliz por estar com ela, não queria que aquilo acabasse nunca mais, mesmo que ela estivesse chateada comigo e eu entendia, ela não sabia o que eu havia escutado durante o dia.

-Não estou chateada, está tudo bem. -Ela sorri sem mostrar os dentes. -Você estava trabalhando, é claro que eu entendo.

Suspiro um pouco aliviado e ela volta sua atenção para minhas tatuagens.

-Quer falar sobre seu dia? -Pergunta sem me encarar.

-Não, ele foi bem entediante. -Tento soar natural. -Quer falar sobre o seu?

-Hum... Eu vi a Karlie, a Selena, elas vieram aqui, espero que não se importe. E falei com o Ed... Mas nada muito interessante.

-Você sabe que não me importo. Como a Selena está?

-Bem, eu acho. -Ela franze a testa.

Voltamos a ficar em silêncio. Era visível que ela estava incomodada e certamente não havia me desculpado completamente.

Passo meu braço por cima de seus ombros e a aproximo mais de mim, ela resmunga mas não se opõe.

-Eu te amo, tá bom? Dói te ver assim, me desculpe... -Peço novamente.

Ela aperta o braço em volta do meu tronco e murmura um "tudo bem".

Beijo o topo da cabeça dela, e passamos boa parte da noite daquele jeito, nos beijando e fazendo carinhos. E eu só queria que aquilo pudesse durar para sempre.