Capitulo 1: Cidade Fantasma

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CAPITULO 1: CIDADE FANTASMA

Sabe aquela garota loira sentada em um banco de um terminal de ônibus antigo? Aquela mesmo! A que está usando calças jeans preta, camiseta heavy metal com estampa de caveira e botas de combate pretas. Sem contar o pircing prateado na língua que aparece todas as vezes que ela põe a língua pra fora quando as pessoas ousam olhar um pouco mais sua aparência. Então... Aquela garota também tem uma tatuagem de caveira em suas costas, aquela garota costuma a ir a show de rock e beber até tirar as merdas todas fora de sua cabeça. Ela é a mesma garota que usa drogas, abusa dos palavrões, e está sempre se metendo em confusões. Então essa é a descrição da pessoa que eu sou hoje.

Meu nome é Ariel Caldwell e nesse momento eu estou em algum lugar chamado Lewiston, que para mim parece mais como o fim do mundo. Deixe-me explicar para vocês como eu cheguei aqui. Meu pai - John - está cansado de me tirar da cadeia todas as vezes que eu apronto alguma coisa. Ele simplesmente acredita que pode mudar o meu jeito de ser se me enviar para um Rancho. Sim você leu certo. Um Rancho! Para trabalhar pesado. Sabe... Mexer com cavalos, bois, vacas e todo o animal sujo. É claro que eu odiei eternamente essa decisão dele, e eu estava até esperando fugir de casa para não ter que enfrentar esse destino. Mas então ele veio para jogar sujo.

Meu pai me deu duas opções. A primeira: Vou para o Rancho, passo minhas férias de verão lá, não me meto em problemas, largo a bebida e as drogas e trabalho pesado. Recompensa: Posso ir estudar em Londres e ele vai estar disposto a pagar tudo o que eu precisar. Segunda opção: Não vou para o Rancho, mas perco meu carro e minha mesada. Vou ter que encontrar um trabalho para me virar, não vou mais estudar em Londres, e infelizmente terei que aguentar minha madrasta pela eternidade. Recompensa: Zero!

Por isso eu preferi escolher a primeira opção. Claro que meu verão estará perdido no meio de todas as bostas fedidas. Entretanto tudo e qualquer coisa é melhor do que passar a eternidade tendo de aguentar minha madrasta, e as três bruxas que são suas filhas. Agora eu estou aqui sentada nesse banco tomado de ferrugem, com a minha mochila preta nas costas - a única bagagem que eu tenho - e estou esperando impacientemente que alguém venha me buscar. Alguém com um nome que eu devo ter esquecido por que não prestei atenção no meu pai. Eu ainda não acredito que eu estou mesmo fazendo isso, não acredito que concordei com toda essa besteira. E ainda mais, não posso acreditar que meu pai acha que me mandar para Idaho, dois estados de onde moramos pode fazer com que eu mude, e seja uma garota diferente. Isso é tudo uma grande bosta. E por falar em bosta depois que eu descobri sobre essa viagem, eu criei uma tendência de colocar "bosta" nas minhas frases...

O ônibus onde eu passei quinze horas sentada no banco balançando pelas estradas ruins já saiu do terminal vinte minutos atrás. Agora eu estou no meio do nada sem ter como voltar para casa, ou como chegar a tal fazenda onde eu deveria ficar. Infernos, eu estou aqui sozinha, com minha pouca bagagem esperando um cara do interior que está muito atrasado. Será que é assim que eles recebem seus visitantes? Eles o deixam mofando nesse calor escaldante, com fome e sede, até que seu corpo comece a definhar? Talvez eles tenham me esquecido. Ou talvez eles estejam fazendo questão de me esquecer. Quem é que gostaria de receber uma aberração em sua fazenda? Talvez eu deva ligar para o meu pai, isso mesmo! Talvez ele esteja com saudades, e até queira mudar de ideia. Bem, acho difícil. Mas não custa tentar, não é?

Puxei o telefone celular da minha mochila. E ó, graças à tecnologia avançada eu obtive alguns pontos de rede. Disquei para casa, e esperei, esperei, esperei. Estava quase desistindo quando alguém atendeu.

― Residência dos Caldwell. Charlize falando.

Ah não, não, não! Tem jeito mais patético do que atender ao telefone assim? Eu posso dizer que sou uma aberração, mas minha madrasta não está tão longe assim.

Sunset (Disponível até 30\12\16)Where stories live. Discover now