Sunset (Disponível até 30\12\16)

Capítulo 29: Uma tempestade a caminho.

Existe algo sobre estar no topo de Sunset Runch que é realmente inexplicável. E não estou falando da beleza do lugar, ou como a natureza e os animais parecem mais receptíveis aqui. Não, não é sobre isso. É sobre a forma como o vento parece dançar ao meu redor e como ele canta sussurros no meu ouvido, e mesmo que eu não entenda o que ele está dizendo, eu sei que é algo bom. É também sobre a forma como o céu se abre em um imenso véu azulado, pintado com longas manchas brancas que criam formas no ar. É sobre este silêncio que não está fora, mas dentro da minha mente, e que traz uma sensação de paz ao meu coração. Eu amo isso, eu amo Sunset Runch.

― Bom dia.

Viro-me e encontro Gabe de pé, sem o chapéu, com os cabelos em um emaranhado quase tão terrível quanto o meu, com os pés descalços e a camisa com alguns botões presos nos buracos errados. Ele me faz rir.

― Bom dia. Como você está se sentindo?

― Qual a graça? ― pergunta-me caminhando até mim com um sorrisinho no canto dos lábios. ― Ah, e essa pergunta também é minha.

― Eu estou muito bem.

― Eu também. ― Ele para na minha frente e segura minhas duas mãos, erguendo-as até os lábios para beijar o dorso de cada uma. ― Nunca estive melhor.

― A graça, cowboy, é essa sua aparência desleixada. ― respondo sua pergunta anterior. Ele olha para si mesmo e balança a cabeça como se não houvesse se dado conta de como estava.

― Talvez você possa me ajudar a me vestir corretamente. ― Gabe ergue os olhos para mim com um sorrisinho malicioso.

― Você e eu cowboy sabemos que eu sou muito melhor na arte de despir você do que de vesti-lo.

Gabe ri, e com um puxão rápido me traz para perto dele, esmagada entre seus braços fortes e possuída pela sua fragrância maravilhosa.

― Eu te amo, Ariel.

― Eu sei disso. ― Eu sorrio o meu maior sorriso para a sua admissão.

― Mas, eu quero que você ouça todos os dias, eu quero que todos ouçam todos os dias, eu quero que todo mundo saiba que eu a amo. Eu amo você.

― Amo você também, meu cowboy.

― Não sei como você encontrou caminho para o meu coração. ― Gabe ergue a mão e toca o meu rosto com bastante delicadeza. ― Mas você encontrou, e agora eu estou tão apaixonado por você.

Ficando sob a ponta dos meus dedos, eu passo os braços ao redor do seu pescoço e beijo Gabe. Um beijo bem longo da maneira que nós dois gostamos.

― Quando vamos voltar para casa?

Gabe ergue os olhos para o céu, e de volta para mim.

― Vai chover hoje, e se não quisermos nos molhar precisamos ir o mais cedo possível.

― Chover? ― repito, olhando para o sol. ― Mas está um dia tão lindo.

― Vai chover. ― Gabe afirma confiante.

― Está bem, sabichão. Eu só queria... Só queria permanecer por mais tempo aqui.

― Você sabe que podemos voltar, não é?

― Eu sei, mas duvido que tão cedo. ― Abaixo a cabeça sentindo-me triste, não só pela nossa partida do topo de Sunset, como também sobre a minha partida para longe de Sunset.

― Não quero pensar em coisas tristes hoje, Ariel. ― Gabe diz, parecendo tão triste quanto eu. Nós dois sabemos que eu vou voltar para casa em uma semana, e isso é algo que nenhum dos dois está preparado para encarar.