Capítulo 5: Apelidando uma vaca

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CAPITULO 5: APELIDANDO UMA VACA


Estar com Baruk, viúva-negra, Jorge e Matha de alguma forma fez-me sentir melhor. Era como ter um pedacinho daquilo que amo perto de mim. Eu nunca agradeceria Cruela por tirar meus bichinhos de casa e os mandar em uma viagem de quinze horas sozinhos, sem comida e água. Mas no fundo eu agradecia por eles estarem a salvos comigo, e na fazenda.

Nora deixou que meus animais ficassem no quarto comigo. Embora quando descobriu exatamente que tipos de animais eu considerava de estimação, ela ficou um pouco assustada. Mas permitiu que eles ficassem com tanto que eu garantisse que eles eram inofensivos, e que eu os manteria presos. Exceto Baruk que apesar de ser um pouco arisco, é mais do tipo mandrião, e passa boa tarde do dia apenas dormindo. Para algumas pessoas ele é apenas um gato preguiçoso. Para mim ele é muito mais do que isso. Aquele gato me compreende de uma maneira que às vezes me assusta. Tudo bem, você pode estar me achando pirada neste momento. Mas hoje é um daqueles dias em que eu não me encontro drogada ou bêbada, e eu estou afirmando que meu gato compreende meus sentimentos. Espere, e você verá...

Depois que o café da tarde foi servido aos cowboys, Nora me deu o resto da tarde e noite de folga. Ela disse que não precisaria mais da minha ajuda na cozinha, já que o Jantar seria uma refeição menor, e menos elaborada que as outras, já que era apenas para os integrantes de sua família. Eu aproveitei esse tempo para instalar os aquários no meu quarto e dar um pouco de atenção aos meus bichinhos. Quando Baruk deixou sua caixinha de transporte ele andou desconfiado ao redor do meu novo quarto. Na minha casa em São Francisco Baruk tinha sua própria caminha confortável. Mas aqui ele vai ter que se contentar em dividir a cama comigo ou vai dormir no chão. Quer saber o que ele escolheu? O meu travesseiro. Aquele gato gordo e preguiçoso deve ter achado o travesseiro confortável, por que assim que instalou seu traseiro nele, foi ali que ficou.

Aproveitei que todos estavam jantando e o banheiro estava livre, e fui tomar um banho. Meu cabelo cheirava a gordura, por isso tive que lava-lo e enxagua-lo muitas vezes. Usei uma loção que tinha cheiro de rosas e esfreguei sobre a minha pele. Depois que sai, me sequei e vesti a mesma camisa branca da outra noite. Ela caia até os meus joelhos e era macia e confortável. Além de ter aquele cheiro delicioso. Voltei para o meu quarto e encontrei uma bandeja cheia de comida, provavelmente Nora havia deixado para mim. Por incrível que pareça eu não tinha um pingo de fome, na verdade eu já não suportava ver comida na frente dos meus olhos. A partir de agora só comeria quando fosse realmente necessário. Tomei apenas o suco e levei a bandeja de volta para baixo.

A casa estava completamente silenciosa, pela primeira vez no dia. Deixei a porta do meu quarto aberto para iluminar o caminho até as escadas. Desci com cuidado nos degraus que rangiam. A casa de Nora ficava um tanto assustadora sem um pingo de luz. Agora olhando melhor os quadros e as mobílias provocavam sombras distorcidas o que dava a impressão de que havia pessoas bisbilhotando meu caminho. Estremeci e corri rapidinho até a cozinha, devolvi a bandeja até a geladeira e fiz meu caminho de volta.

Virando-me dei de cara no que parecia ser uma parede de tijolos, o impacto me fez perder o equilíbrio e eu cambaleei para trás com um grito preso na minha garganta. Duas mãos fortes se estabeleceram ao redor da minha cintura e me mantiveram firme e de pé. No escuro eu tateava a minha frente e tentava escapar inutilmente daqueles braços rígidos.

— Se você vai ficar me apalpando desse jeito, eu acho que tenho o direito de fazer o mesmo. — A voz rouca sussurrou no meu ouvido. No mesmo instante eu congelei e afastei as minhas mãos do que deveria ser o peito e abdômen de Gabe.

Sunset (Disponível até 30\12\16)Where stories live. Discover now