Sunset (Disponível até 30\12\16)

Capitulo 16: Garotas da cidade também se apaixonam

CAPITULO 16: GAROTAS DA CIDADE TAMBÉM SE APAIXONAM

Estava tocando Metallica, a música alta quase conseguia ser o suficiente para me fazer parar de pensar. Quase. Por que eu ainda não conseguia tirar da cabeça a imagem de Jacqueline beijando Gabe. Eu não sabia se ele havia retribuído aquele gesto imenso de carinho daquela galinha vodu, algo me dizia que não. Gabe não tinha interesse em Jacqueline, se tivesse já teria demonstrado antes. E com certeza, se ele esperasse por aquele beijo, não teria me dado esperanças. Não era da personalidade de Gabe ser esse tipo de cara. Eu conhecia ele, mesmo que há pouco tempo, eu sentia lá no fundo que ele jamais faria algo assim comigo ou com qualquer pessoa. Só que isso não mudava o fato de que Wesley sempre estivera certo. Jacqueline nutria sentimentos fortes por Gabe, Jacqueline queria Gabe, e Jacqueline me via como uma inimiga em seu caminho.

— Ei, docinho! — Wesley gritou sobre o barulho da música. Em uma estrada de terra batida, eu tinha que certeza que dirigir a cento e dez quilômetros por hora não era muito aconselhável. Mas não falei nada, fechei os olhos, abri novamente, senti a brisa gelada que entrava pela janela bagunçando meus cabelos. — Vamos lá, docinho, você tem que parar de pensar um pouco. Concentre-se em mim.

— Para onde estamos indo? — perguntei, dando-me conta de que eu não conhecia aquele caminho.

— A gente tá indo para o único bar que presta dentro dessa cidade. — Wesley respondeu, e lançou um olhar na minha direção. — Vai estar todo mundo lá Ariel, provavelmente o Gabe e a Jacqueline também, já que é o point para comemorações.

— Tudo bem. — murmurei. — Não posso evita-los para sempre. Só quero um tempo, só isso.

— Eu disse para você quais eram as intenções da minha irmã, você deveria ter acreditado mais em mim.

— Wesley, sua irmã é uma piranha, ela agarrou ele do nada! Do nada!

Wesley riu.

— Pois é docinho, é o que é, e isso não vem de agora. — Wesley baixou o volume do rádio, e prosseguiu. — A Jacqueline é apaixonada pelo Gabe desde pequena, é aquela paixonite de criança que dura para sempre, sabe?

Balancei a cabeça concordando.

— Só que o Gabe estava interessado na Rosie, nunca percebeu a Jacque. Eu nem sei como ela suportou ver os dois juntos e nunca armou alguma tramoia. Acho que é por que ela amava a Rosie também, mesmo sendo apaixonada pelo Gabe. Só que depois que a Rosie morreu o caminho para a minha não tão doce irmãzinha ficou livre.

— Você acha que esse beijo que ela deu no Gabe foi uma armação para me tirar do caminho? — perguntei, mordendo minha cutícula.

— Se eu acho? — Wesley soltou uma gargalhada. — Eu tenho certeza, docinho. Eu não defendo o Gabe, ele pode ter até curtido o momento, vai saber. Mas eu sei que a Jacqueline beijou ele essa noite para provocar você. Ela te viu indo para as baias, ela conhece o caminho melhor do que você. Ela só chegou primeiro e fez o que tinha para fazer.

— É, eu sei disso. — murmurei.

— Ainda assim, você está aqui comigo, e não com ele.

— Eu preciso de um tempo Wes, mas se você vai ficar se gabando pode parar o carro que eu vou descer.

— Wow! — Wesley exclamou. — Calma docinho, não vou largar você aqui no meio do nada.

— Wesley, por que você está me falando tudo isso sobre a sua irmã? Quer dizer, você fala abertamente que ela é minha inimiga declarada por que gosta do Gabe. Você admite que o que ela fez hoje não passa de uma armação para me manter afastada do Gabe. Só que você não gosta do Gabe, você o culpa pela morte da Rosie, você diz coisas horríveis sobre ele. Eu não entendo... Você não deveria tentar proteger a sua irmã, e dizer que a culpa foi toda do Gabe ou algo assim? Que tipo de inimigo você é?