Capítulo 23: Compreensões

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CAPITULO 23: COMPREENSÕES


Rolei sobre a cama, bocejei e espreguicei-me lentamente. Abri meus olhos, e deparei com os olhos de Gabe me fitando. Pela cortina entreaberta, entrava a pouca claridade da manhã, que proporcionava luz em meio à penumbra. O suficiente para que eu visse o pequeno sorrisinho que surgiu no canto dos lábios do cowboy. Ele ergueu a mão e tocou meu rosto, afastando um fiapo de cabelo preso nos meus lábios. Em seguida afagou minha bochecha com a sua mão forte, sem nunca deixar o sorriso ir. Eu podia jurar que era o melhor sonho que eu tinha aquela semana. Exceto que nada daquilo era um sonho.

— Alguém já disse que os seus olhos são lindos? — Gabe perguntou-me, em um murmúrio, enquanto tocava meu rosto delicadamente.

— Ah, um monte de gente, sabe? Eu já fui muitooo elogiada pelos meus olhos. — brinquei, sarcasticamente. Na verdade, eu só havia ganhado elogios da minha mãe e talvez um ou outro do meu irmão. Foi aqui na fazenda que as pessoas começaram a me mostrar uma beleza que eu nunca tive a intenção de utilizar.

Gabe riu, e ergueu-se para se apoiar no cotovelo. O lençol deslizou um pouco abaixo, parando precariamente em seu quadril. Eu adorava saber que ele dormia só de cueca, embora tivesse relutado bastante antes de desistir dos jeans. Mas consegui convencê-lo de que não o atacaria a noite só por que ele deixaria seu peito e suas pernas nuas. Atacar eu não tinha mesmo, estava cumprindo minha promessa. Agora fantasiar em fazer isso. Ah, fantasiei muito.

— Você merece todos os elogios. — Gabe respondeu, ainda sorrindo, e se curvou para me dar um beijinho rápido nos lábios. — A propósito, bom dia.

Todo o dia seria um bom dia, se eu acordasse recebendo esse tipo de bom dia.

— Bom dia, cowboy. — Devolvi-lhe o sorriso.

Gabe levantou-se da cama e começou a se vestir, enquanto eu admirava suas costas largas e sua bundinha durinha. Depois de pegar o chapéu do chão ele andou até a porta da sacada, abriu as cortinas e deixou a luz da manhã invadir nosso quarto. Baruk se moveu na cama, desconfortável com a claridade e se enfio embaixo das cobertas. Pisquei meus olhos várias vezes para me acostumar e sentei-me na cama.

— Eu tenho que ir. — Gabe veio até mim e colocou um beijinho no topo da minha cabeça. — Nos vemos lá embaixo para o café da manhã, tá?

— Tá. — concordei sorrindo.

Gabe se virou e caminhou até a porta, mas antes que saísse eu chamei seu nome.

— O que foi?

— Você acha que é seguro sair agora? — perguntei. — E se sua mãe ou seus irmãos virem você saindo daqui?

Gabe parou com a mão na maçaneta, e soltou uma risada baixa.

— Ariel minha mãe sabe que estou aqui.

— Sabe? — Arregalei os olhos.

— Nora Asher sabe tudo o que acontece dentro de sua casa, ela tem olhos e ouvidos em qualquer lugar.

— E você só diz isso agora! — exclamo. — Ai meu deus, ela vai brigar comigo. A gente não devia ter desobedecido a uma ordem dela...

— Ei loira, fique calma. — Gabe largou a maçaneta e veio até mim, puxou-me de pé e me trouxe para os seus braços para me abraçar. — Minha mãe só está com medo de que o que a gente tenha seja passageiro, e depois a gente acabe saindo machucados. Mas nós vamos provar pra ela e pra todo mundo que não é assim. Então não se preocupe com o fato de eu estar dormindo aqui. Minha mãe sabe disso, e ela não vai brigar com você ou comigo.

Sunset (Disponível até 30\12\16)Where stories live. Discover now