Capítulo 28: Eu te amo, cowboy.

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Encontro Gabe no celeiro logo depois do almoço, ele está selando os cavalos para a nossa longa cavalgada até o topo da montanha. Ajax sentiu muita falta de seu dono nas últimas semanas, assim como eu. Eu tentei trata-lo como Gabe faria, mas eu tenho certeza que não cheguei nem perto de dar tudo o que ele precisava. Gabe também sentiu muita falta do animal e na primeira oportunidade que teve, veio vê-lo. Agora o animal parece até mais feliz e radiante com a chegada de seu dono.

― Oi.

Gabe ergue os olhos para mim e sorri.

― Oi, loira. Tudo pronto para partirmos?

― Sua mãe está terminando de arrumar a cesta.

― Certo. ― Gabe se levanta e dá umas palmadinhas na barriga de Ajax. ― Pronto, garoto. Vamos fazer um longo passeio hoje.

Ajax relincha como se compreendesse o dono, ao lado dele, Schot se agita também.

― Você selou Schot para mim. ― constato.

― Sim, eu achei que seria melhor já que você está mais familiarizada com ele.

― Gabe, eu preciso te contar uma coisa.

― Está bem. ― Ele tira o chapéu da cabeça, passa as mãos no cabelo deixando os fios soltos e revirados de uma maneira adorável, e então sem se dar conta do quanto está bonito, ele volta a colocar o chapéu. ― O que é que você quer me contar?

― É sobre os cavalos, ou melhor, sobre um cavalo especifico. Enquanto você esteve fora, eu não tinha muita coisa para fazer. Quer dizer, eu ainda ajudava Nora com as tarefas, e passava bastante tempo com Valérie ou Agatha. Só que nas noites, nas noites eu realmente sentia falta da sua companhia. Eu comecei há passar muito tempo aqui nos estábulos com os cavalos, eu conversava com eles, alimentava eles, escovava eles... Acho que me tornei amiga de todos eles.

― Isso é muito bom, Ariel. Algumas pessoas os enxergam só como animais, eu também os vejo como amigos. Sei que o Ajax me compreende. ― Gabe diz.

― Então, acontece que eu acabei ficando muito próxima de um cavalo em especial. Não sei como isso aconteceu, eu só... Só achei que precisava me aproximar dele, precisava fazê-lo confiar em mim.

― E você conseguiu?

― Sim, eu acho que sim. Na verdade, foi melhor do que eu esperava. Eu consegui monta-lo, Gabe. E fiz isso sozinha, e foi algo muito especial para mim e para ele.

― Suponho então, que você não esteja falando do Schot. ― Gabe diz, franzindo o cenho.

― Não, eu não estou falando do Schot. ― Troco o peso de um pé para o outro. ― Não quero que fique chateado comigo por isso.

― Por que eu ficaria chateado?

Solto um suspiro longo e caminho entre os estábulos. Gabe segue logo atrás de mim enquanto eu o levo para as baias do fundo. Nós dois paramos lado a lado em frente à baia de Shadow. O grande cavalo negro relincha e dá alguns trotes para frente até que ele está com sua grande cabeça negra espiando sobre a porteira que o mantém trancado.

― Olá, garoto. ― Ergo a mão devagar e levo até a cabeça do garanhão. Ele solta um alto relincho que faz Gabe dar um passo para trás, mas eu não. Eu estou acostumada com ele o bastante para saber que Shadow finge ser agressivo, mas no fundo, é um grande bebezão.

― Ariel, tenha cuidado. ― Gabe diz, ao meu lado, preocupado. ― Shadow não é muito chegado a carinho como os outros, ele não está acostumado com esse tipo de afeto.

Sunset (Disponível até 30\12\16)Where stories live. Discover now