15 - Após o caos

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Alguém bate na porta.

E - Me deixem em paz!

M - Sou eu e o Robert querida, abre por favor!

E - Me desculpem, mas não quero falar com ninguém hoje, por favor!

M - Tudo bem, nos falamos amanhã então. Boa noite!

Boa noite, como se isso fosse possível!

Vou ao banheiro e tomo um banho quente e demorado, fico deixando a água cair com a esperança de que leve a dor que estou sentido, depois de fazer as minhas higienes, me visto e deito, não consigo raciocinar e por incrível que pareça durmo rápido.

(***)

Acordo de repente e vejo que são 7:30a.m. e hoje é domingo, devo ter dormido rápido por ter chorando tanto. Como ele pode dizer tudo aquilo de mim?

Me levando, tomo um banho, não posso deixar me abater, eu estou destruída por dentro, em pedaço. Mas eu sou Elana de Melo, tenho que confiar em Deus e seguir em frente (como se isso fosse fácil) posso pelo menos tentar.

Não pensei como será daqui pra frente, mas está nas mãos de Deus, na verdade, estou indo agora buscar a direção Dele.

Saio do meu quarto com os sapatos e a bolsa na mão, não quero acordar ninguém, não estou afim de falar sobre o que ocorreu.

Assim que entro no elevador coloco os meus sapatos, não vou usar o carro! Atravesso a rua e pego o ônibus que por sinal passou mais rápido do que eu esperava.

Chego na igreja na hora da reunião do meu grupo, assisto e em seguida vou para a reunião principal. Assim que termina o meu pastor me chama e pergunta o que houve. Não adianta, Deus sempre tem que usar alguém.

Conto tudo para ele e o mesmo me aconselha dar tempo ao tempo que a justiça vai ser feita e será provado que eu não sou a mulher que Davi me acusou ser.

Agradeço e me despeço de todos, já passa da 1:00p.m, mas eu estou sem fome. Volto para o meu novo bairro de ônibus, porém passo direto e vou ao Museu de Artes Modernas da minha cidade, é perto do apartamento e aqui consigo pensar em paz. Ele fica sobre as pedras na praia, fico observando o mar e tentando entender o que aconteceu.

Eu ia avisar a minha mãe que não vou almoçar, porém o meu celular ficou com o Davi e eu não quero correr o risco de olhar na cara dele!

Fico ali um bom tempo e me perco na hora, mas o meu estomago começa a resmungar e resolvo voltar para o apartamento. Quando entro na portaria peço o interfone ao porteiro e ligo para o apartamento, uma das empregadas me atende e passa para a minha mãe. Ela parece nervosa e ao mesmo tempo aliviada ao ouvir a minha voz, por um instante me recordo do ocorrido com o Rafael nas férias, minha mãe me garante que posso subir que Davi está trancado no quarto e eu faço.

Jhef me recebe na porta do elevador e minha mãe e Robert estão na porta do apto.

E - O que houve?

R - Estávamos preocupados com você.

E - Bom como podem ver, eu estou bem, só com fome!

M - Venha, vamos arrumar algo para você comer.

Resolvo comer na cozinha mesmo, Robert me avisa que já está próximo do horário do voo deles e que quer deixar bem claro que indiferente da minha relação com o Davi que eu continuo sendo a representante dele no Brasil e que devo ficar à vontade tanto com o apartamento quanto com o carro. Me pede desculpa por ter se intrometido, mas que era porque ele tinha certeza de que Davi (melhor David) faria besteira.

Scott aparece e diz que eles precisam ir, me despeço de todos, menos de Davi é claro, não o vejo e minha mãe vai se despedir dele na sala. Não estou acreditando no que está acontecendo!

Jhef me separa de todos, sem que eles percebam.

- Srta, aqui está o seu celular! Peço desculpas, mas tomei a liberdade de copiar todas as conversas com o Rafael. Sei que a srta não é esse tipo de mulher e vou provar isso.

As palavras do Jhef me fazem chorar, mas tento me conter, pois não quero chamar a atenção.

E - Obrigada, mas sinceramente não importa mais. Eu nunca mais vou querer saber do príncipe David.

Robert se aproxima e esfrega as minhas costas, como um pai que quer acalmar o filho e o mais estranho é que isso parece amenizar a dor.

R - Você não sabe o quanto me dói ouvir isso! Meu sonho era ver vocês casados, mas mesmo que você não se importe a honra de uma pessoa é o que ela tem de mais importante e não vamos permitir que a sua fique manchada.

Não suporto e volto a chorar, minha mãe, que já está de volta, me abraça, mal sabe ela o quanto eu precisava daquele abraço.

Eles vãos embora e eu fico na cozinha em silêncio, alguém me serve um suco de maracujá. Quando levanto a cabeça vejo Maria com um sorriso amistoso, agradeço e tomo o suco.

Começo a mexer no meu celular e fico feliz de estar sentada.

Nem eu acredito no que estou lendo.

A vida com o príncipeWhere stories live. Discover now