A vida com o príncipe

45 - Seus olhos

David narrando!

Acordo e tomo o meu café no quarto, a enfermeira me trouxe. Estou louco para ver a Lana.

Tomo o meu banho e coloco outra calça de moletom preta e uma blusa azul claro, assim eu fico à vontade, mas posso circular pelo hospital também.

Sou comunicado de que receberei as visitas dos responsáveis pelas forças armadas do Brasil e um representante da ONU, são os mesmos da reunião que tivemos no escritório do meu pai.

Os recebo e eles começam a contar como estão as ações para pegar todos os envolvidos, uma conversa chata que me faz viajar.

Meus pensamentos vão ao primeiro dia em que conheci a Lana, me lembro de cada detalhe. Dela falando junto comigo na recepção, eu não havia visto até então, me virei só porque achei engraçado o fato de termos falado ao mesmo tempo. Jamais imaginaria que aquela menina linda, com os olhos cor de mel, estava entrando na minha vida para nunca mais sair.

O que mais me incomodou nela foi o fato de não me conhecer, ela foi fria, mas educada e fiquei bravo com o recepcionista porque eu queria a atenção dela, queria que ela me desse mole como sempre acontece, mas ao invés disso ela simplesmente me ignorou e para piorar aquele recepcionista tentou atrair a atenção dela para ele. Idiota!

Mas aquele foi o dia do nosso primeiro beijo! Foi incrível!

P – Filho, você está rindo do quê?

E – Oi?

P – Por que você riu?

Ihhh, a reunião! Esqueci completamente que eles estão aqui.

E – Nada não, me desculpe, eu me distrai!

CS – Ele deve estar pensando na srta Elana!

Volto a rir!

CS – Acho melhor nem saber o que era!

Todos dão risada! Mas depois voltam ao assunto da reunião, quando acaba é quase 2p.m. e vamos almoçar.

Recebi alta e como a Lana melhorou, agora podemos ficar com ela no quarto.

Estou ansioso para ir para lá, terminamos o almoço e eles continuam tratando do mesmo assunto. Estou louco para ficar com ela e sonhando com o momento em que poderei olha-la nos olhos.

Eles dizem tudo, mesmo quando ela quer disfarçar, eles a entrega.

Foi assim no dia em que ela bateu no meu quarto para brigar comigo, quando descobriu que era eu quem colocava o tigre na cama dela. Eu não esperava que ela fosse lá e quando a atendi estava só de cueca, na hora em que ela me viu ficou vermelha, mas mesmo assim me olhou de cima a baixo!

Ela acha que eu não vi, mas aquilo me deixou louco, ela me olhou com desejo e eu sou louco por ela. A mãe dela acordou e eu tive que puxa-la para dentro, me arrependi! Lana estava muito brava e eu também porque ela estava andando para todo lado com o Rafael, porém ficar sozinho com ela no meu quarto e ainda mais com ela me olhando daquele jeito era impossível.

Lana tentou disfarçar e fala sério comigo, mas o seu cheiro e o meu desejo foram mais fortes. Deixei toda a raiva de lado e a beijei com toda vontade que eu estava naquele momento! Ela resistiu no início, só que quando se rendeu foi maravilhoso, eu sentia falta dos seus braços sobre o meu pescoço e os puxei e a fiz coloca-los lá. Porém, Lana foi além, ela demostrou todo o seu desejo e quase me fez perde a cabeça, suas mãos passeando pelo meu corpo praticamente nu foi muito além do que eu podia resistir, peguei ela no colo e levei para cama, mas ela entendeu o que eu queria e me cortou logo. Depois disso me senti rejeitado e fiquei furioso, não quero lembrar do resto. Perdi muito tempo sendo egoísta e agora estou aqui correndo o risco de nunca mais tê-la em meus braços.

CS – Alteza?

E – Sim! - Ainda estão aqui?!?

CS – Tenho certeza de que todos concordam que o assunto principal já foi discutido, fique à vontade para ir vê-la!

E – Posso ir pai?

P – Claro, David!

E – Com licença a todos!

Eu saio correndo e escuto as risadas deles por causa da minha pressa.

Chego ao quarto dela e Line e sra Fernanda estão lá conversando.

E – Boa tarde!

F – Boa tarde querido! Tudo bem?

E – Sim, estou! Recebi alta, só não posso criar outro escândalo, foi o que me disseram!

Elas dão risada!

L – Vamos ficar de olho nisso!

Dois médicos entram no quarto e começam a avaliar as máquinas.

E – Vocês já almoçaram?

F – Ainda não!

E – Eu fico com ela, acabei de almoçar!

Elas concordam e saem, eu me sento na cadeira ao lado dela e observo os médicos, quase meia hora depois eles me dizem que há um botão para chama-los e que eu devo fazer isso com qualquer alteração nas máquinas ou com ela. Digo que farei e eles se vão.

Volto a falar com ela.

E – Oi amor, sabe o que eu estava lembrando? Do nosso primeiro beijo! Você estava brava comigo, lembra? Na verdade, você está quase sempre brava comigo. E quase sempre com razão!

Dou risada!

E – Mas você também adora me deixar bravo ou enfurecido! No dia em que resolveu jantar com aquele idiota eu quase enlouqueci, Jhef tentou me acalmar de qualquer maneira, mas eu imaginava vocês juntos e o meu sangue fervia. Fiz o Jhef me levar até o seu trabalho e foi um palpite de sorte, o carro dele estava estacionado lá e logo vocês chegaram. Você mesmo assim o beijou, mas eu te conheço bem, sabia pelo seu jeito que o beijo dele não mexia contigo como o meu. Ok, já sei que você vai me chamar de convencido! - Dou risada - Mas é verdade, só que você começou a se empolgar e quis segurar o pescoço dele! Aquilo me ferveu o sangue! Nunca que eu iria ficar ali olhando você o tocar como me tocava, apertei a buzina do carro. - Caio na risada - Ele deu um pulo!

Respiro fundo e olho para ela.

E – Você é linda, sabia? Mesmo nesse estado você continua linda! Quero agradecer pela melhora, sei que foi o sinal de que não vai desistir e eu também não vou! Já até recebi alta.

Toco na mão dela só como meu dedo indicador, me pediram para não mexer nela. Por causa da coluna!

Fico olhando-a por um instante, me levando e dou um beijo na testa dela e me sento de novo.

E – Acorda bela adormecida! Você já está aí faz 4 dias. Volta para mim! Abre os olhos, por favor!

Fico olhando para ela, em silêncio e tenho a impressão de que ela tentou piscar, me levando no susto.

E – Lana?

Minha família entra no quarto na hora.

P – Filho? O que houve?

E – Ela tentou piscar!

J – Não foi impressão sua?

E – Não foi, tenho certeza! Vamos Lana, força!

Os olhos dela se mexem de novo!

Scott corre e aperta o botão, os médicos chegam rápido.

Médico: O que houve?

P – Ela mexeu os olhos, mas não abriu!

E – Ela está tentando abrir, alguma coisa está impedindo!

Um dos médicos molha um algodão no soro.

Médico – Acho que foi só impressão de vocês, mas vou aproveitar para hidratar as pupilas dela.

Ele passa o algodão nos olhos dela, mas ela não os abre.

E – Pronto amor, agora já pode abrir!

Depois de uma espera de mais ou menos cinco segundos, que parece mais uma eternidade, ela abre os olhos!