6 - Neve em sangue

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         A vida continuava normalmente. Uma semana havia passado desde que fugira de Alice... Mas eu continuava erecto, disposto a ajudar os miseráveis que mereciam a felicidade que fugira de mim. Era esta a minha missão. Podia não ser uma missão glorioso... Como recuperar o paraíso! Mas era um objectivo integro e cheio de boa intenção. 

O Natal havia chegado. A neve caía na cidade. As ruas estavam  atabalhoadas de pessoas com as suas prendas.  A felicidade se espelhava no rosto destas famílias. O natal era sempre uma época especial. A época de alegria e partilha, em que as famílias se reuniam para festejar esta quadra festiva. O meu natal também era assim quando eu tinha os meus pais.

                  A neve caía agora com mais intensidade. Todos já estavam reunidos nas suas casas quentinhos na sua lareira. Só uma rapariga continuava sozinha observando a neve. Parecia estar a falar com alguém. Só que não havia ninguém. Ou parecia não existir.

" Quantas vezes tenho que te dizer para não falares sozinha?"

" Eu estava falando com as almas perdidas."

" Não existem almas perdidas! "

" Claro que existem."

" Maluca!"

De repente oiço um tiro no escuro. Sangue espalha-se pela neve. Um lago de sangue se forma. E um corpo aparece estendido em cima da neve. Era a rapariga que minutos antes falava sozinha. E agora estava ao seu lado. Ela tinha-se transformado num espírito. 



A guardiã dos destinos ( Anjos guardiões, livro 2)Where stories live. Discover now