A guardiã dos destinos ( Anjos guardiões, livro 2)

11 - O resgate

     

       Quanto mais me aproximava da gruta, mais o meu coração pulsava... Queria ter ela de novo nos meus braços, segura e sem medos. Como pode estar tanto tempo afastada dela? E agora por minha culpa ela estava em perigo. Isto todo aconteceu  porque eu me descuidei da minha missão. Que espécie de salvador abandona os seus quando eles mais precisam dele? Falhara com a minha Deusa.... Falhei como anjo... Falhei com os meus amigos... E abandonara a minha casa. O Paraíso é a minha verdadeira casa! Foi aqui que descobri a verdadeira. Espero que não seja demasiado tarde.

" Está trancada?"

" O que esperavas? Que os demónios deixassem a porta aberta para salvares a tua amada? Tu podes abri-la."

" Não sei se consigo, Ícaro. Não sou tão forte como pareço."

" Claro que consegues. Tu és o nosso salvador. Aquele que nasceu para restaurar a paz e a harmonia do universo."

Acreditando na veracidade das palavras de Ícaro transferi a minha energia para a porta, e de repente uma força divina saiu das minhas mãos abrindo todas as portas do céu. Possuía um poder que desconhecia. Todo este tempo tivera este dom... E não sobe enxerga-lo! 

        Alice encontrava-se desmaiada e coberta de cinzas. Os demónios haviam fugido da intensidade da minha luz, que os havia cegado. Cá estava ela... Bela como sempre fora! Mas algo mudara. Já não possuía o mesmo ar de seriedade de antes. Encontrava-se desprotegida. Fragilizada. Parecia uma mera mortal com traços divinos. Teria ela mudado por mim? Seria eu capaz de ter-lhe despertado tais sentimentos? Isso significa que existia esperança. Poderia ficar com a minha Deusa como sempre sonhara!

" Vou destruir tuas sombras, minha Deusa. Comigo estás segura."

 Minutos depois ela abre os seus grandes olhos, e me olha profundamente de um jeito que nunca tinha olhando antes. A sua reacção seguinte foi-me abraçar fortemente. Pedia carinho. Queria o meu amor. Eu sentia. Eu li o desejo nos seus olhos. Mas não podia. Não agora. Depois de todo o que lhe tinha vivido... Eu tinha de lhe dar o tempo necessário, para ela perceber o que verdade sente por mim.

" Rafael! Tu vieste... Como soubeste que eu estava em perigo?"

" O Ícaro me avisou. Simplesmente não pode ignorar. Como podia deixar que tu sofresses... Não quando a culpa é minha por todo o que está acontecendo."

 " Como podes pensar uma coisa dessas? Tu precisas do teu tempo. Não és culpado por a invasão dos demónios. Mais tarde ou mais cedo ia acabar por acontecer."

" Sim, mas..."

" Não digas mais nada!"

        Como podia continuar a resistir-lhe? Quando eu senti que ela também senti o mesmo. Seu coração palpitava ao mesmo ritmo do que o meu. Também ela sentia saudades dos meus beijos, e do calor do meu calor do meu corpo. Não ia negar mais os meus sentimentos...

" Rafael! Pensava que ias me mostrar os cantos mais bonitos do Paraíso?"

O que queria Alicia agora? Tinha mesmo de exigir um passeio nesta hora. Quando todo o que queria era beijar a minha Deusa, e me entregar completamente a ela. Como ela podia estragar esse momento? Não via ela que eu  ardia de desejo por Alice?