17- Reencontro

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        Finalmente voltávamos ao Paraíso. Minha irmã encontrava-se adormecida. Mas algo mudara. O seu rosto encontrava-se tranquilo. Como se o Criador a tivesse visitado. Talvez o tivesse feito. Para atribuir-lhe alguma missão secreta.

" Depressa mãezinha... Vai acordar Alice!"

Sem mais demoras, minha mãe aproximou-se da sua filha e deu-lhe um terno beijo. O feitiço se quebrou. E Alice voltou de novo a vida. Assim como eu abraçou nossa mãe. Emocionou-se com a sua presença. 

" O que fazes aqui, maezinha?"

"  Vim-te salvar, minha filha."

" O pai também veio?"

" Estou aqui, minha princesa!"

           Minutos depois estávamos os quatros envoltos num grande abraço. A família estava de novo reunida. E agora ninguém voltaria a nos separar.

" E o Rafael... Aconteceu alguma coisa?"

" Calma, minha Deusa. Eu estou aqui. Nunca ia-te deixar!"

Deixei os apaixonados um pouco sozinhos. Eles bem precisavam. Depois de todo o que enfrentaram. E eu também precisava de um pouco de paz. Também tive a minha dose de conflitos...

" Estás a fugir de mim?"

" Nunca. Nem me tinha passado pela cabeça."

" Já te tinha que és a querubim mais bela que já vi?"

" Acho que hoje ainda não me tinhas dito!"

      E pela primeira vez me entreguei por amor. Foi a melhor noite da minha vida. Ícaro foi tão gentil, e apaixonado. Não poderia ter encontrado ninguém melhor... Para passar o resto dos meus dias! Ele era todo o que sonhara. Doce, sedutor, romântico, divertido, e muito criativo. A vida podia ser melhor?

# Alicia # 

       Ainda bem que o meu erro pode ser reparado. Alice acordara, e ia casar com Rafael. Quem era mais feliz do que ela? Claro, a sua irmã. A bela Amara que conseguira ficar com o doce Ícaro. Só eu não tinha sorte no amor. Apaixonava-me sempre pelas pessoas erradas. Leo... E Rafael...

O adorado Leo! O seu único amigo... O único companheiro das suas brincadeiras... A única pessoa       ( para além da sua mãe) que acreditara nela... Mas também ele morrera! Se antes saber que gostava dele. Agora era tarde.

" Nunca é tarde!"

" Alice! Não te vi chegar... Queria pedir-te desculpa... Sei que nunca me perdoarás..."

" Esquece. Eu já te perdoarei."

" A sério? Mesmo depois de todo o que te fiz?"

" O pai fez-me ver que não vale a pena guardarmos rancor. Tu não tiveste culpa. Deixas-te levar pela mágoa do coração. Depois de todo o que sofrestes é compreensível..."

" Como sabes? Claro, Deus deve-te ter contado. Mas... O que quiseste dizer com que nunca é tarde?"

" Que nunca é tarde de seguires o teu coração. Leo está perto de ti. Só precisas de ter coragem. Ele nunca te esqueceu."

" Só dizes isso para me animar... Ele já nem deve se lembrar de mim!"

" Porque não o perguntas?"

      Surge das costas de Alice, meu velho amigo Leo. Não mudara nada. Tinha o mesmo ar divertido. Os mesmos cabelos loiros, e olhos verdes. O que ele fazia ali? Será que lembra-se-ia de mim? Como era possível... Depois de tanto tempo!

" Olá Alicia!"




A guardiã dos destinos ( Anjos guardiões, livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora