Capitulo I

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[Lauren's Pov]



Papai sempre teve o orgulho de eu ser uma das primeiras da classe. Era o orgulho dele sempre poder estufar o peito altivamente e poder contar aos amigos como sua filha mais velha era responsável e inteligente, e foi em uma dessas reuniões de seu trabalho importante, que ele conheceu o rei. Os dois se tornaram extremamente amigos e era quase uma tradição, aos domingos, eu e meu irmão mais novo corrermos pelo jardim da mansão como se ele fosse nosso. Consigo me lembrar de cada parte daquele castelo, onde eu e Cris corríamos enquanto o rei e papai conversavam em suas reuniões. Um dia o rei adoeceu, justo quando sua esposa já estava grávida de seis meses, e nossas visitas foram se tornando cada vez mais escassas... Mas a fatalidade envolveu o reino de Marshall quando seu rei faleceu. Com o rei morto, a rainha deveria controlar sozinha o império e cuidar de sua pequena filha Camila, sozinha. E bom, eu estou aqui agora como Conselheira Real, para ajudá-la encontrar um esposo. Estaria tudo ótimo se KARLA CAMILA CABELLO ESTREBAO Iero Segunda, a princesa, não fosse uma mimada estúpida.

- Você acha que irá conseguir, Lauren? - disse a rainha com seu semblante preocupado ao fitar a princesa chutando uma das árvores do jardim, um tanto... insatisfeita.

-Mas é claro que sim, alteza.

Na verdade era quase divertido toda aquela situação para mim. Uma princesa mimada e sem etiqueta para 'cuidar' seria no mínimo interessante. Melhor do que agüentar cinqüenta velhotes discutindo sobre besteiras do mercado real. E é claro que nenhuma garota como ela iria me deixar sem o controle da situação.

Respirei profundamente e com uma última reverencia para a rainha, fui em sua direção sentindo meus cabelos se agitarem com o vento.

- Princesa Camila Cabello? - disse formalmente ao me posicionar ao seu lado. - Desculpe, sei que não foi um bom começo.

- Ah não, claro que foi! "Seja bem vinda, você vai casar", é uma notícia que todo mundo adora ouvir. - ela chutou a madeira mais umas vezes, antes de colocar o cabelo para trás e cruzar os braços.

- Acho que a senhorita não deveria levar para esse lado tão negativo. - aproximei-me dela e a segurei respeitosamente pelos ombros para impedir novos chutes. - E o jardineiro não ficará feliz com uma árvore danificada.

- Mas eu estou sendo super positiva! - ela ironizou. Começou a pular feliz no mesmo lugar, o sorriso sarcástico nos lábios. - Eu vou casar, eu vou casar!

Revirou os olhos e novamente respirei profundamente.

- A senhorita tem vinte e um anos, sua mãe não consegue mais governar o reino sem ajuda. Sendo rainha você terá responsabilidades e um rei para ajudá-la e se eu fosse a senhorita, com todo respeito, me preocuparia mais com essas responsabilidades todas do que com um casamento. Pense quantos garotos e príncipes querem a senhorita como esposa.

- Eu sei, caramba. Eu sei! - ela bufou, me olhando nos olhos. - Mas isso não é o que eu quero. Não agora. E, droga, eu acabei de chegar... e ah!

- Entendo sua frustração, princesa Camila Cabello. - coloquei as mãos para trás e fiz uma expressão severa. - Por favor, tenha postura.

- Que?! - a princesa parou e me olhou espantada.

- Sua postura, princesa. - repeti pacientemente.

- Postura?

- Postura. Seus ombros curvados, seus cabelos bagunçado e me diga, o que é esse metal em seu nariz? - disse com as sobrancelhas arqueadas olhando para o objeto.

- Um piercing? - ela desdenhou, um sorriso matreiro. - E você é o que? Algum tipo de personal trainer da princesa também?

Arqueei as sobrancelhas. Seria muito mais difícil do que eu poderia imaginar. A infantilidade dela me deixava fora do sério, mas como uma exímia conselheira, eu deveria ser calma e compreensível.

- Eu sou a conselheira real.

- Prazer, senhorita conselheira. Camila. – ela fez uma mesura, gargalhando idiotamente.

Revirei os olhos, entediada.

- Eu sei o seu nome, princesa, dispenso apresentações. – disse de forma polida com uma pequena reverência.

- Então por que continua com essas formalidades de princesa, ó senhorita conselheira real?

- Por que sou o sua mentora e não sua amiga. – declarei como se fosse óbvio.

Ela então, riu, naturalmente. Uma risada alta e surpreendemente envolvente. Aproximou-se e balançou-se com as pontas dos calcanhares.

- Mas não quer dizer que a gente não possa misturar trabalho com... amizade. – estreitou os olhos, agora sorrindo também naturalmente.

Aquilo me deixou desprevenida. Eu tinha aprendido a lidar com a princesa altiva e infantil, e não com a sorridente. Seus olhos castanhos brilhavam ao sol e não tinha como não reparar na beleza aristocrática que ela tinha com seus cabelos bagunçados caindo sobre os olhos.

- Ah... não sei...senhorita.

- Ah, vamos lá. Primeiro de tudo, - ela estendeu a mão. – pode me chamar de Camila. Você é...? – brincou.

Franzi a testa, pegando em sua mão e a apertando formalmente.

- Eu sou a Jauregui. – respondi com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Esse é o seu nome? Jauregui? – ela não soltou minha mão da sua, balançando-as para cima e para baixo infantilmente.

- Esse é o meu sobrenome. – corrigi, tentando soltar minha mão da sua ao encarar seus olhos estreitados do sol.

- Mas eu perguntei seu nome, senhora Jauregui. – apertou mais forte.

- Senhora Jauregui está ótimo. – disse, respirando fundo por não conseguir me soltar.

-Mas e nós vamos ser 'amigas' não tem... oh. Só se você tiver vergonha do seu nome... – refletiu astutamente.

- Não! Não tenho vergonha do meu nome. – fiz careta.

- É Jessie? Luci? Patrícia? Alex? Barbie? Julia? Cris!

- É Lauren. – Finalmente sorri.

- Ah, é bonito. – ela começou a apertar mais forte, estralando meus dedos. – Posso te chamar só de Lauren?

- Não sei, princesa Camila Cabello. – revirei os olhos tentando novamente retirar a minha mão, mas ela era forte.

- Ah vai. E você me chama de Camila. – ela virou nossas mãos, alternando-as numa brincadeira boba.

- Ótimo. – bufei, finalmente conseguindo puxar minha mão, abrindo e fechando meus dedos doloridos. – Eu prefiro Jauregui, mas se a senhorita prefere assim. – dei uma reverência antes de me virar. – E vá se vestir apropriadamente, precisamos acertar os detalhes.

- Se você prefere, senhorita Jauregui. – ela reverenciou, sarcasticamente dando as costas e saindo andando com as mãos cruzadas na nuca.

Eu balancei a cabeça negativamente e realmente havia ficado confusa em relação a princesa. Ela era... imprevisível









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