Capitulo III

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[Lauren's Pov]



- Não! Feio... não. Que droga! Credo, isso é um príncipe? Não! Pálido demais. Ossudo demais. Cara, isso é realmente um homem? Não. Não. Não. Não!

Sempre aprendi com as normas de comportamento que uma funcionária real deveria ser calma, sem intromissões, leal e centrada. Mas com uma princesa como ela, eu estava perdendo completamente a compostura e paciência. Minha louca vontade era de puxá-la pela gola e sacudi-la até alguma coisa entrar naquela cabeça extremamente vazia e estúpida.

Como alguém como ela poderia se tornar rainha? Além disso, eu estava com sérias dificuldades de acreditar que ela gostava de homens. A rainha estava escandalizada com sua filha sem interesse por todos aqueles garotos arrumados com roupas impecáveis e quase sempre de olhos claros e rostos aristocratas.

Mais uma vez apertei o botão "avançar" para que mais fotos de príncipes e duques "disponíveis" aparecessem no telão. Estávamos em uma saleta confortável e luxuosa com as paredes amplas e um lustre de cristal enfeitava o centro do cômodo. As poltronas fofas avermelhadas estavam com seu tecido de camurça afundados com por causa dos pés de Camila que estavam pressionados nas almofadas, sem nenhuma postura, conforme ela olhava entediada para as fotos.

Agradeci mentalmente por a sala estar parcialmente escura. Minha feição não deveria ser das melhores, definitivamente.

- Não tem como a gente dar uma pausa nessa sessão de terror? – ela disse, deitando e se colocando de cabeça para baixo no encosto. – Eu vou ter pesadelos nesse ritmo.

Fechei os olhos, contando até o maior número que eu conhecia. A rainha parecia desolada e levantou-se, dando um aceno para sua acompanhante guiá-la para novos afazeres. Eu, mais uma vez, deveria ser a babá dessa inescrupulosa adolescente irresponsável e isso não me agradava nem um pouco.

- Senhora Jauregui, podemos parar, tentaremos de novo amanhã. – com um carinho rápido nos fios desarrumados da filha, ela se retirou.

Permaneci em silêncio, todas as fibras do meu ser borbulhando. Não conseguia acreditar que ela conseguia me tirar do sério com apenas uma expressão irritantemente cínica, que já se tornara sua marca registrada.

- Sabe, desse jeito não vai dar certo. – a princesa me imitou numa expressão ridiculamente severa. – Acho melhor nós pararmos com essa história aqui, não tem como dar certo entre nós. – abanou a cabeça, fingindo pesar.

- Essa é sua opinião. Desculpe desapontá-la, mas esse é o MEU trabalho e eu digo que irá continuar. – repliquei entre dentes ao acender a luz completamente.

Ela apertou os olhos, coçando-os com as costas das mãos.

- Por que você não vai trabalhar em alguma outra coisa? Tipo, animadora de festas ou mascote de torcida? É muito mais divertido e você pode usar toda a sua alegria e divertimento que eu sei que existe em você.

- Acho que quem decide onde quer trabalhar sou eu, já que sua alteza não irá precisar fazer o mesmo e é tão difícil assim escolher um homem que irá fazer tudo o que você quer, não é mesmo, princesa? – cuspi as palavras, respirando para conseguir me manter centrada.

Ela olhou para o lado, coçando o queixo e bocejou longamente. Olhou para mim com os olhos preguiçosos.

- Desculpe, a senhora falou alguma coisa?

Regra número 1: Lei do Silêncio.

Abri a porta, ficando um tanto encostada contra o batente em silêncio com minha melhor posição de postura correta. Meus olhos estavam fixos em um ponto, minha concentração voltando.

Charmed |Camren|Where stories live. Discover now