Capítulo XI

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- É a voz do Chris. – ela disse ao encarar fixamente a porta com as sobrancelhas erguidas. 

A maçaneta girou e foi com pavor que vimos a porta lentamente se abrir. Rodei os olhos. 

- Parabéns, senhora conselheira, por trancar a porta. – debochei, preparando-me psicologicamente para qualquer tipo de reação da mordoma real. 

- Ah, desculpe por não planejar quando você resolve me seduzir, princesa. – ela sussurrou rápido, os lábios franzidos. Revirou os olhos, me cobrindo para que Chris não visse meu corpo nu. 

E ele entrou, fechando a porta e trancando-a, para meu desespero. Virou-se, colocando a mão na cintura e nos olhou com as sobrancelhas erguidas. Desviei de seu olhar, repuxando alguns fios soltos do edredom e sorrindo sem graça. 

- E aí, Chris, vem sempre aqui? – perguntei, tentando quebrar aquele silêncio horrível que se instalou. Chris ia olhando de Lauren para mim e nós o olhávamos, todos calados.

- A mansão inteira ouviu. – foram suas primeiras palavras, balançando negativamente a cabeça. – Vocês não, tecnicamente, se odiavam?

- Ainda odiamos um pouquinho. – juntei o indicador e o polegar, fazendo mínimo com os dedos. 

- Eu tive que mentir para a rainha! Subornar empregados que ouviram! Por Deus. 

- Estava tão alto assim? – perguntou Lauren risonha, lançando-me olhares de canto de olho.

- Lauren, olhe pra você. Quase trinta e gemendo que nem uma cachorra no cio! – ele desaprovou, fazendo careta. 

Eu afundei o rosto no edredom, morrendo de rir e Lauren bufou de raiva.

- Pelo menos eu tenho vida sexual, não é mesmo? – ela tentou me acertar com alguns tapas, mas logo parou e cruzou os braços, emburrada.

- Alicia e eu vamos ter um filho, se você se esqueceu. – o ouvi resmungar no mesmo tom da irmã. Continuei gargalhando da piada anterior.

- Isso não significa que vocês transem todos os dias. Foi sorte!

- Chris, vai catar coquinho. – me ergui, respirando fundo pela boca, parando aos poucos de rir. Funguei; o frio que eu senti lá fora unido ao inferno daqui de dentro só fez minha gripe piorar.

– Há quanto tempo isso vem acontecendo?

- Eu não devo satisfações, Chris. Isso é entre mim e a anã resfriada ali. – emburrei a cara. 

- Claro que deve. –Chris respondeu sério. – A partir do momento que eu escolhi não contar à rainha e "ajudar" vocês, eu preciso saber como vou fazer isso. 

- Obrigada!. – exclamei, agradecida. Cutuquei Lauren, indicando-a para agradecer também, mas ela não o fez. – Valeu mesmo. – senti um formigamento no nariz e dei uma seqüência de espirros, sentindo-me tonta. 

Lauren me olhou de repente e se aproximou, passando delicadamente um braço ao redor dos meus ombros. Olhou-me um tanto preocupada e beijou minha testa, zelosa. 

- Abusei demais de você, huh? Tá até pior.

- Não enche. – bufei, me inclinando em sua direção. 

Chris revirou os olhos, suspirando. – Sabem que isso é errado, né?

Senti meu coração afundar até algum lugar do estômago. Nós sabermos que isso era errado era uma coisa mais alguém falar isso era outra completamente diferente. Olhei para Lauren, esperando alguma resposta que me contrariasse.

Charmed |Camren|Donde viven las historias. Descúbrelo ahora